NATIESE - Uma patricinha em minha vida

Capítulo 24

— Vou, Ygor. Eu não quero magoá-la.

— Priscilla, ela vai se magoar se você disser "não". Poxa vida! A garota gosta muito de você.

— Vai ser melhor assim... A Laura merece alguém que a ame de verdade.

— Ai, meu Deus... E depois?

— Eu quero conquistar a Natalie.

— O quê? Não. Você não pode estar falando sério.

— Desde o primeiro dia de aula, não consigo tirá-la da minha cabeça. É mais forte que eu!

— Priscilla... Só para avisar: Não vai dar certo.

— Ygor...

— Não me olha assim. Eu me recuso a shippar "natiese".

Priscilla deu um sorriso. Em poucos minutos, Ygor chegou em frente à sua casa. Vitor não estava naquele momento. Ele trabalhava em uma sala na prefeitura do Rio de Janeiro, onde exercia a profissão de técnico de informática. E só chegava em casa a partir das cinco horas da tarde.

Quando entraram na casa, Ygor a levou até um cômodo em que fazia de salão de beleza. Lá, ele fazia pé e mão, coloração, cortava cabelos e tirava sobrancelhas.

— Ygor, você não me contou que trabalhava com isso.

— Ainda é informal. Mas quando eu terminar o terceiro ano, vou montar o meu salão de beleza no centro. Já tenho até o lugar.

— Isso é muito bom, amigo. Vai dar tudo certo e você vai ser um grande cabelereiro!

— Obrigado, amiga. Agora vamos fazer a sua transformação! Eu quero que você arrase nesse jantar dos Smiths!

Ygor falou para Priscilla se sentar na cadeira do lavatório e começou a lavar o cabelo dela. Enquanto o tocava, ele a elogiou, dizendo que o cabelo dela era muito bonito.

Enquanto isso, na mansão, Natalie estava em seu closet olhando algumas peças de roupa. Kelly também estava com ela e, como sempre, maravilhada com tudo que a amiga tinha guardado.

— Jantar especial... Quem será que vai jantar com vocês, Natalie?

— Eu nem faço ideia, Kelly. Eu só sei que vai vir alguém. O meu pai diz que não, e minha irmã está convencida que é só mais um jantar normal... Mas eu sei que aí tem coisa! É por isso que já estou olhando que modelito vou usar.

— Talvez seja um pretendente para uma de vocês duas...

— O quê? Kelly, o meu pai nunca faria isso. Ou faria?

— Não sei... Tem pais que gostam de escolher quem os filhos vão namorar. Ainda bem que lá em casa não é assim.

— Não. Não deve ser isso...

— Hum... Você não acha que pode ser o Rodrigo?

— Rodrigo?

— Talvez ele queira pedir a sua mão para o seu pai.

— Não. O Rodrigo não tem cara de que faz isso. E eu até me surpreendi dele ter me pedido em namoro. Sem falar que isso é pouco brega, né, Kelly? Quem pede a mão de uma menina aos pais hoje em dia?

— Mas eu acho isso fofinho. E não há nada demais nisso, até porque você é virgem!

— Cala a boca, Kelly! Se a Laura ouvir isso, vai fazer chacota da minha cara e vai contar para o colégio inteiro.