Atribuindo Limites.

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C.

  - Callie — Ari disse na tarde do domingo seguinte.

Estávamos sentadas no sofá em seu apartamento, lendo juntas o jornal.

Baixei o caderno que estava lendo.

Ela parecia nervosa.

- Sim — falei.

- Eu estava pensando. — Ela não disse mais nada, porém, e comecei a me preocupar.

Aproximei-me mais dela.

- Tem algum problema?

Ela balançou a cabeça.

- Não quero supor nada. — Ela brincou com um fio solto na almofada sobre seu colo. — É só que... eu estava pensando. — Ela me olhou. — Quando vai me dar a coleira de novo? Quer dizer, você vai dar, não vai?

Coloquei a mão em sua face e acariciei levemente a maçã corada.

- É isso que você quer?

Ela concordou com a cabeça e murmurou:

- Eu quero tudo de você. Cada pedaço.

Meu polegar acompanhou seus lábios.

- E eu quero cada pedaço de você que você me der.

Eu queria que ela levantasse o assunto da coleira primeiro, para ter certeza de que era a vontade dela.

Mesmo assim, eu não esperava que a questão viesse à tona tão cedo.

- Você precisa saber... — Comecei, tentando encontrar as palavras. — Eu fui amante e fui uma domme, mas nunca as duas coisas ao mesmo tempo. — Ela era tão sincera. Eu precisava fazer o mesmo. — Não sei como fazer isso. Como ser as duas coisas para você. Tenho medo de estragar tudo. — Ela ia dizer alguma coisa, mas eu a impedi com um dedo sobre seus lábios. — Eu vou estragar tudo, Ari. Sei que vou.

Ela colocou a mão sobre a minha.

- Você não precisa ser uma especialista em tudo.

Olhei em seus lindos olhos azuis.

- Eu nunca me perdoaria se ferisse você...

- Você não me machucaria.

- Não estou falando só fisicamente. Se eu magoasse, seria emocionalmente de novo... — Meneei a cabeça, incapaz de continuar.

- Vamos fazer isso juntas. — Ela retirou a almofada do colo, aproximou-se de joelhos sobre o sofá e repousou as mãos em meu pescoço. — Você e eu. Vamos fazer com que dê certo. Juntas. — Seus lábios roçaram minha orelha. — Eu quero você.

Como minha amante e minha mestra.

Podemos fazer isso.

- Mas se...

- Uma vez eu disse que você pensava demais. Ainda é verdade. Você precisa parar.

Pode ser lindo, nós duas.

Ouvindo-a falar, senti minha confiança aumentar e a puxei para mais perto sobre meu colo.

- Você é uma mulher muito inteligente, Arizona Robbims. Eu devia lhe dar ouvidos com mais frequência.

Ela soltou uma risada baixa e sedutora, com os lábios a centímetros do meu.

- Vou lembrar você disso.

- É bom que lembre.

Suas mãos entraram por baixo da minha regata justa.

- Não se preocupe. Eu vou.

Fifty Shades Of CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora