Suplicação Silenciosa.

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  A.

O brunch só seria às onze da manhã, então dormi até tarde novamente e não tive pressa para me vestir. Callie não disse nada sobre o que usar, então decidi colocar uma bota de couro, uma calça preta e um suéter de caxemira acizentado. E vesti uma calcinha. Porque ela não disse para não colocar. E eu queria ver o que ela faria quando descobrisse.

É claro que foi a Callie calma, fria e inteiramente controlada que me recebeu.

Nenhum sinal da louca que tinha me jogado contra a parede, mordendo meu pescoço enquanto me fazia ejacular...

Merda, sim.

Mas eu teria de passar a manhã com seu pai, e vários estranhos. Não poderia ficar toda agitada só porque tive uma noite de sexo incrível ontem.

O sexo incrível me-fode-agora-contra-a-porta.

Pare com isso, disse a Ari Boa.

Mostre a Callie que você está de calcinha, disse a Ari Má.

Decidi que a Ari Má tinha razão dessa vez.

Callie fitou enquanto eu seguia até o bule de café e me servi de uma xícara.

Virei-me para que minha bunda ficasse à plena vista. Rebolei um pouco para atiçar sua atenção total.

- Arizona — repreendeu-me ela. — Estou vendo a marca da calcinha?

Fiquei imóvel, com a xícara de café na mão.

Droga, sim, você está vendo a marca da calcinha.

O que vai fazer a respeito disso, mestra? 

- Vem cá — mandou, baixando o café sobre o tampo de vidro.

Eu me aproximei, com o coração batendo na garganta.

Sem conseguir esconder o sorriso diabólico em meu rosto.

Ela se levantou e foi para trás de mim.

- Você está de calcinha. Tire. Agora.

Desci dos saltos.

Abri minha calça e a empurrei pelos quadris.

Tirei a calcinha.

- Fique em cima do braço no sofá, Ari.

Eu me curvei no braço do sofá, de bunda virada para ela.

Ela bateu no meu traseiro.

Mais, por favor...

- Não quero mais calcinha pelo resto do fim de semana. — Outro tapa. — Quando terminar, você vai para seu quarto e trará todas para mim. — Mais um tapa. — Só vai colocar de volta quando eu disser. — Outro tapa. Isso. — E não será no próximo fim de semana também. — Mais um. — Eu disse a você ontem à noite o que vai acontecer no próximo fim de semana.

Deu-me outro tapa.

O calor se espalhava, chegando entre minhas pernas.

Tudo o que ela fazia era tão bom.

Droga.

Absolutamente tudo.

Inclinei-me para ela, querendo mais.

Por favor, mestra.

- Esta manhã, não. — Outro tapa desceu em meu traseiro. — Coloque a calça e faça o que mandei.

Mas que droga.

Não gozei.

Me levantei lentamente e recoloquei a calça quase implorando com olhar.

Abri um sorriso endiabrado e levei o dedo a boca, mosdiscando a ponta das unhas enquanto ia ao quarto, voltando em seguida com uma braçada das minhas calcinhas.

- Pretende ficar muito tempo em Tampa, Arizona? — perguntou Callie, pegando-as das minhas mãos.

- Gosto de estar preparada, mestra — disse de olhos baixos e mordi o lábio.

Ela estava louca pra me foder.

Eu sabia.

Mas seu controle foi maior.

                                🍒↻...

Descemos de elevador até um salão privativo onde seria servido o brunch. Reconheci apenas Carlos e Lexie,embora soubesse que vários associados de negócios de Callie estariam presentes. Minha amiga e Carlos conversavam de pé num canto. Eliza e Amélia chegaram logo depois de nós.

- Estamos um pouco adiantadas — disse Callie, colocando a mão na base de minhas costas. — Preciso falar com algumas pessoas. Levo você até Lexie e meu pai, ou vai ficar bem aqui?

Se eu ficasse onde estava, talvez Eliza viesse falar comigo.

- Vou ficar bem aqui.

Ela roçou o alto de meu braço.

- Não vou demorar.

Olhei enquanto ela seguia para um grupo de pessoas.

Minutos depois, Eliza estava do meu lado.

- Venha cá — disse ela, puxando-me para trás de um vaso alto.

Olhei para Callie.

Ela estava imersa numa conversa com um casal mais velho e bonito.

- Callie foi ao nosso quarto ontem à noite — prosseguiu. — Amélia saiu com ela logo depois de tomar um banho. — Ela olhou a esposa. — Ela não me disse o que está havendo, mas acho que você tem razão. Acho que se trata de você.

O que foi o sexo contra a porta?

Provar alguma coisa a Amélia?

Ou Callie estava provando alguma coisa a si mesma?

Provando alguma coisa a mim?

- Estou tentando aceitar seu conselho — respondi. — Estou sendo muito cuidadosa com Callie. Às vezes — pensei na biblioteca —, acho que estou abrindo uma brecha e em outras — pensei em duas noites atrás —, eu não me importo.

- Amélia estava com um humor melhor quando voltou — disse Eliza. — Algo que Callie disse a acalmou.

Mordi o lábio, tentando imaginar o que seria.

- Meu conselho é, o que quer que esteja fazendo, continue. — Ela apertou minha mão. — Está dando certo.

- Quanto tempo Amy ficou fora ontem à noite? — perguntei.

Eu não conseguia lembrar a que horas fui dormir, mas foi muito tarde.

-  Algumas horas. Amy disse que Callie ficou no térreo procurando um piano.

Um piano fazia sentido.

Ela sempre parecia se sentir melhor depois que tocava.

Pensei na vez em que a provoquei enquanto tocava — certamente sei que ela ficou melhor depois.

Olhei a multidão.

Callie ainda conversava com o casal mais velho.

- Quem são? Parceiros de negócios? — perguntei, sem querer pensar na biblioteca e no piano com Eliza tão perto.

Depois de passar o dia com ela no spa, eu tinha certeza de que ela teria um sexto sentido para o sexo.

- Não — respondeu, sua voz baixando em um sussurro. — Aqueles são os pais de Penny.

Meu queixo caiu.

Os pais de Penny.

- O que estão fazendo aqui?

- São amigos da família.

- Onde está Penny? — Olhei em volta.

Onde ela estava?

- Não foi convidada — disse Eliza com um leve sorriso.

Amélia se aproximou de nós.

- Senhoras.

Eliza pegou sua mão.

- Hora de comer?


Fifty Shades Of CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora