UM ASSASSINATO IMINENTE

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Passaram-se quatro dias. Nestes, Rafael, não dera nem sequer, um sinal de vida para Milena. E esta, começara a se preocupar e pensar, se ele, havia desistido do combinado.

Não era nada disto, no entanto. O mesmo, apenas, resolvera ficar um pouco distante dela; para tentar pôr as suas ideias em ordem. Pois, quando se encontrava, perto da mesma, todos os seus pensamentos, perdiam a coerência.

A parte de toda esta situação; Paulo, sentia crescer dentro de si, cada vez mais, agora, não somente o desejo, de se vingar de Caio. Mas sim, de o assassinar. E foi justamente, com este intuito, que ficou de tocaia, esperando á saída de Milena de casa.

A vendo sair e sabendo, que o seu inimigo, estava lá dentro; esperou se passarem alguns minutos e quando viu, que á jovem, já estava distante; adentrou á residência. Ao fazê-lo, encontrou á porta, apenas encostada e entrou, sem fazer o mínimo barulho.

O outro, estava de costas para á entrada, sentado em um sofá; lendo um livro. Não poderia fazer, a menor ideia, do que aconteceria, dali a instantes.

Permanecia tão concentrado em sua leitura, que nem notou, a sorrateira aproximação. Só o fez, quando sentiu, algo bem gelado, encostar em sua cabeça. Era o cano de um revólver.

- Levanta, desgraçado!!!!!!!!!!!!- gritou Paulo- Levanta, pra morrer em pé, como se fosse um homem de verdade!!!!!!!!!!!... E não, o verme, que você realmente é!!!!!!!!!!!... Levanta e vira de frente porque eu não vou matar ninguém, pelas costas!!!!!!!!!!... Coloca...ás duas mãos pra cima...e se vira...bem devagar!!!!!!!!!!... E olha...bem no fundo, dos meus olhos!!!!!!!!!... Quero que esteja, olhando para mim; quando eu, finalmente...acabar...de uma vez por todas; com esta tua vidinha miserável!!!!!!!!!!

O rapaz, fez o que lhe foi ordenado. E quando finalmente, olhou no âmago do olhar do outro; o que viu ali, lhe causou, muito mais desolação do que medo. Pois, enxergou nos olhos do outro; que o seu melhor amigo de infância; que outrora, fora tão amado e importante, quanto um irmão de sangue; havia se perdido pelo caminho, para todo o sempre.

A vida, havia os separado impreterivelmente e nunca mais, absolutamente nada nem ninguém, os uniria outra vez. E isto, lhe causou uma dor, profunda e pungente na alma.

Por incrível que pudesse parecer, não estava sentindo, o menor pavor, diante da morte iminente. Sentia sim, uma espécie de piedade; por saber até que ponto, Paulo, fora capaz de chegar, devido a um desejo obsessivo de vingança.

Refletia também, que fora o único culpado, pelo sujeito diante de si, ter se transformado, neste monstro desumano e desalmado; capaz de tudo e qualquer coisa, para o destruir. Se apiedava também, de sua irmã Milena e principalmente, de sua filha Nayanny; que cresceria completamente orfã e cujo ele, não teria á oportunidade de a educar e a ver crescer e se tornar uma mulher feita.

Pensar nisto, o fez sofrer, com maior intensidade. Sua filha!... Sua pobre e doce filhinha!... Crescendo desamparada, neste mundo tão cruel!

Parecia até, que o tempo, tinha parado totalmente. Os dois, se olhavam, com ás respirações ofegantes.

Um, com ódio, feroz e extremo. O outro, com uma mistura de tristeza e piedade.

Ver pena nos olhos de Caio, só fez aumentar ainda mais, á fúria de Paulo. Que direito, este sujeitinho dos infernos, achava que tinha, de se apiedar dele!?

Ainda mais, estando á beira de morrer, sob o crivo de uma bala!? Se tinha alguém ali, que era digno de pena, era este miserável e não ele!

Seus olhos, ficaram vermelhos de cólera e seu dedo, tremeu no gatilho. Seu oponente, ao contrário, nem ao menos, piscou.

Estava de certa forma, conformado com o seu destino. E dentro de si, de algum jeito; já desconfiava e esperava, que á história, que vivera com Marina; quando fosse descoberta por Paulo, só poderia mesmo, ter um final trágico.

Rezava somente, para que o seu algoz; não prolongasse em demasia, toda esta agonia; que ao seu ver, era totalmente desnecessária. Todavia, a julgar pelo rosto do citado; este iria se comprazer, em alongar o máximo que pudesse, este teatro tragicômico.

Resolveu então, o provocar, para ver, se acabava com isto tudo, logo de uma vez. Por isto, rompeu o silêncio reinante.

- Por que não atira, logo de uma vez!?... - á despeito de tudo, sua voz, saiu baixa e calma- Se vai mesmo, me matar... e é óbvio que vai...por que não faz isto, logo de uma vez!?... Por que não dá vazão, a toda esta tua insanidade e acaba com a minha raça, como você... tanto quer!?... Porque se você, ainda não percebeu, Paulo; esta tua relutância, está ridícula!!!!!!!!!!!... Isto, para dizer o mínimo!!!!!!!!!!!

- Como você ousa, seu maldito, me desafiar desta forma!!!!!!!!!!!???????????... - gritou, totalmente encolerizado- E ainda por cima, ter á petulância, de me chamar de ridículo!!!!!!!!!!!???????????... Nem mesmo, em vias de morrer, você perde, toda esta tua empáfia!!!!!!!!!!!???????????... Você...não tem um pingo de medo da morte!!!!!!!!!!!??????????... Você...sempre se achou....melhor do que eu, em tudo, não é!!!!!!!!!!!???????????... Sempre...se julgou superior!!!!!!!!!!... O...irresistível!!!!!!!!!!

- Você está completamente louco!!!!!!!!!!!... Eu...nunca me achei melhor do que você!!!!!!!!!!!... E nem do que ninguém!!!!!!!!!!!... E quanto a ter medo da morte...não!!!!!!!!!!... Eu...não tenho o menor!!!!!!!!!!... Afinal de contas, todos nós, cedo ou tarde iremos morrer um dia! Independentemente de querermos ou não!!!!!!!!!!!

- Então é assim, não é!!!!!!!!!!!!????????????... Você, vai bancar o valente!!!!!!!!!!!!??????????

- Não, Paulo!!!!!!!!!!!... Apenas, estou disposto, a aceitar o meu destino, com toda á dignidade, que me for possível!!!!!!!!!!

- Pois muito bem, então!!!!!!!!!!... Vamos ver, até onde vai, esta tua dignidade!!!!!!!!!!!... Se você, quiser morrer, de forma rápida e indolor; terá que ficar...de joelhos aos meus pés!!!!!!!!!!!... E gritar, implorando, para que eu, não te mate!!!!!!!!!!!... Caso contrário, terá uma morte...bem lenta e dolorosa!!!!!!!!!!... Você escolhe!!!!!!!!!!!

- Nunca!!!!!!!!!!!!... - gritou, o mais alto que pôde- Eu, jamais, vou me ajoelhar aos teus pés, Paulo!!!!!!!!!!!... Muito menos, te implorar alguma coisa!!!!!!!!!!!... Nunca...te darei este prazer!!!!!!!!!!!... Morrerei em pé, como um homem que sou!!!!!!!!!!!... Não, de joelhos, como um rato!!!!!!!!!!!

- Então...á tua escolha...é pela dor e lentidão!!!!!!!!!!!???????????

O rapaz, nada respondeu. Mas, seu silêncio, teve mais eloquência, do que todas ás palavras.

- Que seja então!!!!!!!!!!... Assim será!!!!!!!!!!!

- Faça...como bem quiser e entender!!!!!!!!!!... Eu...não me importo, a mínima!!!!!!!!!!!!

Paulo, posicionou o dedo no gatilho e mirou, diretamente á testa de Caio. E este, se manteve firme e com o olhar fixo, no de seu inimigo mortal.

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