Capítulo 63

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Laura começou a passar a mão por dentro da camiseta de Betão, mas ele interrompeu o beijo e sentou-se como estava antes e ficou olhando para frente com um jeito bem confuso. A garota levantou-se também e sentou-se ao lado dele. Sem se olharem, ele disse a ela:

— Pode me colocar na sua lista, porque agora sou mais um ficante seu, né?

Laura ficou sem graça e pegou no rosto dele, tentando fazer com que o garoto olhasse para ela.

— Ei, claro que não... Esse beijo aconteceu sem que estivéssemos esperando. E foi muito bom. Tenho certeza que você curtiu também.

Ele olhou para a boca dela e voltou a encarar os seus olhos.

— Você está confusa, Laura. Só isso...

Ele acabou levantando-se e ela também. Os dois ficaram de frente para o outro tentando entender o que tinha acontecido naquele momento. Mas Betão já estava formando uma ideia sobre isso. Não ia dar certo.

— Eu acho melhor eu ir. — disse ele ainda a olhando.

— Não quero que vá embora por causa disso. — pediu Laura — Nós podemos continuar jogando.

— Não... Eu tenho que ir mesmo. Minha mãe deve estar precisando de mim em casa. Você sabe, né? Ela acaba bebendo muito com o namorado dela e depois eu tenho que cuidar dela. Depois no vemos... Qualquer coisa, me liga.

— Eu te acompanho até a porta...

Os dois desceram a escada em silêncio. Maria estava na sala limpando os enfeites da sala e observou os dois irem até a porta. Ela então disse ao Betão:

— Humberto, você não vai ficar para almoçar?

Ele e Laura sorriram por Maria ter dito o nome verdadeiro dele. Betão havia ganhado esse apelido quando jogava futebol com os amigos. Tinha dois Betos jogando. Como o outro era mais baixinho, Humberto ficou sendo chamado de Betão por ser mais alto. Assim, esse sobrenome acabou pegando até no colégio.

— Não, Maria. Eu tenho que ir. Mas eu agradeço pelo convite.

— Não tem de quê. Você é muito bem-vindo aqui.

— Obrigado, Maria! Até logo.

Ele ainda lançou um último olhar para Laura e depois saiu da mansão. Maria ainda continuou observando a garota e percebeu que alguma coisa tinha acontecido entre eles.

— Aconteceu alguma coisa, Laura? — perguntou Maria.

Laura aproximou-se e sentou-se em um dos braços do sofá.

— Na verdade sim, mas promete que não vai contar nada para o meu pai?

— Prometo.

— Eu e o Betão nós beijamos lá em cima.

Maria ficou surpresa ao ouvir. Como assim? Ela nunca tinha pensado que um dia esses dois poderiam ter algo.

— Minha nossa... Mas vocês dois não são amigos?

— Somos, quer dizer... Não sei mais...

Maria aproximou-se dela e sentou-se ao seu lado.

— Entendi... Você está confusa, Laura.

NATIESE - Uma patricinha em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora