Capítulo 8

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Hanna

- Finalmente vou para casa! Esses seis dias aqui já estavam me enlouquecendo. – sorrio ao falar com Kiara ao telefone.

- Que bom amiga! – sei que ela está feliz por mim – O médico disse se está tudo bem?

- Sim. Falou que estou me recuperando melhor do que o previsto e que a cicatrização está sendo rápida.

- E o bebê? – questiona.

- Está se desenvolvendo bem e saudável. – sorrio feito uma boba passando a mão sobre minha barriga.

- Você falou que vai para casa? A sua?

- Bem... nesses últimos três dias Liam não apareceu mais aqui, então, acredito que ele mudou de ideia. – digo com um aperto no coração - Melhor assim.

- Ele não deu nenhuma satisfação? Pensei que depois daquele dia da cai... – sua voz demonstra surpresa, mas não continua a frase.

- Não, depois daquele dia não entrou mais em contato. Acordei na manhã seguinte e já havia ido, sem bilhete e sem recado. – suspiro.

- Que estranho. Ninguém disse nada?

- Apenas que ele estava trabalhando muito. Mas deixa para lá, não quero mais falar disso. – tento mudar de assunto.

- Você tem quem a leve para casa?

- Sim. Maicon continua grudado em mim feito cola. – rio.

- Ele é uma gracinha amiga. Quem sabe...

- Nem vem! – corto-a – Um deles já me deixa louca o suficiente, não quero problemas com mais ninguém.

- Umm... então você poderia me ajudar dando uma forcinha com ele. – sorrio imaginando Kiara e Maicon juntos, ela iria enlouquecê-lo.

- Você não tem jeito mesmo! Vou ver o que posso fazer. – rio novamente – Amiga querida, preciso terminar de arrumar minhas coisas, te ligo depois. – nos despedimos e desligamos.

Caminho vagarosamente pelo quarto recolhendo minhas coisas e colocando na pequena mala que Kiara trouxe para mim. Em meio à arrumação sento na cama e olho para a janela com uma blusa azul em mãos.

- Ontem fez três dias que ele não apareceu mais. – murmuro enquanto enrolo o tecido nos dedos e balanço os pés levemente.

Depois do dia em que recebi a ameaça e fui dopada ele não retornou, estou confusa quanto ao que pensar ou sentir sobre isso.

No dia seguinte tive expectativas de que aparecesse, mas conforme o dia foi passando a tristeza se instalou em meu peito, no segundo me senti abandonada e enganada, fiquei com raiva e o odiei por brincar com meus sentimentos, no terceiro comecei a desistir de esperar, de querer algo. Ele é uma incógnita, hora diz uma coisa, hora faz outra e isso me deixa perdida.

No inicio me tratou de forma distante, como se eu fosse um incomodo, então invadiu minha vida dizendo que eu era sua Luna, sua mulher e que me protegeria. Depois me mandou embora de sua casa sem sequer perguntar os motivos para meu comportamento, como se eu fosse a pior pessoa do mundo. Quando fui ferida disse que tínhamos um envolvimento, foi atrás do homem que me feriu e agora sumiu.

- Envolvimento, envolvimento... – murmuro sorrindo ironicamente – Que porcaria de envolvimento é esse que não se sabe o que esperar do outro?

Reconheço que, mesmo lutando contra, todo meu ser chama por ele e quando não está perto o vazio toma conta do meu peito. Chega a doer. Mas não pode ser assim, essa coisa indefinida, sem rumo, sem confiança.

O Caminho - Clã Mac Mactíre - Livro 1.2 - ContinuaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora