André pov's
- Passas-me os cereais, André! André! ANDRÉ! - ouvi o Afonso gritar comigo e estalar os dedos à minha frente.
- Querido, não ouviste o teu irmão? - a minha mãe interveio.
-Diz? Estava distraído! - Digo olhando-os confuso.
- Os cereais... - o Afonso pediu, amuado.
- André, estás bem, filho? - a minha progenitora perguntou preocupada, afagando os meus ombros.
- Eu estou bem, mãe... Não te preocupes - murmurei.
O Afonso fazia-me sinal para lhe contar.
- Mas... eu tenho de... ir andando... - levantei-me depressa para evitar aquele tema.
- Mãe, o André tem uma coisa para te dizer! - o Afonso exclamou antes de sair da cozinha a correr.
-Querido... Do que é que o teu irmão estava a falar? - Ela pergunta preocupada.
- Senta-te, mãe... Precisamos de falar - murmurei, nervoso.
-Estás a deixar-me preocupada André... - Ela senta-se. - O que se passa?
- É sobre... bom... sobre a Eduarda.
-A Eduarda? - Pergunta confusa. - Estiveste com ela? Ela está bem?
- Sim, eu estive com ela... Encontrámo-nos, por acaso... e bem... ela... bom... mãe, a Eduarda esteve grávida e...
-Grávida? - Ela olha-me surpreendida. - Não estou a perceber, vai directo ao assunto. - Pede.
- Eu e a Eduarda... tivemos... nós... bem... estivemos juntos, antes de eu ir presa... e bom... ela engravidou. Ela... ou melhor... nós temos uma filha.
-Eu... tenho uma neta? Tu és... pai? - Ela pergunta em estado choque.
- Sim, eu sou pai e, sim, tu tens uma neta - pego na sua mão, sorrindo - Ela é tão linda, mãe!
-Tenho uma neta com 3 anos... - Ela aperta a minha mão. - Porque é que a Eduarda não veio falar comigo na altura? Eu tinha ajudado no que fosse preciso...
- Foi uma história um pouco complicada... e sinceramente, ambos não tomámos as decisões mais acertadas - resumi - O importante é que a verdade veio ao de cima e vou fazer de tudo para recuperar o tempo com a minha filha.
-Como é que ela se chama? - Pergunta sorrindo.
- Rosa... - sorri, recordando o seu sorriso de princesa traquinas.
-Um nome lindo... - Suspira. - Quando... posso conhece-la?
- Ela ainda não sabe... que sou o pai. Ela pensa que estou a viajar. A Eduarda vai falar com ela hoje, estou nervoso, confesso...
-Vai correr tudo bem, vais ver! - Ela diz abraçando-me.
- Ela ainda não sabe... que sou o pai. Ela pensa que estou a viajar. A Eduarda vai falar com ela hoje, estou nervoso, confesso...
-Vai correr tudo bem, vais ver! - Ela diz abraçando-me.
Retribui o abraço, sorrindo, feliz com o apoio da minha mãe querida.
- Imagina o teu pai, quando souber que é avô!
-Vai ser um avô babado! - Digo rindo.
- E o Afonso um tio babado... Ele já sabe, presumo...
-Sim, ele estava comigo quando soube. - Confirmo. -Ele ja conhece a Rosa também...
- Então, ela conhece-vos, mas não sabe... A pequena vai ficar confusa, com certeza... não podem ir depressa de mais - a minha mãe recorda.