Reencontro

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A.

Os dias que antecederam a festa foram ao mesmo tempo arrastados e rápidos. E mum dia eu olhava o calendário, agradecendo à minha boa sorte por ainda ter duas semanas antes de ver Callie, e, antes que desse por mim, só tinha duas horas para me arrumar.

Coloquei um vestido preto com alguns detalhes que encontrei em um cabide na liquidação de uma loja.

Não era nem de longe tão lindo quanto o que Eliza ofereceu, mas rejeitei sua oferta.

Queria fazer tudo sozinha. Do meu jeito.

Lexie saiu cedo com Mark no dia da festa. Acho que isso era esperado, uma vez que ela era a convidada de honra.

Mark veio a meu apartamento e me abraçou antes de saírem. Eu gostava de verdade dele. Ele não disse nada, mas seus gestos foram suficientes. Ele nunca conversava demais sobre a prima. Acho que sabia como isso me deixaria pouco à vontade.

Meu corpo tremia no táxi que me levou à House Club, o salão de festas onde aconteceria o noivado. Tentei lembrar quando havia sido a última vez que fiquei tão nervosa e não consegui. Nunca. Eu nunca havia ficado tão nervosa.

Ela chegaria primeiro ou depois de mim?

Falaria comigo primeiro ou eu teria de tomar iniciativa?

Como estaria?

Teria ela mudado neste último mês?

Ela olharia para mim com os olhos frios de que eu me lembrava, ou seu olhar estaria cheio de remorsos?

É só por Lexie, eu entoava ao andar até a porta. Eu só fazia isso por Lexie.

Eliza esperava por mim.

Ela me deu um abraço demorado.

- Ah, PAri - disse ela. - A gente não pode ficar tanto tempo sem se ver. Prometa.

- Eu prometo - respondi e, nesse minuto, fui sincera.

Ela enxugou os olhos.

- Ela ainda não chegou.

- Que bom. Preciso de um minuto.

- Venha ver Carlos.

Carlos chegou quase às lágrimas quando a encontrei.

- Ari. Obrigada por vir.

- Eu não perderia isso por nada. - Retribuí o forte abraço que ele me dava.

Quando me recompus, olhei o salão.

As paredes brancas pareciam cremosas à suave luz das velas. Um bufê de horsd'oeuvres ladeava uma parede, junto de um bar, e o DJ estava num canto, tocando as músicas. Havia uma pista de dança e várias mesas e cadeiras cobertas com toalhas de linho branco.

- Está lindo - falei.

- Não consegui pensar num lugar melhor para comemorar a chegada de Lexie à família. - Carlos riu baixinho. - Mark está contando os dias até junho.

- E Lexie também.

A conversa zunia à nossa volta, baixa e constante como o zumbido suave de abelhas.

O salão se encheu aos poucos e a proximidade das pessoas era de algum modo reconfortante.

Meu olhar vagou pelo salão, caindo segundos depois na pessoa que entrava.

Calliope.

Ela parecia bem.

Isto eu precisava admitir.

Fifty Shades Of CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora