Liam
O atordoamento me faz perder o equilíbrio e deixo meu corpo cair sentado no chão ao lado dela sem acreditar no que vejo. A perplexidade me assola dificultando meu raciocínio, respiro fundo soltando o ar lentamente.
- Não pode ser... – passo a mão por meu rosto.
Brandon olha incrédulo da moça para mim e novamente para ela.
- Mas, mas... nós vimos... – ele balbucia estreitando os olhos, a duvida estampada em seu rosto.
- Ela morrer... – completo atônito.
- Nós a vimos morrer. – Brandon repete como se não tivesse me ouvido – Como pode isso?
- Não sei. Não... sei... – respondo simplesmente.
- Deve ser alguém muito parecida.
- É ela. – por algum motivo tenho absoluta convicção.
- Como pode ter certeza? Você a viu poucas vezes e muitos anos já se passaram. – meu amigo inssiste.
- Apenas sei.
Olho o corpo da mulher a minha frente, apesar das poucas vezes em que a vi posso reconhecê-la em qualquer lugar. O seu olhar de suplica naquela noite nunca saiu da minha mente e assombrou-me por anos.
- Por favor, me mate... – ela pede novamente em um fio de voz.
Encaro-a sem conseguir responder. Brandon percebe que não reajo e se aproxima dela.
- Está tudo bem agora, vamos tirar você daqui. – escuto-o dizer.
Permaneço sentado observando-a enquanto Brandon se levanta e faz sinal para os homens que permaneceram em silêncio se aproximem.
- Avisem aos outros que a achamos, façam uma busca no local para ver se encontram mais alguma coisa e depois sumam com tudo isso. Não deixem rastros. Um de vocês traga o carro até a porta por onde entramos. – ele pega minhas chaves e entrega a um dos homens que em seguida saem do lugar.
- Liam, vamos. – toca meu ombro – Precisamos sair daqui antes que alguém chame a polícia.
Assinto e me levanto sem conseguir tirar os olhos dela. Mil coisas passam por minha cabeça, a lembrança dos nossos breves encontros na juventude, a noite do massacre, as coisas que Ronan contou.
Tiro meu casaco e cubro seu corpo inerte, levanto-a nos braços e a carrego para fora do prédio. Brandon abre a porta traseira do carro e a deito com cuidado sobre os bancos, em seguida ele fecha a porta. Sento no banco do motorista, tentando organizar meus pensamentos e sentimentos, Brandon senta-se ao meu lado e me observa. Sei que quer falar, mas se contém, ele sabe o que essa situação significa tudo o que move e altera.
- Ligue para o Dr. Smith, conte o ocorrido e pergunte para onde devo levá-la. – digo sem tirar os olhos da rua – Ela não pode ir para a minha casa, Hanna está lá.
Ele me olha de esguelha enquanto pega o celular e digita um número, após alguns segundos Brandon passa a falar com o médico.
Não presto atenção na conversa, sinto como se estivesse em um universo paralelo vendo meu mundo desabar. Escuto os gemidos dela e ainda assim tenho dificuldade em acreditar que ela esteja realmente no meu carro. Mecho no retrovisor e através do espelho vejo-a deitada encolhida. - Parece tão frágil... - penso.
- Liam! – escuto Brandon me chamar, olho-o ainda meio fora do ar.
- Ummm... – respondo sem pensar.
- Dr. Smith disse para que a levássemos até a casa dele. Já está a nossa espera. – percebo que seu cenho está franzido, mas não fala mais nada.
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O Caminho - Clã Mac Mactíre - Livro 1.2 - Continuação
Loup-garouAtenção: Impróprio para menores de 18 anos. ____________ A saga de Liam e Hanna continua. Será que o amor que estava nascendo entre eles será forte o bastante para resistir as adversidades que surgirão? Perseguições, sequestros, revelações, trans...