A primeira providência que Caio tomou ao chegar ao hospital no dia seguinte, foi providenciar um exame de DNA, para provar sua paternidade.
Sabia que o resultado, só sairia dali a duas semanas. Mas, o que importava realmente, era ter a certeza de ser o pai para ter o direito de ficar com sua filha.
Resolvera que conversaria com Paulo, e, para isto, foi a sua casa. Pegou a chave reserva, que ele sabia estar debaixo do tapete e abriu a porta.
Procurou o amigo por todos os cantos; sem no entanto, o encontrar. Foi até o quarto. E, qual não foi o seu espanto ao perceber, que o guarda roupa estava completamente vazio.
Entendera então que o irresponsável tinha ido embora, sem pensar na suposta filha. Para a sorte da criança, Marina e Paulo, haviam passado uma procuração lhe dando plenos poderes, para cuidar da nenem, se algo acontecesse.
Sem se deter em pensamentos vãos, saiu dali e retornou ao hospital. Ao adentrar, foi direto ao berçário e resolveu levar a criança para sua casa.
Ninguém se importou, por saber de sua relação com a família. Pensavam que por algum contratempo,Paulo não pudera buscar a nenenzinha e, por isto, Caio o fez.
Apenas ao chegar em casa com a menina, que o médico se deu conta do quanto sua vida mudaria, dali pra frente. Tinha uma filha!
Meu Deus!... Nunca planejara isto, mas ela era tão lindinha! Uma Marina em miniatura.Em primeiro lugar, teria que escolher um nome. E, já tinha um em mente, que seria Nayanny, um nome diferente e sonoro. Digno de uma princesa, qual ela era.
Precisava registrar sua princesinha. Isto era primordial.
Tinha tanto a fazer. Comprar enxoval, dar vacinas, dentre outras coisas.Olhou para aquele ser tão pequeno e pensou em quantas noites de tanto amor e prazer, tivera com a mãe dela. E, pela primeira vez, sentiu uma verdadeira piedade por Paulo.
Porquanto, ele tinha Nayanny;e o outro, nada mais teria.Passadas 12 horas de voo finalmente, Paulo chegara ao Japão. Sentia que sua vida daria uma guinada completa, mas, não sabia em que sentido ou situação seria, porém, intuía que viria.
Pegou um táxi e olhou pela janela aquela paisagem tão tradicional. Estivera ali, apenas quando fez intercâmbio na faculdade. Contudo, sabia razoavelmente, falar japonês.
Pagou ao taxista, agradeceu e desceu em frente a um luxuoso hotel. Adentrou, cumprimentou os funcionários e pediu um quarto por tempo indeterminado. Pegou as chaves e se deslocou aos seus aposentos.
Não teve ânimo nem pra desfazer as malas. Apenas tomou um banho e deitou-se, com a intenção de dormir um pouco e mais tarde, pedir algo para comer. Era noite no Japão.
Apenas tirou o roupão e capotou na cama. Não viu mais nada.
Ao amanhecer, Paulo sentiu seu estômago roncar. Apenas então se deu conta, que não comera nada e que dormiu nu.
Tomou outra ducha e pediu seu desjejum no quarto. Comeu em questão de segundos, pois, estava faminto.
"Marina amaria este país! ... Ela gostava tanto de viajar!...Os dois tinham tantos planos!"-pensou-Por que meu Deus!?... "
Doía tanto saber, que nunca mais a veria!...Conhecia de cor e salteado, cada pedacinho dela. Ao fechar os olhos, ainda podia sentir o gosto do seu beijo em sua boca, os toques dela em seu corpo e o cheiro maravilhosamente sexy, que ela emanava.
Pegou uma foto dela, que trouxe na mala. Olhando aquele sorriso estático, se permitiu delirar, que aquele era só um momento longe dela. E, que ao final do dia, ela voltaria feliz e amorosa pros seus braços.
Quando abriu os olhos novamente, deu de cara com o vazio, que se tornara parte de si mesmo, sem a presença de Marina.
Fora pra o outro lado do mundo, na esperança de esquecer. Mas ao que tudo indicava, começava a crer que era impossível.
Refletiu sobre a menina também. O que será que acontecera com ela!?No Brasil, já era noite. Durante o dia, Caio registrou sua filha. Nayanny Ribeiro Teles. Foi com orgulho, que fez este registro. Só fizera o DNA, para que Paulo, não argumenta-se. Entretanto, agora, isto era insignificante; em vista de que ninguém sabia, onde estava ele e se voltaria um dia.
" Deixe que volte, se quiser!... Nada nem ninguém, nunca vai me tirar a minha filha!... Afinal, que direito tinha ele de lhe cobrar algo!?... Teve um caso com sua mulher!? Sim! A engravidou!?... Também!... Porém, se ele tivesse sido um marido melhor, jamais teria sido corno! ... Corno sim!... A palavra certa era esta!... Além de idiota!... Por que qual ser humano, não desconfiará das escapadas noturnas de seu(ua)cônjuge! ?
Olhou para sua filhinha, dormindo tranquila no berço.Fruto do seu pecado!
"Aliás, pecado não! -pensou- Não havia nada de pecaminoso, em ter engravidado a mulher que amara mais do que a sua própria vida!... Nunca a forçara a nada. Muito pelo contrário!... Vivia rastejando a seus pés, mendigando nem que fosse migalhas da sua simples companhia."
Muitas foram aos dias e noites, que passara ardendo de amor, desejo, paixão e frustração, por a querer ao seu lado, em todos os momentos e, não poder ter. Quantas vezes, tivera que recorrer a satisfação solitária e, no momento final, gritou seu nome, sem retorno.
A quantos eventos, teve que comparecer sozinho e quantas desculpas dera, pra o fato de com 34 anos, estar solteiro e sem filhos!?
A vida ao lado dela fora complexa. Mas, era justamente esta complexidade juntamente a sua quase arrogância, dentre outros atributos é claro!, que o enlouquecia.
Queria tê-la consigo, pelo menos uma vez mais. Se perder no fundo de seu olhar e se encontrar dentro dela, com prazer e dor, como sempre fora entre os 2.
No entanto, uma vozinha insistente dentro dele, ficava martelando e o torturando.
" Você podia tê-la salvo, junto com a bebe!... Se tivesse se esforçado e tentado mais, ela estaria viva agora!... Foi você quem a matou!... Preferiu perdê-la que continuar dividindo-a com Paulo!"Pôs as mãos nos ouvidos, sem querer escutar. Mas, tinha certeza que este inferno não acabaria nunca!
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Amor Além da Vida( Completa)
RomansaÉ uma história de amor como tantas outras. Igual e ao mesmo tempo diferente. Poderia ser a minha ou a sua. Mas não é! Repleta de segredos escondidos. Nada é como parece. Tudo é uma incógnita.