Paulo acordou atordoado. Não sabia onde estava. E, sua cabeça doía terrivelmente. Precisou de alguns segundos para notar, que estava num hospital.
Viu o soro em seu braço. E, pouco a pouco, foi recobrando a consciência e lembrando da noite anterior.
Fechou os olhos com força, na esperança de que quando os abrisse novamente, estivesse em sua casa, com a mulher e o nenem deles. Mas, era impossível, enganar-se por muito tempo.
Ela se fora para sempre! E, tudo o que restavam eram as lembranças e aquela menina; que estava em algum lugar deste hospital.
Ao abrir os olhos, sentiu as lágrimas quentes, rolando pelo seu rosto. E, viu Caio, que não quis intrometer-se em seu momento e esperou.
- Como você está,Paulo!?
Ele olhou para o médico com tanta dor, que este, sentiu sincera piedade e o abraçou. Foi o suficiente, para que toda a torrente de lágrimas, a custo contida, jorrasse.
- Não sei o que te dizer, meu amigo!... Sinceramente...não sei!
Paulo, em silêncio, não parava de chorar. Caio sabia muito bem, o quanto o amigo, amava Marina. E, se compadecida deveras de sua dor.
Finalmente, quando o pranto cessara, ele desenvencilhou-se do médico. Seu semblante carregado, dizia que algo de ruim poderia acontecer.
- Você precisa conhecer sua filha, Paulo!... Ela e o retrato da Marina!
-Filha!?... Eu não tenho nenhuma filha!
- Como assim"não tem nenhuma filha"!?... Ela está no berçário e precisa de você!
- Esta criança, que você chama de minha filha, matou o grande amor da minha vida!... Destruiu...a mulher mais maravilhosa, que eu conheci!...Eu não quero nunca olhar pra ela; nem sequer chegar perto!... Quanto mais, chamá-la de filha!
A voz dele ia se elevando, chamando a atenção de todo o hospital. Iria levantar-se, se não fosse contido por Caio.
-Calma, homem!... Você não pode sair daqui, neste estado!... Você tem que se acalmar!
- Me solta, Caio!... Me solta!... Eu tô te pedindo!
O doutor não o soltou e recebeu um forte murro no queixo, que o derrubou. Paulo correu pelos corredores da clínica e os seguranças( que a esta altura, já tinham sido chamados) foram atrás.
Nesta corrida, deu de cara com o berçário. Nele, viu a miniatura perfeita de sua mulher. Sua filha, Caio tinha dito. Mas, nunca conseguiria vê-la assim.
O que via a sua frente, era apenas a causa da morte de sua amada. Não sentia ódio da criança. No entanto, também não sentia amor.
Na verdade, seu coração, estava repleto de um vazio imenso e indescritível. Nem mesmo sabia, o que faria com aquela menina.
" Meu Deus!-pensou- O que eu faço agora!?
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Amor Além da Vida( Completa)
RomanceÉ uma história de amor como tantas outras. Igual e ao mesmo tempo diferente. Poderia ser a minha ou a sua. Mas não é! Repleta de segredos escondidos. Nada é como parece. Tudo é uma incógnita.