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Acordei zonza e com a visão completamente desfocada. Parecia que tinha sido drogada. Mal me conseguia mexer. Quando tento mexer as mãos noto que elas estão atadas com uma corda, tal como os meus pés.

Onde estou!? O que aconteceu!? Eu fui raptada!? O que querem de mim!? Será que me vão fazer mal!?

Tentei manter a calma, tentando levantar-me do chão.

- Olá? Está aí alguém? Ajudem-me!

Por mais que gritasse por ajuda, ninguém aparecia.

-Por favor... Alguém me ajude... -Peço deixando rolar lagrima pela minha face.

E passado uns minutos ouço a porta ranger, levanto a cabeça e encaro a porta aberta e uma figura masculina la parada.

O meu olhar rapidamente foi atraído pelos olhos incrivelmente brilhantes e negros do rapaz corpulento e alto que me observava com uma expressão fechada.

-O que querem de mim? - Pergunto receosa.

- Para ser sincero, eu de ti não quero nada! - gargalhou com desprezo. A voz dele era rouca e fazia o meu corpo estremecer com cada sílada, com aquele sotaque rasgado.

-Então não entendo. - Digo baixinho. - Porque me raptaram?

-Não fui eu que te raptei, nem sei porque o fizeram - respondeu secamente.

-Por favor, ajuda-me! - Pedi em desespero. - Eu posso pagar-te, o que tu quiseres!

Ele riu secamente, abanando a cabeça negativamente.

- Eu estou aqui para te vigiar... - respondeu então.

-Até parece que vou fugir para alguém lado. - Digo ironicamente devido a estar amarrada nas mãos e pés.

Ele voltou a soltar um riso seco e baixou-se à minha frente, começando a desatar as minhas cordas dos pés e dos pulsos. Olhei-o confusa, era era perigosamente atraente, apesar das circunstâncias, não pude deixar de reparar também nos seus olhos castanhos escuros quando ele levantou o olhar.

-Não penses que te irei ajudar, apenas vou deixar-te mais à vontade, já que vais passar aqui imenso tempo!

-Aqui? - Perguntei e estremeci ao olhar a meu redor.

- Sim, aqui. Tens ali uma cama, o que já não é mau! - defendeu, atirando as cordas para um canto do quarto.

- Não me deixes aqui... Eu pago-te se me ajudares! - voltei a insistir, aterrorizada.

- Ouve, princesinha... Eu não te vou ajudar, mesmo que me pagasses milhões. Eu tenho de vigiar e se te ajudasse a fugir, a minha família levava por tabela e eu jamais quero isso!

Não consegui dizer mais nada, ele quer proteger a família e eu não tenho o direito de os por en perigo. Tenho de arranjar outra maneira de fugir ou pedir ajuda...

Ele ficou a fitar-me, com um olhar intrigante que eu não compreendia.

-Consegues levantar-te ou sentes-te zonza? Eles drogaram-te...

-Acho que consigo... - Digo, mas ao levantar-me perco as forças nas pernas.

Antes do meu embate no chão, sou agarrada pelos seus braços forte. Pega-me ao colo e carrega-me até à cama onde me deixa deitada. O rapaz ajeitou a almofada por baixo da minha cabeça e tapou-me com alguns cobertores velhos.

- Queres um comprimido para te ajudar com as tonturas?

-Por favor... - Aceito.

-Eu vou buscar...- ele assentiu, saindo da sala. No entanto, reparei que deixara a porta aberta.

Complicated | André Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora