Capítulo 1

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Hanna

O inverno chegou e se eu já reclamava do frio, agora então nem se fala. Caminho rapidamente até a entrada do prédio com Maicon ao meu lado, isso já se tornou uma rotina. Ele me acompanha a todos os lugares e quando chegamos em casa entra primeiro e checa tudo, só quando autoriza é que entro.

Esse "ritual" já dura um mês.

- Um mês... – penso enquanto aguardo no corredor – já fez um mês que descobri que você existe. – sorrio passando a mão sobre o meu ventre e suspiro.

Maicon vem até mim. – Pode entrar Hanna, está tudo ok.

- Obrigada. – passo por ele em direção à porta - Quer ficar aqui no apartamento? Acho que no carro deve estar fazendo muito frio.

- Hoje não, daqui a pouco vão vir me substituir. Mas, agradeço. – abre um largo sorriso.

- Você é quem sabe. Quando quiser um chocolate quente é só vir aqui em casa.

Fecho a porta, ligo o aquecedor e me encaminho ao banheiro, deixo o chuveiro ligado para que o aqueça enquanto escolho a roupa que vou vestir para trabalhar hoje à noite. Escolho um pulôver preto longo com gola rolê e mangas compridas, uma legging de couro preta e botas de cano alto. Deixo sobre a cadeira ao lado do box.

Tiro minha roupa e entro no chuveiro buscando aproveitar ao máximo o calor da água. Passo a mão por minha barriga e a observo. – Ainda não dá para perceber que você está aí. – murmuro.

- Isso me dá um pouco mais de tempo para decidir qual destino escolher e economizar mais. - concluo. Desde que voltei para o meu "ap-ovo", tenho tentado me organizar. Nas primeiras semanas fiquei perdida em tristeza, expectativas, desilusão e muito enjoo.

Desligo a água e me seco, visto-me o mais rápido possível, para não esfriar, calçando as botas em seguida, escovo o cabelo e faço uma maquiagem leve, porém, dou especial atenção as minhas olheiras tentando disfarça-las.

Na cozinha preparo uma salada de frutas com cereal. Enquanto como relembro os últimos dias.

Depois que saí do loft retornei ao meu apartamento em silêncio. Owen me observou de soslaio durante o trajeto, entretanto, não buscou puxar conversa, o que para mim foi, de certa forma, reconfortante. Afinal, depois de tudo o que aconteceu, o que poderia me dizer? Quando chegamos, ele subiu com a mala e verificou o apartamento enquanto esperei do lado de fora.

- Ficarei de vigia no carro até Maicon chegar, depois ele a levará ao Pub. – olhou-me constrito, em seguida caminhou até a escada, olhou-me mais uma vez e se foi. Entrei no meu apartamento e fechei a porta olhando seu interior.

E foi assim que retornei para casa.

Nessa noite e nas seguintes trabalhei como uma automata. Respondia apenas ao que me perguntavam, tratava os clientes que vinham a mim de maneira polida, mas, sem o calor de antes. Fiz meu trabalho de forma rápida e eficiente, e quando o Pub encerrava suas atividades deixava o bar em ordem e me retirava o mais discretamente possível. Maicon geralmente ficava a minha espera na entrada dos funcionários e me levava para casa.

Como Liam ainda não havia retornado as suas funções no Pub, Owen assumiu seu lugar, colocando Ethan para me auxiliar no bar. O que para mim foi melhor, assim não tivemos que manter contato constantemente.

Brigida tentou puxar conversa algumas vezes, assim como Muriel, mas, mantive-me reservada o que fez com que elas acabacem desistindo. Eileen me observava de longe, tentei ser gentil todas as vezes que se aproximava de mim, porém, acabava sendo esquiva.

O Caminho - Clã Mac Mactíre - Livro 1.2 - ContinuaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora