Inesperado.

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C.

Amélia ligou na terça à tarde e pediu desculpas por seu comportamento no domingo. Disse que só estava tentando ajudar,mas que estava errada em tentar refrescar a memória de Ari. Aceitei suas desculpas. Ela me agradeceu e disse que sabia que era difícil, mas que contar a Ari era a coisa certa a fazer.

Pensei em ligar para Erica, mas me lembrei de como ela ficou irritada com os cuidados que não dispensei a Ari e eu sabia que ela reservaria um voo para Nova York se eu lhe contasse que tinha mentido para ela. Ela teria razão, é claro, mas eu acalmara Amy e não precisava de outra pessoa me dizendo o que fazer.

Naquela noite, jantei com meu pai. Ele estava todo animado para o almoço marcado com Ari. Franziu o cenho e perguntou por que eu nunca a levei para jantar, mas disfarcei dizendo que Arizona não se sentia à vontade indo e deixando Lexie para trás.

Me pai meneou a cabeça e me disse que Lexie era bem-vinda. Era a abertura que eu precisava: lancei-me numa discussão do SuperBowl e minutos depois estava esquecido o assunto de Ari ir comigo a um jantar de família.

Arizona não estava totalmente depilada quando apareci na tarde de quarta-feira na Coleção de Livros Raros e isso me deixou tensa pelo resto da semana. E se ela não se depilasse depois de eu ter mandado?

Senti que batia a cabeça numa parede. Eu teria de castigá-la.

Mas que inferno!

Que jeito de começar um fim de semana com Ari nua: em meu quarto e no cavalete. Lá se foi qualquer esperança de alguma coisa que não fosse a punição. E como não havia penalidade escrita por não se depilar, eu teria de pensar em alguma coisa. Vinte chibatadas por hora de sono perdida era demais. Agora eu sabia disso.

O que seria aceitável para outra desobediência a uma ordem direta? Não vinte.

Quinze?

Dez?

Algo entre uma coisa e outra?

Treze?

Poderia eu dar treze?

Sim.

Sim, eu poderia. Porque, desta vez, eu proporcionaria os cuidados necessários depois. Desta vez eu estaria mais preparada. Desta vez não seria como a última.

Saí de Nova York na manhã de sexta-feira, decidindo trabalhar em casa para preparar direito o fim de semana. A primeira coisa que fiz foi ligar o aquecimento. Ari ficaria nua o fim de semana todo e eu não queria que sentisse frio. Verifiquei a temperatura da hidro e garanti toalhas limpas na cabana próxima. Preparei paella para o jantar.

Carreguei o cavalete para meu quarto. Levei Apollo para fora e brinquei com ele por alguns minutos. Depois de levá-lo ao canil na semana anterior, não teria coragem de tirá-lo de casa por um bom tempo. Fiz tudo com a maior perfeição que pude,depois fiquei andando. De um lado a outro do hall. De um lado a outro. À porta da frente e de volta à entrada da cozinha.

Aprumando os ouvidos e procurando pelo barulho de um carro parando na entrada.

Apollo ouviu antes de mim.

- Calma, garoto - falei quando ele correu para a porta e a arranhou.

Ele me olhou e ganiu. Essa não era uma boa idéia. Levei Apollo rapidamente para a cozinha e fechei a porta. Quando voltei ao saguão, a campainha tocava.

Abri lentamente.

Por favor, por favor, por favor.

Ela entrou no saguão com meu sorriso preferido no rosto.

Fifty Shades Of CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora