2.12

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André pov's

Acordei cansado, dormi mal sempre com a Eduarda no pensamento. Será  que ela ficou bem? Devo mandar uma mensagem? Levanto-me, tomo banho e arranjo-me para ir dar uma caminhada matinal, como uma maçã e saio de casa com os fones a nos ouvidos.

Sigo pelo passeio rua abaixo descontraído, preso  nos meus pensamentos. A minha cabeça viajava pela recordação do meu beijo com a Eduarda. Como é que eu tinha conseguido passar tanto tempo sem ela por perto?

Sentia tanto a falta dela, de tudo nela. Abrando o passo da corrida para beber água e ver meu telemóvel. Queria saber se ela estava bem, mas não sei se devo ligar ou mandar mensagem. E se o Miguel estiver com ela? Não queria ser o causador de outra discussão. Suspirei e sentei-me num banco de jardim ali perto para descansar um pouco.

Decido então ligar à Eduarda, é mais forte que eu. Quero saber se ela está bem, como está a Rosa... Quero ouvir a sua voz.

Marco o seu número e ligo.

-O que queres da minha mulher? - Soa uma voz masculina do outro lado, estava notavelmente alterado e bastante enraivecido.

- Quero falar com a mãe da  minha filha! Pensavas que me enganavas seu filho da mãe! Mas, eu já sei a verdade e vou recuperar o meu lugar como pai da Rosa!

-Pai da Rosa? - Ri-se ironicamente. - Quem é que esteve sempre lá para ela? Quem é que a viu crescer? Sabes, ela até ja me chamou de pai! - Ele provoca.

- Tu enganaste-me uma vez mas não vais ganhar agora! Eu tenho direito em assumir a paternidade... tal como a Eduarda quer!

-A Eduarda... Ela não sabe aquilo que quer... - Diz. - E achas que ela vai alguma vez chamar-te de pai? Perdeste três anos da vida dela!

- Ela vai entender quem realmente é o pai dela! Quem realmente se preocupa com ela e a quer bem

-Achas que ela também vai entender que o pai é um criminoso? Que fez coisas más e feias? - Ele pergunta. - Ela é uma criança, não gosta do lobo mau...

- Eu não sou um criminoso! Tu não a vais influenciar contra mim! A Eduarda não o vai permitir!

-Isso é o que nós vamos ver! - Ri-se.

- Eu não vou deixar que me roubes a Eduarda e a Rosa! Não vais ganhar desta vez!

-Veremos então! Queres guerra, assim seja.

- Não vais meter a Rosa nesta guerra! Ela é uma criança . - Digo revoltado.

-Tu é que começaste esta guerra! Não tinhas nada que aparecer na vida da Eduarda novamente!

- Tu não vais ganhar! Não vais, seu cabrão! - gritei, furioso aos berros.

-Tem calma! - Ele goza.- Até porque eu ja ganhei à três anos atrás. - Desliga a chamada.

Fico furioso e agarro o telemóvel com raiva, pronto para o atirar ao chão, mas controlo-me. Eu tinha de fazer alguma coisa! Guardo o telemóvel e inicio a corrida de volta para casa.

Estava muito nervoso, não sabia o que pensar. Estava com medo que aquele idiota influenciasse a Rosa e a pequena ficasse com medo de mim! Eu, que sou o seu verdadeiro pai! Tenho de falar com a Eduarda... Ela de certeza que pode evitar que ele fizesse isto. Tomo um banho quente enquanto as palavras daquele idiota ecoavam na minha cabeça.

- André! Quando vamos entregar o quadro de pinturas da princesa Sofia à Rosinha? - o Afonso entra no meu quarto, enquanto me vestia - Aquilo ocupa-me espaço no quarto!

Complicated | André Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora