Capítulo 2

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Na mansão do Sérgio Smith, Natalie Smith chegou no quarto e viu a sua melhor amiga Kelly bem concentrada no celular e sentada na cadeira da escrivaninha. Então chegou de mansinho para ver o que ela estava fazendo.

— Kelly! Não, cara! — Kelly a olhou espantada — Eu não acredito que você está procurando namorado no Tinder!

— Ora, mas por quê? Eu estou na seca faz tempo.

— Você não precisa disso! Você é amiga da mais popular do colégio. Esqueceu?

— Eu sei, amiga. Mas conheço uma menina do nosso colégio que encontrou um boy maravilhoso nesse aplicativo. Além do mais, no nosso colégio só tem crianção. E eu quero um homem de verdade.

— Não é verdade. No nosso colégio tem uns caras legais, sim.

— Hum... Já estou até imaginando de quem você está falando...É dele, né?

— Sim. Rodrigo Tardelli, o meu homão da porra! E ele tem um amigo, o Thomas.

— Nossa... O Thomas parece um anjinho com aqueles cabelos loiros cacheados. Mas nunca me deu bola.

— Tem certeza? Eu já o vi te olhando.

— Sério? Vou tentar reparar nisso... Mas chega de falar de mim! Como estão as coisas com o Rod?

— Ontem, nós dois fomos ao cinema. E depois rolou uns amassos quando subimos para o meu quarto.

— Sério? Que maravilha, amiga! Vocês formam um casal muito lindo!

— Já imaginou se eu o namorar? As meninas vão morrer de inveja! Não, sem falar nas minhas redes sociais... Vão chover de comentários e curtidas.

— Não acredito que estou ouvindo isso...— disse Laura, chegando no quarto e ouvindo a conversa. — Natalie, relacionamentos são para serem vividos e não para serem exibidos para ganhar curtidas e comentários.

— Maninha, quem te chamou na conversa? Me erra, cara! — disse Natalie, jogando uma almofada nela.

— Já estou de saída mesmo. Só vim procurar o meu fone que você pegou e não me devolveu. — respondeu Laura, pegando a almofada e a jogando de volta, mas a acertou em Kelly.

— Aí, garota! — gritou Kelly.

— Foi mal, Barbie. — disse Laura, pegando o fone em cima da escrivaninha e saindo do quarto.

— Cara, não é possível! Às vezes sinto que a minha irmã foi trocada na maternidade. Ela não se parece nem um pouco comigo. — disse Natalie, olhando para Kelly.

— Relaxa, amiga. A sua irmã não entende dessas coisas, né? Ela nunca namorou sério na vida.

— Pior que é verdade. Mas quem que vai querer uma mal-humorada como ela? Eu ainda sou forte de aguentá-la.

Ela e Kelly acabaram dando gargalhadas. Natalie não se dava bem com a irmã. Eram raras as vezes que combinavam em alguma coisa.

Já era mais ou menos umas oito horas da noite, e a campainha tocou. Laura estava deitada no sofá e, antes que a empregada, Maria, fosse abrir a porta, ela foi atender. Quando abriu, viu o Rodrigo Tardelli em sua frente todo sorridente.

— Boa noite, Laura!

— Boa noite, Rodrigo. — disse ela, sem graça.

— A Natalie está?

— Sim. Vou avisar que você está aqui. Entra aí...

— Ok. Obrigado.

Natalie e Laura moravam com o pai e os empregados em uma mansão de dois andares. A mãe delas não queria responsabilidade e acabou abandonando as filhas quando eram bem pequenas e o marido. Nunca mais Sérgio Smith ouviu falar sobre ela. Também não fazia questão. Ele era um homem muito ocupado com a loja que tinha no Rio.

NATIESE - Uma patricinha em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora