• Thirty Two •

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* Sunny On *

Os efeitos do fim do outono já estavam se tornando perceptíveis. Coloquei dois casacos finos e quando saí, coloquei mais um. Era sexta e ao contrário das meninas, eu não teria aulas, então aproveitei a manhã para ir ao supermercado comprar as coisas pra casa antes de ter que ir ao orfanato. Depois de três semanas frequentando aquele lugar finalmente estava me sentindo acostumada às crianças.

Cheguei ao supermercado, peguei minha carteira e o celular e saí.

Já havia algumas decorações de Natal nas ruas mesmo ainda faltando quase um mês, esse ano foram mais rápidos. Decidi que eu deveria comprar algumas decorações para a nossa casa, mas não sabia se as meninas comemoravam.

Estava concentrada na minha lista de compras quando esbarro meu carrinho no de alguém.

Eu: Opa, me desculpa, eu estava distraída!- Dei meu sorriso desengonçado ate que olhei pra pessoa. - Ah, Hoseok! - Disse abaixando minha voz. Pelo seu olhar parecia ter se sentido ofendido pela minha falta de animação com a sua presença.
JH: Olá, quanto tempo!- Sorriu pra mim.
Eu: Faz só três semanas, Hoseok. E nos vemos quase todos os dias na faculdade.
JH: É, mas eu estava acostumado a conviver com você, você quase morava na minha casa.
Eu: É... - falei me fazendo de desinteressada olhando para as prateleiras.
JH: Eu sinto a sua falta! - Não olhei pra ele. Hoseok tinha mania de achar que se fizesse algo que pensaria que ia fazer meu coração "derreter" eu deixaria pra lá nossa briga, ele sempre fez isso.
Eu: Nem começa!
JH: Desde quando você ficou com esse coração gelado, Jesus! - Olhei pra ele com cara de obviedade. Ele sorriu e abaixou a cabeça. Ele não parava de andar atrás de mim e quando passou por mais decorações puxou mais assunto. - E ai, vai decorar sua casa pela primeira vez nesse ano?
Eu: Eu não sei se as meninas gostam, vou ver com elas. Quem sabe!
JH: Legal, quem sabe eu possa te ajudar na decoração como sempre fizemos nas nossas casas?
Eu: É, vamos ver!- respondi, mesmo sabendo que provavelmente aquilo não aconteceria.

Ficamos conversando por mais alguns minutos, sem pressão. Ele consegue me fazer esquecer que é um idiota as vezes.

Voltei pra casa, fiz algo para comer e depois fui para o orfanato. As crianças estavam se acostumando comigo lá e a pequena Sun ainda estava decidindo se gostava de mim ou não. Chanyeol só apareceu às 18. hrs, faltando 1 hora para mim ir embora. As crianças estavam tomando banho e as ajummas estavam preparando o jantar.

Eu e Chany estávamos nos vendo quase todos os dias, então conversávamos bastante. Pude perceber sua maior participação nas nossas conversas e não só respostas como "entendi" ou "interessante".

Eu: Então, qual a sua história?
CH: Como assim minha história?
Eu: Como você descobriu esse lugar e por que a Sun? - perguntei curiosa.
CH: Ah.. - sorriu fraco olhando pro horizonte. - Uma longa história.
Eu: Eu ainda tenho uma hora!- Disse olhando pro meu pulso como se lá tivesse um relógio. Ele respirou fundo e começou a falar.
CH: Tudo começou com a minha ex-namorada. - O olhei confusa, o que ela tinha a ver? Ele percebeu minha dúvida e continuou. - A gente namorava tinha um tempo e um dia descobrimos que ela estava grávida. Eu tinha acabado de sair da faculdade e arranjado um emprego e gastei todo o meu dinheiro com coisas pro bebê no meu apartamento. - Ele fez uma pausa.
Eu: Mas o que aconteceu? Você tem um filho?
CH: Eu descobri que era de um amigo na faculdade. Depois de me contar ela foi embora com ele pra China. Só Deus sabe onde eles estão hoje.
Eu: Ai Meu Deus, Chany. Eu sinto muito!
CH: Tudo bem, no fundo eu não estava preparado pra ser pai. Só agradeço por não ter chegado a ver a cara do bebê, eu não a deixaria ir embora se isso tivesse acontecido... Preferia não ter descoberto o sexo também.
Eu: ... Era uma menina! - Concluí e ele assentiu sorrindo fraco novamente.
CH: Um dos últimos exames que ela fez aqui ficaram no quarto do bebê e quando desmontei tudo, eu vi. No mesmo dia procurei um orfanato para doar as coisas e quando cheguei aqui vi Sun Hee. Ela tinha acabado de chegar, veio de uma família de drogados e sua mãe morreu 9 meses após seu nascimento, o pai não a quis. Ela sempre foi uma criança diferente, quase nunca está com as outras crianças. Tudo o que eu queria era voltar com tudo pra minha casa junto com ela, mas eu sabia que com a minha idade e sozinho eu não seria um bom pai. Então eu fiz uma promessa de que sempre estaria por perto ajudando o orfanato e o que eles precisassem principalmente a Sun. Eu sou só o padrinho dela, mas a amo com todas as forças. Um dia ainda tiro ela daqui.
Sunny: Uau.. - Suspirei. - você sabe que está salvando a vida dessas crianças, não sabe? - Ele sorriu e assentiu, sorri também.
CH: Sabe, eu gosto desse seu lance natural de ser - Mudou de assunto.
Eu: Meu...lance?
CH: É, você não força o que sente e nem esconde também. Você é verdadeira. - Sorri. - E também muito curiosa. - Esbarrou o ombro no meu e eu fiz o mesmo.

Forever, We are Young (Part. BTS)Onde histórias criam vida. Descubra agora