Medo de perda.

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   C.

- Eliza! — gritei novamente, mas ela não respondeu. Da outra ponta da linha, ouvi vozes frenéticas e o barulho de uma porta de carro batendo. — Eliza!O que aconteceu com Ari? 

O que Eliza queria dizer com aconteceu algo? Ari estava envolvida no acidente que acabei de ouvir?E então ouvi gritos.

"Chame uma ambulância!"

"Ela está respirando?"

"Encontrou a pulsação?"

Respirando? Pulsação? Ari?

- Eliza por Deus!  — gritei.

Nada.

- Ari. — Finalmente ouvi Eliza dizer. O tom de sua voz não me reconfortou. Preparei-me para ouvir mais. — Ari,acorde. Acorde, Ari.

"Não a mova", disse mais alguém.

"Ela pode ter quebrado o pescoço."

Meu corpo se sacudiu e meus pés ameaçaram ceder.

Quebrou? Ari?

Peguei a chave com os dedos trêmulos.

Um táxi ou o carro?

- Eliza! — tentei novamente. Peguei a chave e ela caiu em minha mesa. — Eliza! Droga. Fale comigo!

Peguei a chave de novo, desta vez segurando firme.

O carro.

- Ela está viva, Callie.— chorava.

A chave caiu novamente.

Viva? Havia alguma dúvida?Apanhei a chave e a coloquei no bolso do blazer.

- Para onde vocês vão? — perguntei enquanto saía trôpega do escritório.

- Srta, Callie — disse Jo, pulando de sua mesa.

- Estou saindo! Não sei quando vou voltar. — Virei-me uma vez mais para o celular. — Onde, Eliza?

- Vamos pro Seattle Grace — disse Eliza com a voz trêmula. — Vou levá-la para lá. Eu ligo para Carlos.

Não me lembro muito do percurso até o hospital. Tentei ligar para Eliza várias vezes no caminho, mas ela não atendia. Meu pai também não atendeu ao telefone.

Parei no estacionamento, saí do carro às pressas e corri à emergência.

Será que elas ainda não chegaram?Por que Eliza não atendia ao telefone?Porque Ari tinha piorado.

Senti náuseas.

Ela piorou. Ou seu pescoço estava quebrado. Ou sua pulsação...Eu não podia pensar nisso. Não podia.

Explodi pelas portas do hospital e a recepcionista levantou a cabeça e sorriu.

Felizmente, era alguém que eu reconhecia de minhas visitas anteriores a meu pai.

- Srta. Torres — disse a recepcionista robusta. — Como va...

- Vim ver uma paciente. — Meus olhos disparavam freneticamente pela sala.

- Nome da paciente?

- Arizona Robbins.

- Não a vejo aqui. — Ela olhava a tela do computador. — Talvez tenha acabado de dar entrada.

- Sim! — gritei, contra a minha vontade. Mas que droga, quando ela me deixaria entrar? — Acabaram de trazê-la.

- Espere. — Ela pegou o telefone.

Fifty Shades Of CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora