Todas as noites eu me deitava com a medalha que Suzanne me deu em minha mão, e eu sempre pedia proteção para o meu Dono e para o nosso bebê, já estava difícil ter uma posição na cama e eu tinha medo de fechar os olhos, apesar de saber que eu precisava descansar de sentir-me praticamente exausta durante o dia eu simplesmente não conseguia.
Na segunda-feira da semana seguinte nós saímos bem cedo eu precisava voltar a Londres, tinha consulta e Suzanne nos acompanhou, pois meu Dono não retornaria ele já tinha ficado uma semana afastado e precisava voltar, tinha uma palestra importante. Fomos de carro até Paris e de lá de trem até Londres, confesso que fiquei com medo de caminhar da estação até o carro que nos levou para a casa de meu Dono assim como no dia seguinte ao ir à consulta. Fiquei aliviada quando eu e Suzanne embarcamos novamente no trem para voltar à Normandia.
Está tudo bem com a minha gravidez, mas eu continuei fazendo questão de não saber o sexo, sei que meu Dono e Suzanne sabem e eles estão conseguindo manter esse segredo, quem olhar o enxoval não vai conseguir identificar se é para menino ou menina, mas existem algumas peças que estão fechadas em um baú e eu não faço a menor ideia do que seja.
De volta a Étretrat eu fiquei por um bom tempo apreciando aquela catedral que imagino no final da falésia, fiz uma imagem minha com a barriga de fora e ela ao fundo, tenho algumas fotos de todo o meu período de gravidez, ao dizer algumas estou sendo muito simplória, acho que Dono fez milhares, algumas podem ser vistas outras são apenas para os nossos olhos, o que falariam da imagem de uma grávida, acorrentada contra uma parede, pendendo de sua coleira uma corrente que passa por entre as nádegas vermelhas de palmadas e se perde por entre as coxas.
Mas também tenho uma série de fotos na mesma posição e que foram tiradas a cada mês passado, agora falta a última que será na véspera ou dia do parto para que se inicie uma nova fase de fotos a cada período com nosso(a) filho(a).
Estávamos na sala, eu e Suzanne conversávamos enquanto o Senhor Christopher lia e Joy me procurou pelo Skype, pedi licença e fui para o quarto conversar com ela.
- Quanta saudade Joy.
- Você está linda Queta, ficou muito boa essa última foto sua e aquela escultura em pedra feita pelo tempo, os ventos e o mar está fantástica.
- Obrigada eu estava me sentindo tão bem naquele momento que eu acho que por isso é que ficou boa. Mas me conta como você está como vai tudo com o Humberto?
- Estamos bem, minha amiga você não vai acreditar, mas estou a cada dia mais e mais envolvida com ele.
- Agora eu é que digo que você está apaixonada.
- Confesso que estou, ontem mesmo minha mãe me disse isso quando entrou no meu quarto e encontrou tudo arrumado, eu tive que ouvir dela. - "Só mesmo uma grande paixão para te fazer tomar cuidado com suas coisas."
- É mesmo agora que você falou estou me dando conta que não estou vendo roupa espalhada por aí.
Rindo Joy deu uma panorâmica pelo quarto arrumado.
- Quem te viu e quem te vê. O que um Humberto Gusmão de Azevedo Álvarez Y Álvarez não fez fez com você.
- É fez sim, e você gosta de chamar ele pelo nome todo.
- Claro que sim, quando eu poderia imaginar que minha amiga teria um namorado com um nome quilométrico e com um Y entre dois nomes iguais.
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Hugo & Henriqueta
ChickLitO retorno de Henriqueta Borges a Londres, agora como uma profissional contratada por uma universidade. Sua nova vida em um país estrangeiro e as adaptações às quais ela precisa se adequar para continuar a sua relação com seu Dono Hugo Hunter, tendo...