Hugo & Henriqueta

Capítulo 2 - Primeira semana

            Ele já havia deixado tudo em sua casa pronto para a nossa chegada, não tive nenhum problema em preparar o nosso jantar com tudo o que ele havia deixado na geladeira e despensa, adorei ao ver uma garrafa de vinho com um laço de fita. Ele sabe que eu gosto, acho que eu disse a ele que aprendi a gostar de vinho com meus pais, sempre que havia uma data importante meu pai abria um bom vinho.

            - Mãe olha que simpático, uma garrafa de vinho para o nosso primeiro jantar aqui.

            - É simpático sim, tenho que dizer que ele é muito simpático sim e eu preciso falar com você sobre nossa conversa de hoje de tarde.

            Sei que ela falava de nossa quase discussão por conta de meu relacionamento com Hugo.

            - Eu sei que falei sem pensar mãe, me desculpa.

            - É eu não esperava que você falasse comigo daquela forma, mas também tenho a minha parcela de culpa, eu também não deveria ter falado da forma como falei, mas você entende que é minha filha única, que toda mãe sonha em ver sua filha casando, da mesma forma como foi comigo e seu pai. Mas hoje está tudo tão diferente e seu namorado é muito mais velho do que você.

            - Mãe, entenda uma coisa, eu nunca me senti tão bem e tão feliz com alguém como me sinto com Hugo, eu estou realizada com ele, sei que ele tem mais idade do que eu, e sei que você iria ouvir de suas amigas que ele teria idade para ser meu pai e um monte de coisas mais, mas a realidade é que eu gosto dele, me encantei por ele e quero-o exatamente como ele é. Mãe se ele não fosse o que ele é eu acho que eu não teria me apaixonado por ele.

             Pela primeira vez me peguei dizendo a palavra apaixonada para alguém, Joy muitas vezes me disse que eu estava apaixonada, é a minha amiga tinha razão e estava e nem sabia que estava.

            - Eu procuro entender minha filha, mas você sabe que não é fácil para mim, mas vou tentar entender eu prometo que vou, mas não vou te enganar dizendo que estou feliz, não vou ser falsa e querer mostrar algo que não é verdade.

            - Tá mãe eu entendo, mas você também não precisa mostrar para ele que não aprova e não gosta. Mãe nós temos agora uma vida nova pela frente.

             - Mas essa não é a vida que eu queria, não era dessa forma que eu pensava viver minha velhice, não é sozinha num país estrangeiro com uma língua que eu não entendo nada e sem seu pai que eu queria envelhecer.

             Vi a tristeza estampada em seu rosto, eu a abracei.

             - Mas mãe nem tudo é como nós queremos, muitas coisas já estão designadas para nós.

              Depois de um tempo abraçadas eu a deixei e fui abrir a garrafa de vinho, servi duas taças, jantamos e ainda conversamos muito, tenho que preparar minha mãe para estar sozinha e tenho pouco tempo para isso, preciso leva-la para conhecer as redondezas, aprender a usar o dinheiro, sei que isso vai ser muito complicado para ela.

            Logo vou ter que começar a trabalhar, vou passar horas fora e vou precisar ter tempo para meu Dono, quando penso nisso me preocupo com a cicatriz, depois do acontecido eu ainda não fiquei nua na frente dele, tenho usado blusas com o decote mais fechado, ficou muito feio e eu me sinto feia, pelo menos agora eu tenho uma desculpa em minha mãe.

            Fomos para os nossos quartos logo após o jantar o ainda estamos com o fuso do Brasil, assim que fiquei sozinha eu peguei a caixa que meu dono havia deixado sobre a cama, foi bom sentir novamente as sensações de ansiedade, sentir as mãos tremerem ao desatar o laço, abri um grande sorriso ao ver um H preso a uma fita e junto o já tão conhecido envelope e dentro um bilhete. – "Minha menina tenho visto muita gente usando esse tipo de adorno, quero que o coloque assim que ler esse bilhete e quero que use amanhã." – Imediatamente eu o peguei e prendi ao meu pescoço, agora eu sei o que representa isso, agora não, já percebi o que isso representa quando me entreguei a ele como sua submissa.