2.11

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- Mamã! - a voz sobressaltada da Rosa interrompe o nosso momento. Devia ser um pesadelo.

-Anda cá amor! - Peço à pequena que cuidadosamente desce as escadas até mim. Peguei nela e coloquei-a ao meu colo sendo observada pelo André. - O que foi meu anjo?

- Foi um slonho mau... - ela fez beicinho antes de rodar o meu pescoço com os bracinhos e esconder o rosto no meu ombro.

-Já passou amor, a mãe está aqui! - Digo embalando a minha filha.

-Mamã podles contal uma histólia? - A pequena pede.

-Pode ser o André a contar amor? - Pergunto vendo nascer um sorriso no rosto do moreno.

- Shim...slabes histoias de plincesas, Dré? - perguntou ela, sorridente.

-Porque não escolhes uma história para o André ler? - Sugiro vendo a cara que André. - Acho que ele não conhece histórias de princesas! - Rimos.

-Estlá bem! - Ela levanta-se do meu colo agarrando a mão do André. - Andla Dré!

- Okay, vamos lá então! - ele levantou-se, indo com ela.

Sorri para ambos a subir as escadas de mãos dadas e segui-os até ao quarto onde os encontro a escolher um livro da sua pequena estante.

- Plodes me contlar a historia da blabca de nleve, Dré?

-É a que tu quiseres, princesa! - Ele responde carinhosamente.

A pequena Rosinha tirou o livro e entregou ao André que se sentou na cama dela. Depois, pego-a ao colo e sentou-a consigo.

- Mamã, vem ouvlide também! - ela pediu, acenando para mim.

Caminhei até eles e sentei-me na cama, a minha filha encostou-se em mim e ficou a olhar o André que sorria para nós.

- Posso começar? - ele pergunta a sorrir.

-Shim! - A pequena diz alegremente.

O André riu e abriu o livro para começar a contar:

-Era uma vez um rei que vivia num reino distante, com a sua filha pequena, que se chamava Branca de Neve. - Ele começa a contar docemente.

A Rosa aconchegou-se ao meu lado, atenta a cada palavra do moreno.

Já quase no fim da história a pequena ja dormia serenamente. Cuidadosamente deito a minha filha e tapo-a com os lençóis depositando um beijo na sua testa.

- Ela é perfeita... - o André sussurra.

-Vamos lá para baixo, antes que ela acorde... - Digo baixinho.

Ele assentiu e pousou o livro dela na mesinha de cabeceira. Deixou-lhe um beijinho na testa antes de sair atrás de mim.

-Ela gosta de ti... - Digo quando chegamos à sala.

- Ela é tão doce... eu também gosto muito dela - ele sorriu.

-Eu falo com ela amanhã, André... - Digo. - Com esta confusão, não deu... Desculpa...

- Não te preocupes com isso... eu entendo - ele sorriu e afagou os meus ombros.

-Mas tu mereces... Já perdeste 3 anos da vida dela... - Confesso sentindo culpa. - Não quero que percas mais...

- Tem calma... não te preocupes... Está tudo bem - murmurou, aproximando-se um pouco.

-Obrigada por seres tão compreensivo... - Agradeço e a sua mão viaja até à minha face acariciando-a delicadamente.

Complicated | André Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora