35. It's all right

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Narrado por Demi.

Atualmente.

- E o que você fez? –Zoey perguntou, abrindo a caixa de pizza que estava no seu colo e pegando um pedaço-

- Eu fiquei congelada no lugar. Você bem sabe que eu não gosto dela. –resmunguei e ela riu, me olhando- Então eu me lembrei que quando estávamos o hospital, você comentou que Joe havia ficado com a chave da livraria. –fale e ela pareceu incrédula- Então, quando Joe se aproximou da porta, eu pedi a chave. –dei de ombros e suspirei-

- Amiga, você é muito inteligente. Eu nunca pensaria em algo assim. –ela falou surpresa e eu ri, mesmo que por dentro eu ainda estivesse incomodada- E ele? –ela perguntou-

- Ficou todo atrapalhado e foi pegar a chave no carro. Eu fui com ele, mas ele não disse nada, ficou apenas me olhando por uns segundos, totalmente em silencio, como se estivesse esperando alguma reação minha. –respondi e revirei os olhos-

- E qual foi a sua reação? –ela perguntou-

- Eu não reagi de forma nenhuma, ora. O que queria que eu fizesse? –perguntei e ela ergue a sobrancelha- Desculpa, não quis ser grossa, mas é que... Isso é um grande absurdo. Margot na casa dele, descalça, bebendo vinho, usando pouca roupa, com aquela cara de que ia transar naquela noite. Provavelmente transou. Joseph não vale nada. –despejei tudo, me sentindo indignada e Zoey ficou me olhando- Não me olhe desse jeito. É errado o que ele está fazendo. –eu disse e ela abriu um sorriso pequeno-

Na segunda-feira, Zoey recebeu alta e decidimos que íamos ficar uns dias sem abrir a livraria. Como Bob foi trabalhar, depois de muito relutar, eu e Zoey ficamos muito bem aconchegadas na sua cama, com muitas cobertas, muitos chocolates e uma pizza. Era o programa ideal, e estava sendo ótimo.

- Ok, Dems, mas... Porque é tão errado? –ela perguntou, largando o pedaço mordido de volta na caixa e limpando sua mão num guardanapo-

- Porque... –hesitei e balancei a cabeça, pensando em uma boa resposta- Porque Margot é ex-namorada do Colin. –eu falei e ela arregalou os olhos-

- Oh, meu Deus, é sério que essa é sua resposta? –ela perguntou indignada e debochada- Você acha que Joe está errado por talvez ter dormido com Margot, o que você não tem certeza, porque ela é ex do Colin, sendo que Joe dormiu com você, há mais de uma semana, e você também é ex do Colin. –ela disse-

- Exato! –falei e ela riu, jogando as mãos para cima em um sinal de desistência- Qual é o problema dele de se envolver com as ex's do Colin? Ele tem algum problema? –perguntei e ela balançou a cabeça-

- Você tem um problema. Essa dificuldade de admitir seu ciúme, é um grande problema. –ela falou e eu bufei, inconformada-

- Não tenho ciúmes, mas Joseph é um idiota. –eu falei e cruzei meus braços, me sentindo uma criança mimada-

- Dems, não é porque você viu a Margot na casa dele. É porque você viu uma mulher na casa dele. Simples assim. –ela falou e eu a olhei-

- Você é insuportável as vezes. –resmunguei e ela revirou os olhos-

- Estou grávida. Não pode falar assim comigo. –ela disse e eu bufei-

- Não estou falando do bebê, estou falando de você. –falei e ela sorriu-

- Bobinha. –falou e eu sorri de volta, tirando a caixa de pizza do caminho e me deitando ao seu lado-

- Estou precisando de férias. –falei e ela me olhou-Estava pensando... Você não pode voltar a trabalhar na livraria até o bebê nascer. –eu fale e ela assentiu, prestando atenção- E se... E se fechássemos ela por um tempo? –perguntei e ela ergueu as sobrancelhas- Eu estava pensando em passar um tempo em Londres com meu pai. Assim você repousa como lhe foi mandado e eu relaxo um pouco, longe daqui por um tempinho.

- Quanto tempo? –ela pergunta e parece gostar da ideia-

- Sei lá, uns dois meses. –dou de ombros e ela pensa a respeito-

- E Mike? –ela pergunta-

- Nós podemos demiti-lo. –eu falo- Se, quando eu reabrir, ele ainda estiver desempregado, nós o contratamos de novo. –eu digo e ela continua pensando-

- Eu gosto da ideia. –ela diz e eu sorrio- Estamos muito sobrecarregadas. –ela fala e eu assinto-

- Ok, podemos fazer isso. –ela diz e pega minha mão- Somos duas madames. –ela falou e eu dou risada-

Passo mais um tempo ali com ela, até que decido ir para casa. Me despeço, arrumo a bagunça que fizemos e depois vou embora. Decidimos que no dia seguinte vou começar a organizar tudo para o fechamento. Mas antes de começar a organizar isso, sei que tenho uma coisa a fazer. Dobro em uma esquina e sigo por um caminho diferente. Um caminho que não faço há um bom tempo.

Apreensiva, logo estaciono meu carro em frente ao cemitério e desço. Caminho hesitante, com o peito apertado, por entre os tumulo até chegar no seu. Respiro fundo e me ajoelho em frente à marcação do seu tumulo. Encaro sua lápide e passo a mão pela grama, sentindo dentro de mim algo mudar.

- Está tudo bem, Colin. –eu sussurro e fico olhando seu nome na lápide- Eu fiquei bem, afinal de contas. –falei e sorri fracamente- Você não precisava ter ido, mas eu aceito sua ida. –falo e limpo uma lágrima que escorreu- Ele cuidou bem de mim. Sei que pediu a ele para fazer isso, mas no fundo eu acho que ele faria isso mesmo sem que você tivesse pedido. Eu... Eu sei que uma parte de mim sempre vai amar você, mas agora não é mais essa parte que me domina. –eu murmurei e balancei a cabeça- Me desculpe por não ter vindo antes. Eu pensei que a dor seria tão forte que eu me perderia dentro dela e não conseguiria voltar. Dói, Colin. Dói muito, mas está tudo bem. Essa dor precisa estar aqui. É a dor da minha lembrança. Eu consigo viver com ela. Está tudo bem. –falei e me levantei. Dei alguns passos e pousei minha mão na sua lápide. Respirei uma respiração tremula e difícil- Eu segui em frente. –falei por fim antes de dar as costas para sua lápide-

 –falei por fim antes de dar as costas para sua lápide-

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Stay with me [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora