Arizona é a prioridade.

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   C.

Arizona terminou de comer e empurrou a bandeja na cama.

- Tem algum espelho por aqui?

- Não sei... — Ela queria se ver. Seria uma boa ideia? Eu deveria deixar? Eu achava que ela estava linda, mas o que ela pensaria? — Acho que não. 

 Ela passou o dedo pelo rosto e estremeceu.

- Está ruim? Acha que estou horrorosa?

Levantei-me e fui à pia. Lexie teria um espelho, se eu não tivesse.

Encontrei um espelho pequeno e entreguei a ela, vendo-a se examinar.

"A pobre criança ficou presa nesse carro por quase três horas, vendo e ouvindo a mãe morrer."

As vozes eram baixas e suaves. Não sabiam que eu escutava. Não sabiam que eu estava acordada.

"É de se perguntar como uma coisa assim a afetará."

- Ai — disse Arizona. — Vou ficar com um olho roxo. Vai parecer que apanhei.

"Faz a gente pensar que talvez fosse melhor se ela..."

Onde estou? Mamãe e papai estão aqui?

"Espere, olhe. Acho que ela acordou."

- O que foi isso? O que aconteceu? — perguntou Arizona.

Olhei para ela. Ela tocava de leve o curativo.

- Ferimento na cabeça — expliquei. — Tinha sangue para todo lado. Não parava e eles não estavam tentando estancar. Estavam preocupados demais em saber se você tinha quebrado o pescoço ou se teria hemorragia interna.

Eles tiraram minha mãe e  do carro. Por que estavam cobertos de vermelho? Tudo aquilo era sangue?

"Os ferimentos na cabeça sangram muito. Eu me lembro."

"Segure a menina! Tire-a daqui!"

Arizona disse alguma coisa, mas não ouvi.

- O quê? — perguntei.

- Meu sangramento parou.

Sim, para Arizona o sangramento parou. Ela estava bem. Ia viver e estava comigo.

- Sim. Depois que concluíram que você não tinha quebrado o pescoço, fizeram o curativo na testa. — Peguei a bandeja.

- Vou colocar isto lá fora.

Meu pai estava na estação de enfermagem, falando com a enfermeira de Arizona.

Baixei a bandeja e fui até ele.

- Ela está indo bem. Comeu toda a canja.

- Que bom. — Ele sorriu. — Vai passar a noite aqui?

E para onde mais eu iria?

- Era o que eu pretendia fazer.

- Vou lhe arrumar um jaleco. É mais confortável do que esse terninho justo.

- Tudo bem. — Eu tinha me esquecido de que ainda estava com roupas formais. — Quanto tempo ela vai ficar aqui?

- Ansiosa para levá-la para casa?

- Sabe quantas pessoas morrem de infecção hospitalar todo ano, pai?

Ele baixou os papéis que estivera vendo e me olhou por trás das lentes.

Fifty Shades Of CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora