Capítulo 73

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— Natalie, calma, eu posso te explicar.

Natalie sentou-se à mesa e respondeu:

— Por favor, me explique então, papai. Como assim a Laura não é sua filha?

Sérgio suspirou, e Maria observou o quanto ele não queria falar sobre esse assunto. Mas não podia fazer nada. Agora era a hora da verdade. Então, achou por bem deixarem o pai e a filha conversarem a sós.

— Natalie, a Laura não é minha filha de sangue. Mas isso não significa que ela não seja a sua irmã. Vocês são irmãs, sim, por parte de mãe.

— Então isso significa que o pai dela é outro? E quem é?

— Eu não sei quem é, Natalie. A sua mãe, a Lanna...

— Por favor, pai, não diga que essa mulher é minha mãe. Ela sumiu de nossas vidas!

— Eu entendo a sua indignação, filha. Como eu estava dizendo, a Lanna escreveu uma carta para mim antes de ir embora. E nesta carta, ela me pedia desculpas, porque depois que nos casamos, ela se envolveu com um antigo cliente da casa de mulheres em que ela trabalhava... Por isso, a Laura não é minha filha. Mas você é.

— Não acredito nisso... — balançou a cabeça em negativa — Como o senhor pôde se envolver com uma mulher como essa?

— Me desculpe, filha. Eu estava andando de carro perto dessa casa de mulheres e a vi... E ela era uma mulher linda e perfeita. Então a chamei para sair e acabei me apaixonando. Depois decidi tirá-la dessa vida... Mas não deu certo. — pensou um pouco em antes de falar — Você mesma deve saber do que estou falando... Com certeza, está apaixonada por esse Rodrigo.

— Não, papai. Eu terminei com o Rodrigo. Aliás, depois tenho que te contar uma coisa. Eu só quero saber agora o que vai fazer... O senhor vai contar tudo para a Laura?

— Natalie, eu não sei se posso contar isso a ela. Você sabe como é a Laura. Ela vai me odiar. E depois, não vai mudar nada. Eu a amo, mesmo não sendo minha filha de sangue.

— Papai, eu sei que vai ser difícil ela aceitar... Mas também não é certo esconder isso dela.

Ele suspirou, ficando bem pensativo sobre essa questão. Em seguida, olhou para a filha.

— Eu vou pensar com calma nisso.

— Faça isso, papai.

Em poucos minutos, Laura chegou na mansão. Jogou a mochila em cima do sofá e dirigiu-se até a mesa do almoço.

— E aí, família?! Tudo bem? — disse ela, sentando-se em uma cadeira ao lado de Natalie.

— Oi, filha. Como foi a aula? — perguntou Sérgio Smith.

— Foi normal, pai. Mas a minha irmã é que se deu bem hoje, né? Ela não foi estudar. Então, com certeza, fez coisas melhores que eu... — disse Laura, olhando para Natalie, deixando-a sem graça.

— Eu não me dei bem, Laura. Só acordei tarde. Por isso, perdi o horário. — explicou Natalie.

— Laura, deixa a sua irmã em paz. Agora vamos almoçar? Eu estou com muita fome.

Nisso, Maria trouxe a comida preparada para a mesa. Enquanto comiam, Sérgio Smith ficou ainda pensativo sobre o que conversara antes do almoço. Já Natalie olhou para a irmã. Tinha todos os motivos do mundo para odiá-la, mas não conseguia. Apesar de tudo, ela ainda era a sua irmã, mesmo que fosse apenas por parte de mãe.

NATIESE - Uma patricinha em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora