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Eduarda pov's

Acordei sonolenta. A minha cabeça latejava um pouco e custava-me a abrir os olhos. Senti um pequeno arder na garganta e o corpo frio. Aquela sala era tão fria apesar dos cobertores e da manta.

Assim que olhei para o lado, vi um tabuleiro com o que seria o meu pequeno almoço. Também estava lá um copo com água e um comprimido.

Ao lado estava um pequeno bilhete.
"Medi-te a febre há pouco. Acho que já estás bem, mas por precaução toma o comprimido e toma o pequeno-almoço.
André"

Sorri com o pequeno bilhete, comi e depois tomei o comprimido pois sentia que a febre não tinha acabado totalmente. Volto a tapar-me com as mantas da cama e fico deitada a olhar para o ar e a pensar em tudo do que sinto falta...

Foi tempo depois que ouvi a porta abrir, desejei que fosse o André, mas era apenas o outro homem arrogante.

Encarei-o, nervosa.

-Olá princesinha. - Ele diz mostrando um sorriso nojento. - Hora do banho, estiveste doente e a transpirar, deves precisar.

-Eu... eu não... não preciso... - Digo nervosa e com medo.

- Oh, precisas, sim... - ele assentiu - Anda, eu levo-te até à casa de banho...

-A sério, eu estou bem. - Digo tentando soltar-me da sua mão.

- Vem, princesinha... A banheira é grande, tem água quente. Vais adorar...

-Não... Por favor... - Supliquei. - Eu prefiro... Prefiro tomar mais logo... agora... Agora estou um pouca cansada...

- Mas ao Silva já te roças não é? E ele aproveita! Deves pensar que eu não percebi ontem! Vens para o banho agora, miúda!

-Não sei do que falas! Larga-me! - Gritei começando a bater-lhe tentando que ele me largasse. - Larga-me! Eu não quero!

- Hey! Hey! Que merda vem a ser esta!? - ouvi uma voz ecoar por cima dos meus gritos.

-A gaja está a fazer-se difícil! Não quer tomar banho! - O homem diz.

- Eu não quero e pronto! Deixem-me em paz! - gritei em pânico, tentando soltar-me dele.

-Já podes larga-la, só falta arrancares-lhe o braço. - Diz o André puxando-me das mãos do arrogante do seu colega.- Ela é minha responsabilidade, não tua! Apenas tens de a vigiar quando não posso estar aqui.

Ele largou-me logo a seguir, encarando o moreno furioso. Saiu da sala, deixando-me.sozinha com ele.

- Ele... estava... Eu... tive receio... - gaguejei, desviando o olhar.

Eu não lhe queria dizer que tinha persentido a pervesidade do colega dele. Ele podia não acreditar e eu passava por mimada.

-Podes ser sincera, estavas com medo que ele fizesse algo? - Ele volta a ser directo deixando-me surpreendida.

Com os olhos postos no seu rosto, assenti com a cabeça nervosa. Baixei o olhar logo a seguir, envergonhada.

-Ele fez-te mal? - Perguntou.

- Ele... queria levar-me para a casa de banho... - sussurrei.

-Ainda bem que apareci então, estou a ver que não posso confiar muito nele... - O moreno diz. - E não queres mesmo ir tomar banho?

- Eu queria... mas... não tenho roupa lavada... e não me sinto muito há vontade...

-Eu arranjei-te roupa lavada, foi por isso que sai. - Ele diz. - Podes confiar em mim e tomar banho à vontade...

- Obrigada André - assenti. Ele era tão prestável. Como é que ele podia estar a trabalhar para o alguém que me tinha raptado?

-De nada! - Ele diz. - Tens aqui a roupa! - Pega no saco e entrega-mo.

- Obrigada... - repeti, encarando-o - Podias só vigiar a porta enquanto eu estiver... lá dentro, por favor?

-Claro, eu vou estar sempre por perto! - Ele garante. -Vai descansada.

Assenti e ele indicou-me o caminho para a casa de banho.

Entrei, liguei a água e retirei a roupa toda delicadamente. Dobrei a roupa e coloquei-a em cima do lavatório. Verifico a temperatura da água e entro bem devagar.

Fechei os olhos quando me coloquei debaixp do chuveiro. A água quente relaxava-me. Sentia me mais aliviada.

Tentei não demorar muito e saí do banho, vestindo a roupa que o André me trouxera. Uma camisola quente e calças quentes, tudo para que eu não passasse frio.

Penteio o cabelo molhado delicadamente e olho-me ao espelho e nascem lágrimas nos meus olhos pois sinto-me tão sozinha, tenho saudades de casa, dos meus pais... Respiro fundo, agarro a minha roupa e saio da casa de banho.

O André estava de pé em frente à porta. Assim que distinguiu os meus olhos molhados, o seu semblante ficou sério.

- Está tudo bem? - ele perguntou, aproximando-se - Queres que te arranje um secador de.cabelo ou mais alguma coisa que precises?

-Está tudo... - Minto. - Se puderes arranjar um secador e uma escova de dentes, eu agradecia...

- Tudo bem, eu vou arranjar... - ele assentiu - Se sentires frio, eu trago-te mais roupa, um casaco ou uma manta. Queres ficar na sala um pouco? Podes ver televisão... ou...

- Quero falar.com os meus pais... - pedi sem o deixar terminar a frase.

-Tens de esperar que me deem essa ordem... Não sou eu que mando Eduarda... - Ele diz.

Eu não consegui aguentar e desabei a chorar à frente dele. Queria voltar para casa, abraçar os meus pais! Sentia-me tão vulnerável!

Tapo os olhos com as duas mãos e sinto uns braços fortes a agarrarem-me, ele puxou-se, um pouco hesitante, contra o seu peito e deixou-me chorar.

- Tem calma... Vai tudo correr bem, prometo - como é que ele se atrevia a prometer algo que não podia controlar!? Não o conseguia perceber- Vamos à sala. O que gostas de ver? Tenho um tablet... Podes ver uma série.

-Sim, vamos... - Digo desanimada.

💙

Mais um capitulo! O que estão a achar?

Complicated | André Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora