1.11

476 24 2
                                    

-Eduarda? - Ouço a voz do André e olho na sua direção e vou até ele.

-Estou nervosa... - Admito.

- Tem calma. Pensa que vais só ser empregada de mesa! - afagou os meus ombros.

- André, por aqui!? - outra das empregadas apareceu, empurrando-me para se esfregar no moreno, atirando o cabelo oxigenado para cima de mim.

-Parece que sim. - Ele diz indiferente. - Eu estava a falar com ela, se não te importasse gostava de continuar a nossa conversa.

- Ah, nova colega! Prazer, sou a Lara! - ela estendeu-me a mão.

-Eduarda... - Digo ignorando o seu gesto.

- Bem vinda! Bem, Andrezinho, queres beber alguma coisa? Posso preparar pessoalmente! - a loira disse girando nos pés para encarar o rapaz de novo.

- Lara... Vai trabalhar - respondeu secamente revirando os olhos.

-Eu vou, mas volto! - Ela diz provocando. - E tu querida, ha trabalho para fazer. - Diz-me.

Revirei os olhos e imitei a loira assim que esta se afastou.

- Ah querida trabalho para fazer - gozei com a voz, bufando.

O moreno riu-se e agarrou a minha mão de seguida.

-É melhor ires... - Diz sério. - Lembra-te que estou sempre aqui e não te vou perder de vista!

- Obrigada, André. Eu prometo que vou tentar não arranjar confusões - falei, antes de me afastar até ao balcão.

Nervosa e em cima de saltos altos parecia que a qualquer momento ia cair. Olho a redor e um cliente levanta a mao sorrindo. Engoli a seco e caminhei até lá.

-O que deseja? - Pergunto.

- Um whisky duplo, por favor, boneca.

Afastei-me e cruzei o meu olhar com o do André que me sorriu de modo transmitir calma e segurança.

Fui ao balcão e pedi que me arranjassem a bebida pedida.

Em menos de 30 segundo tinha a bebida em cima do tabuleiro castanho, pego nele e vou devagar até ao homem entregando o whisky.

Pousei o recibo em cima da mesa e esperei o pagamento

-Então boneca, és nova aqui? - Ele pergunta puxando da carteira.

Eu não soube o que responder. Apenas assenti com a cabeça esperando que ele pagasse. Colocou o dinheiro em cima do tabuleiro e quando eu me ia embora fui puxada e sinto o ar não passar na garganta em pânico.

-Largue-me, por favor. - Tentei soltar-me e falar calmamente não mostrando o pânico.

- Então, boneca, não falas? - ele provocou, não me soltando.

Procuro o André rapidamente e quando o nosso olhar se cruza ele percebe o meu olhar a pedir ajuda.

- Por favor... deixe-me em paz... - pedi, mais gaga ao sentir o aperto no braço.

-Calma linda, só quero falar contigo! - Ele insiste.

- Largue-me!

-Algum problema aqui? - Ouço a voz rouca do André atrás de mim.

- Nenhum! Estava só a dar lhe a gorjeta... - ele entrega me uma nota de cinco euros.

A mão do André pousa na minha cintura e conduz-me para fora dali.

- Obrigada - Murmurei ainda em êxtase.

-Estás bem? Magoou-te? - Ele pergunta preocupado.

- Não. Eu estou bem - assenti.

Complicated | André Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora