01. Life goes on

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Dois meses depois.

Dói na mesma proporção. Queria dizer que sessenta dias depois, eu já me sinto forte o suficiente para seguir minha vida, mas não posso. Não tenho forças e nem vontades. Só dor! Mas não pense que por causa da minha falta de força minha vida deixou de seguir. A minha vida, infelizmente, não parou. O tempo não para, nem espera o momento que eu vou superar tudo.

No dia do enterro de Colin, logo que acabou, e eu estava sentada na grama, encarando sua lápide, meu pai decidiu que me levaria para a casa dele em Londres para eu passar um tempo. Não tive forças para recusar, só fui. Meu pai se esforçou para me ver melhor, minha madrasta fez o mesmo, mas nada me deixaria melhor.

Passei dois meses na casa do meu pai, mas como eu disse, a vida não ia parar e esperar o momento que eu fosse me sentir melhor. Meu lugar é em Chicago, e eu tive que voltar.

Era sábado à noite quando cheguei em Chicago, e eu sabia que seria como cravar uma faca no meu coração quando eu abrisse a porta de casa. Da casa que eu e Colin compramos e decoramos juntos. Por isso, quando peguei meu carro no aeroporto, eu decidi que demoraria o máximo na rua para não entrar em casa. Passei em uma loja de conveniência e comprei algumas coisas para comer. Dirigi pelo centro da cidade, por alguns pontos turísticos e cada vez eu me sentia mais boba. O que eu estava esperando? Teria que entrar em casa, e teria que fazer isso sozinha.

Como última parada, entrei em uma farmácia, pois o motivo do meu retorno estava baseado no que eu compraria ali dentro. Fiz o pedido para uma das atendentes e perambulei pelos corredores da farmácia pequena enquanto ela buscava o produto. Peguei mais algumas coisinhas sem importância e caminhei até o balcão, ainda esperando a funcionaria. Bati minhas unhas no vidro como sinal de impaciência e fitei meu esmalte descascado, sentindo minhas costas doerem pelas horas que passei sentada. Ajeitei minha postura quando vi de relance um cliente parar ao meu lado e entregar uma caixa de camisinhas para um outro funcionário, mas não olhei para o lado.

- Boa noite, senhor. –o atendente murmurou e eu continuei fitando minha unhas, tirando o esmalte descascado-

- Boa noite. –ouvi e reconheci a voz prontamente. Antes que pudesse me frear eu já olhava para o lado-

Ele se virou ao mesmo tempo, provavelmente estranhando meu movimento brusco e então arregalou os olhos.

- Demi. –Joe murmurou e ouvir sua voz fez meu coração apertar-

A última vez que o vi foi no enterro de Colin. Ele estava com os pais de Colin e parecia tão quebrado quanto eu. Joe perdeu seu melhor amigo, seu irmão de outra mãe. Sua dor é diferente da minha, mas sei que dói tanto quanto.

- Oi, Joe. –murmurei e no fundo até tentei sorrir educadamente, mas não consegui chegar nem perto-

- Você... –ele passou a mão pelos cabelos- Você voltou hoje? –ele perguntou-

Assenti devagar e o observei mais atentamente. Na ultima vez que o vi, Joe tinha os olhos vermelhos assim como os meus, tinha também machucados por algumas partes do rosto e do corpo e tinha o olhar perdido. Agora ele estava diferente. O rosto não tinha mais machucados, os olhos não estavam mais vermelhos e nem pareciam mais perdidos. Sem brilho, talvez. Joe aparentava estar bem e eu invejei aquilo. Sei que no fundo ele não estava. Sei disso por causa da amizade linda que ele tinha com Colin. Mas ele parecia estar bem enquanto eu parecia destruída. Queria fingir tão bem quanto ele.

- Como você está? –perguntei observando-o e ele fez uma careta-

- Hm... Bem, eu acho. –ele murmurou e balançou a cabeça-

- Serão apenas as camisinhas, senhor? –o funcionário perguntou e Joe desviou seu olhar de mim, aparentando estar sem graça e assentiu para o funcionário-

Tive vontade de rir, mas não passou disso. Fazia um bom tempo que eu não ria. Meu pai bem tentava, junto com sua esposa, mas eu simplesmente não conseguia me divertir. Não sei se estou pronta para isso.

- E você? Como está? –ele perguntou quando eu desviei o olhar e bati novamente as unhas no balcão-

Dei de ombros como resposta, já que eu não saberia explicar minha situação atual. Não estou bem, verdade seja dita. Nem ao menos sei se algum dia vou ficar.

Como se para responder essa pergunta, a funcionária que me atendeu se aproxima e eu me desespero, pois Joe ainda está do meu lado.

- Aqui está, senhora. Esse é o melhor teste de gravidez que nós temos. –ela falou como simpática e eu quis sumir-

Sentia o olhar de Joe colado em mim, mas não me atrevi a retribuir. Apenas assenti para a atendente e peguei minha carteira, entregando o dinheiro para ela.

Joe não precisava de muito para entender o que estava acontecendo. Quando finalmente a atendente me entregou a sacola com o teste, eu saí porta a fora sem nem me despedir dele. Quando sentei no banco do motorista do meu carro, Joe saía da farmácia correndo, mas parou quando eu dei partida.

Enquanto dirigia, olhei de relance para o pacote no banco ao lado. Fiz uma careta e desviei o olhar. Não posso estar grávida! Espero que os enjoos que tenho sentido e o atraso, sejam sintomas de uma doença grave. Não me importo com o que seja, desde que não seja uma gravidez. Não saberia lidar com isso. Não sem ele para me ajudar.

 Não sem ele para me ajudar

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É, não me aguentei e tive que aparecer par postar o primeiro capítulo dessa história que tá mexendo muito com o meu lado emocional, e com certeza vai mexer com o de vocês também. 

Algumas coisas estão diferentes em questão de estilo sobre a minha escrita. A mais notável (que talvez ninguém tenha notado) é que agora os capítulos terão nomes. Provavelmente, sempre sendo um nome relacionado ao capítulo (obviamente). E sempre serão nomes escritos em inglês, e se você não sabe ler em inglês... Ah, colega, Google Tradutor tá ai, né? 

Outra coisa sobre a história, é que apesar do romance ser JEMI, vocês provavelmente vão acabar gostando muito do Colin, que mesmo não aparecendo, ele será muito citado e vocês vão ver que ele era um cara muito legal. 

Mais uma coisa... Os capítulos serão alternados entre narrações de Demi e de Joe (na maioria das vezes). Nas antigas, eu fazia isso também, mas sempre acabava tendo um dos dois com mais capítulos narrados. Dessa vez quero fazer quase parelho. 

A história é mais puxada para o drama, mesmo não sendo totalmente drama, já que é romance, né? Mas mesmo assim, é uma história de duas pessoas lidando com a morte de uma pessoa muito importante na vida de ambas e JEMI vai sofrer bastante nessa história. Consequentemente, sofreremos junto. 

Ainda não tenho um cronograma grande dessa história, e ainda não tenho muitos capítulos escritos. Não sei dizer ao certo quando vou postar o próximo, mas provavelmente em breve. Aguardem!

Espero que gostem, e espero que comentem muito. 

Stay with me [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora