Capítulo 31 - O choque da morte

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            Só não caí por estar apoiada à mureta da ponte, senti a pressão do corpo de meu Dono contra as minhas pernas e ao olhar para baixo vejo a sua  cabeça baixa e pela posição me parecia que ele olhava para a sua mão espalmada e ensanguentada. Finalmente o grito saiu da minha garganta.

 Finalmente o grito saiu da minha garganta

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            - Nãããoooooooo! Nãããooooooo.

            - Doooooonooooooooo. Nãããoooooooooooooo. 

            - Por favor. Nããããoooooo isso nãããooooo.

            Eu estava completamente desesperada, o pavor tomava conta de mim, estava tudo se repetindo eu era atacada e quem estava comigo... 

            Ele então levantou sua cabeça, estava pálido e só então eu percebi a cabeça de outra pessoa, dei um passo ao lado e meu susto foi maior ainda, pois olhando para mim e para meu Dono estavam os olhos de Vivienne, sim era ela e agora eu a identificava, mesmo com a peruca negra. Era ela que vinha nos seguindo e agora ela nos atacou abertamente e atingiu meu Dono. Não me contive e parti para cima dela gritando.

            - Desgraçada, desgraçada. Eu te mato desgraçada!

            - Calma Henriqueta. Calma.

            Senti a mão de meu Dono afastando-me e eu nada entendia. Ele a estava defendendo? Alguém me amparou e vi ele amparando, cuidadosamente, a cabeça dela. Eu então consegui me abaixar e me aproximar no instante que ela começava a falar.

            - Eu não merecia isso, sempre fui dedicada a você, desde o primeiro momento que o vi, eu fui sua, toda sua, e estou provando  que apenas você importa, fiz o que fiz por saber que eu precisava ser sua, eu não podia deixa-la tomar o que era meu.

            - Não fale, calma o socorro está chegando.

            - Eu não tenho o que me era destinado só me restou proteger quem me importa nessa vida.

            Vi então meu Dono comprimindo logo abaixo do peito dela, a roupa toda ensanguentada, não foi ele o atingido e sim ela. Seus olhos voltaram-se para os meus vi que eles começaram a perder o brilho e ela golfou sangue ao tentar falar. Levei a mão ao seu rosto.

            - Fique firme, aguente o socorro está chegando, aguente Vivienne.

            Eu estava sendo sincera ao dizer e pedir a ela para resistir. Mas ela não me ouviu e virou-se para meu Dono.

            - Eu tentei por todos os momentos, depois de o conhecer, estar em seus braços. Não consegui viver neles mas agora finalmente estou neles, pelo menos no final eu o tenho cuidando de mim.

            Ela deu outra golfada e seus olhos perderam o brilho. Só então eu percebi o barulho ao redor, novamente alguém estava me amparando, ajudando-me a levantar, o som de sirenes machucavam meus ouvidos, meu Dono estava sentado na calçada com o corpo de Vivienne em seu colo, logo paramédicos e a policia estavam no local afastando as pessoas.

Hugo & HenriquetaOnde histórias criam vida. Descubra agora