Prólogo.

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Narrado por Demi.

3 anos antes.

Senti minha garganta arder por causa da quarta dose de tequila que eu ingeria naquela noite. Zoey, ao meu lado, já cambaleava, gargalhando tão alto que eu senti meus ouvidos zunirem. A música alta daquela festa também não ajudava muito, e claro que as luzes coloridas que rodeavam o local só ajudavam a me deixar tonta.

Bob, namorado de Zoey, logo tratou de encher meu copo de novo e eu sorri agradecida. Zoey começou a dançar a música agitada que tocava e eu ri da cara concentrada dela. Virei outra dose de tequila e estremeci.

- Ok, chega. –decretei assim que Bob fez menção de encher meu copo novamente- Estou comemorando, mas não quero entrar em coma alcoólico. –avisei e ele riu de leve, dando um gole direto da garrafa-

- Zoey não compartilha dessa decisão. –ele murmurou assim que minha amiga puxou a garrafa da mão dele-

- Devo honrar o meu apelido, meus caros. –ela falou e deu um gole também direto da garrafa-

- É isso aí, garota da tequila. –falei e ela riu-

- Nada como passar vergonha na última festa da faculdade. Essas pessoas nem mesmo vão se lembrar de mim quando partirmos para nossas vidas de adulto! –ela falou e suspirou, pousando a mão no ombro de Bob, enquanto olhava para algo atrás dela- Aquele cara está cuidando a Demi. –ela avisou sorrindo maliciosamente antes de virar seus olhos para mim- Ele é bonito. –ele me avisou e eu ri-

- Bem bonito mesmo. –Bob concordou e me encarou- Loiro, forte... –comentou e eu ri de novo-

- Nada como transar na última festa da faculdade. –Zoey falou e eu revirei os olhos-

- Fiquem à vontade. –apontei para as escadas da fraternidade-

- Até parece que eu vou transar no quarto de uma fraternidade. Não, obrigada. –Bob falou e Zoey riu assentindo-

- A gente vai transar no carro, depois que deixar você no seu apartamento. –ela falou e eu fiz uma careta-

- Obrigada pela informação, galera. –falei e eles riram- Vou no banheiro. –avisei e eles assentiram-

- Não se perca, Dê. –ouvi Bob pedir e assenti antes das as costas para os dois-

Senti a tequila fazer efeito assim que dei o primeiro passo, cambaleando levemente. Sorri e continuei caminhando, ignorando os resquícios de que já havia bebido demais. Subi as escadas da casa de fraternidade e cumprimentei algumas pessoas que estudaram comigo. Talvez trombe com essas pessoas na "vida de adulto" que me espera, talvez não. Me formei em Literatura e essa é, como já antes dito, a última festa da faculdade para mim e para a maioria no local. Vim mais por insistência de Zoey, já que eu não gosto muito de festas e prefiro mil vezes estar na minha cama com algum livro. Depois de quatro anos só estudando, concordei com Zoey quando ela disse que eu precisava terminar meu legado universitário com grande estilo. E que estilo, ironizo assim que a porta do banheiro é aberta e uma menina sai do mesmo limpando a boca com as costas da mão. Não precisei respirar fundo para sentir o cheiro de vomito ali de dentro. Com uma careta eu me afastei e decidi que teria que entrar em algum dos quartos para achar um banheiro. De quatro portas, duas estavam trancadas, uma era de um armário e a outra abriu com tanta facilidade que eu nem acreditei.

Na verdade, não acreditei mesmo quando olhei para a cena na minha frente. Porque sim, meus caros, eu tinha acabado de invadir um 'ménage a troes' de um cara e duas moças. Paralisada, eu segurei a risada quando as duas logo se cobriram com peças de roupa e o cara abriu um sorriso malicioso e nojento antes de passar a língua pelos lábios e se sentar na cama, tirando uma das moças do seu colo.

Stay with me [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora