SERÁ QUE IRÁ ACONTECER!?

92 9 9
                                    

Ficaram se olhando, sem trocarem nenhuma palavra, durante alguns minutos; que pareceram para ambos, como se fossem longos demais. Nenhum dos dois, tinha a menor ideia, do que deveria ser dito neste momento.

Estes olhares silenciosos, eram aflitivos. Até que deveras perturbado pelo mutismo; Rafael, resolveu o romper.

- Eu...sinto muito...por você...ter sido obrigada...a presenciar esta cena,tão desagradável e tremendamente desnecessária, Mi!...Sinto...de verdade mesmo!... Eu...fiz tudo o que podia, para a evitar!...Tudo mesmo!... Mas, o Paulo...acabou...por me fazer...perder á paciência por completo!... Aquele sujeitinho, é capaz de fazer...até Um Santo, se duvidar...Perder...completamente á Compostura!... Porque ele, é simplesmente...intragável!

A garota, optou por não redarguir. Porque para falar á verdade, nem sabia o que dizer ou...se deveria o fazer. Se sentia meio confusa, em relação aos seus sentimentos.

Não existiam explicações; pelo menos, não, plausíveis, para a miríade de sensações, deveras conflitantes; que a estavam atormentando. A razão e a emoção, batalhavam dentro dela; disputando o direito de a dominar.

A maneira, com que estava se sentindo, era diferente, de qualquer outra, que já houvesse sentido anteriormente. Era também assustadora.

A realidade, fora que apesar de tudo, o que Paulo, lhe fizera sofrer e chorar; de certa forma, sentira pena dele. Não sabia o porquê. Mas, sentia.

Acreditava sinceramente, que já não sentia mais, o menor carinho que fosse, pelo seu ex. Que dirá amor.

Não era humanamente possível, pois, que o sentisse. Afinal de contas, á criatura, tinha sido plenamente monstruosa com ela.

Pisoteara o seu pobre coração, sem o menor dó ou piedade. E destruíra, todos os sonhos que tivera, de ser feliz ao lado dele.

O ver, no entanto, levando um soco do padrinho dela e sendo escorraçado da casa, tal qual, um cão sem dono; não lhe foi uma visão...nada agradável!... Apesar de ela mesma, ter dito palavras, duras e cruéis para o sujeito; não esperara tal atitude, tão grotesca, vinda de Rafael. Cujo até este presente instante, considerava ser...uma pessoa suave, cordata e dotada de infinita parcimônia.

O admirava com profundidade. Todavia, esta admiração, ficara abalada de certa forma!...

Não poderia negar isto!... E isto, talvez, se devesse ao fato, de que desde a sua mais tenra infância; o colocara, em uma espécie de pedestal!...

O classificando, como se o mesmo, estivesse...acima da média, dos meros mortais!... Uma crença infantil, profundamente enraizada; portanto, era difícil, de ser eliminada!

Então, estando sendo confrontada, com á visão da realidade; de que o ídolo, do seu período pueril; não passava tão somente, de um ser humano normal, passível de falhar e cometer equívocos, a fez ficar um tanto quanto decepcionada. Não sabia precisar, se com ele ou com ela mesma; por ter pensamentos, tão repletos de tola ilusão!

Afinal de contas, qual era á pessoa neste mundo, que nunca errava ou falhava, em alguma fase de sua vida!?... A resposta, era óbvia!... Nenhuma!....

Todos nós, justamente por sermos...meros pecadores; já cometemos algum equívoco, em alguma circunstância de nossa existência!... E não poderia vir a ser diferente, com o Rafael!

O homem, a via deste modo, parada diante dele, silenciosa e interpretava tal fato; como á prova irrefutável, de que o seu maior e pior medo; tinha todo e total fundamento. Milena, na concepção dele, ainda amava Paulo.

Amor Além da Vida( Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora