Capítulo 17

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Hanna

Uma luz forte me incomoda mesmo estando com os olhos fechados. Sinto mãos delicadas me tocando e algo úmido e morno sendo passado por todo o meu corpo.

- Você está bem Hanna. Tudo vai ficar bem. - é a mesma voz suave da mulher que ouvi antes.

Escuto sons de passos leves e um bip contínuo, algo liquido é despejado próximo a mim e me inquieto.

Novamente sou tocada, algo macio é passados por minha cabeça e braços, parece que me vestem.

Tento desesperadamente abrir meus olhos sem conseguir.

- Como ela está? - a mesma voz grave do homem de antes. Fico atenta tentando perceber o máximo de sinais e informações.

- Estável Senhor. - a mulher responde de forma fria.

- Alguma informação sobre os exames? - ele questiona.

- Mais dois dias e estarão concluídos.

- Bom, muito bom. - escuto os sons de alguém se levantando e passos se afastando.

- Senhor... - a voz dela esta insegura.

O homem suspira.

- Sim? - responde de forma seca.

- Não seria melhor tirar os sedativos?

- Não. - a voz é cortante.

- Mas...

- Enquanto eu não souber se ela é confiável, os sedativos não serão retirados fui claro?

- Sim Senhor. - a mulher suspira ao meu lado inconformada, enquanto os passos se afastam.

Paro de tentar abrir os olhos e me mexer, apenas escuto e tento entender.

- Estúpido! - pragueja ao meu lado - Homem cruel e arrogante.

Suas mãos passam algo perfumado por meu corpo.

- Hanna, Hanna em que enrascada você se meteu. - suspira - Deveria ter ficado em Detroit, longe dos Mac Mactíre e deste mundo de bestas. Em segurança. O que será de você agora? Aquela idiota da tua mãe fez um péssimo trabalho, ela deveria ter cuidado de você, tê-la protegido. Eu disse a ele que seria uma péssima ideia deixá-la nas mãos daquela mulher. Mas é teimoso feito uma mula. Agora você está no meio de uma guerra, entre clãs que a querem viva ou morta. Seu filho... se você soubesse... A criança é herdeira de dois clãs, e não é qualquer um. São os mais poderosos e antigos da Irlanda, sua influência é enorme. Você não tem a menor ideia não é querida. Não, não tem.

Ajeita meu travesseiro e meu cabelo.

- Mantê-la sedada, como se isso fosse resolver ou impedir alguma coisa. Ridículo. - sinto uma leve picada no braço - Não se preocupe, vou diminuir os sedativos sem ele saber. Sei que pode me ouvir Hanna, tente não demonstrar que está ficando mais consciente. Volto mais tarde.

Seus passos se afastam e o som suave de uma porta se fechando chega até mim.

- Exames? Estão fazendo exames em mim para quê? - tento mexer um dedo, mas meu corpo permanece parado apesar da minha mente estar ativa - Ele quer saber se sou confiável? Como assim confiável? Quem é ele? Vou ficar louca se continuar presa neste corpo inerte por mais tempo.

Suspiro, pelo menos acho que suspiro. De fato não percebo nenhum movimento.

- Deus que vai ser de mim?

Busco prestar atenção no meu entorno. Escuto o bip de um aparelho próximo, sinto uma pressão em meu dedo indicador, o cheiro de anticéptico está no ar, a cama é macia e o lençol suave diferente da rigidez da cama de um hospital, a luz passa por minhas pálpebras que se recusam abrir e a temperatura está agradável.

O Caminho - Clã Mac Mactíre - Livro 1.2 - ContinuaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora