°^ Capítulo Doze ^°

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Lucas.

Minha mente está inquieta e meu corpo reflete tal inquietação a cada vez que meus dedos batucam a mesa a minha frente. Minha mãe está me fitando com um olhar questionador, porém apenas desejo sair daqui. Ir embora. Sair de perto dela.

-Preciso ir embora. -Anuncio.

-Mas já, meu filho?-Minha mãe pergunta enquanto me levanto.

-Pois é, preciso adiantar algumas coisas da faculdade. -Respondo.

-Rebeca também nesta nessa vida. -Sônia, sua mãe, comenta.-Você não precisava fazer aquele trabalho?-Pergunta a Rebeca que a fita um tanto pensativa. -Por que não pega uma carona com Lucas? Acredito que ele não se importaria... -Diz antes que a filha tenha a chance de responder, e é neste momento que me arrependo de tentar sair desse jantar.

Engulo a seco.

-Mãe, ele provavelmente está com pressa. -Ela tenta contornar a afirmação da mãe.

-Acredito que não o atrasará tanto, não é Lucas?

-Claro. Não mudará minha rota.

Claro que muda, ela mora do outro lado da cidade! Idiota! Por que você respondeu sim?

-Problema resolvido, filha.

Rebeca, sem me direcionar o olhar, se despede de cada um que está a mesa até chegar ao meu lado.

-Tchau pessoal.-Digo me virando para caminhar até a entrada da casa onde minha moto está estacionada, sorte que minha mãe tem um capacete reserva... Pego-o antes de sair pela porta de entrada, assim que o faço tiro a chave da moto do bolso.

Entrego o capacete a ela que apenas sorri um tanto tímida.

Subo na moto, encaixo a chave na ignição.

Rebeca sobe tentando não se segurar em mim. Qual é, ela tem medo de mim?

-Pode segurar em mim, não ofereço perigo. -Repito a mesma frase que usei na noite onde ela estava em perigo.

Sinto suas mãos se encaixarem em minha cintura, elas estão quentes, causando um choque térmico contra minha pele fria por debaixo da jaqueta de couro.

Ah, o calor dela consegue ultrapassar a jaqueta de couro.

Demora cerca de cinquenta minutos a trajetória até a sua casa. Assim que estaciono a moto e ela desce minha pele sente falta do calor. O que está acontecendo comigo? Não sei... sinceramente não sei.

-Obrigada pela carona forçada. -Ela agradece sorrindo.

-De nada. -Respondo. Ela me entrega o capacete e caminha até a entrada de seu condomínio.

Pego meu celular que está em meu bolso e ligo para Jorge.

-Alô?-Atende no terceiro toque.

-Jorge, preciso de você na minha casa em cinquenta minutos...-Digo.

-Como? O que a mariquinha aprontou?-Ele pergunta rindo do outro lado da linha.

-Não aprontei, não vou aprontar. Mas preciso conversar antes que as coisas que estão rondando minha mente me façam aprontar algo. -Respondo sério.

-Sabe que isso não faz sentido nenhum, não é?!

-Só esteja em minha casa em cinquenta minutos. -Digo encerrando a ligação.

Acelero a moto rua à fora. Sentir a adrenalina que a moto me proporciona permite minha mente desviar o foco dos meus pensamentos... Pelo menos por um breve segundo... Ah, breve segundo. Deixar sua própria mente em paz é um desafio, agora tirar alguém de seus pensamentos é quase uma missão impossível.

Assim que chego em casa vejo que Jorge ainda não chegou. Estaciono a moto em minha vaga e subo para o meu andar.

Na sala de meu apartamento caminho freneticamente de um lado para o outro. Estou pirando, ou já pirei? O pior é que não sei a resposta.

O interfone toca desviando a minha atenção. É o porteiro, Jorge chegou.
Libero a entrada dele e o espero sentado no sofá. A porta está apenas encostado e ele sabe que nunca me preocupei de trancá-la.

Não demora nem dez minutos para que a porta se abra. Um Jorge com vestido da cabeça aos pés de moletom me fita curioso.

-O que é de tão importante? -Ele pergunta encostando a porta atrás de si.

-Eu. Estou. Ficando. Louco. -Digo pausadamente.

-E qual seria o motivo da sua loucura?-Ele pergunta se sentando ao meu lado. -É a lourinha do bar, não é?-Assinto sem fitá-lo, meu olhar está sem foco a minha frente.-Ok, mas o que está acontecendo?

-Tudo! Ela se tornou atrativa! Ela não era, assim... Quer dizer até a sexta-feira daquela semana ela era a amiga da família que nunca me importei, mas agora ela é a mulher que minha mente decidiu desejar!

-Talvez você esteja desejando-a pelo fato dela nunca ter desejado nada com você...

-Pode ser.-Respondo pensativo.

-É aquela história, você só esquece algo com outra coisa...

-Talvez...

Conversei mais um pouco com Jorge até ele se retirar, mas minha mente ainda está inquieta e decido tomar um banho. Por incrível que pareça a água fria é a única que tira minha atenção dos meus pensamentos... Ou que parece limpá-los por meros momentos.

Assim que saio do banho meu corpo sente o frio, trabalhando em dobro pra normalizar a temperatura do mesmo, mas não me importo com isso. Tomo um relaxante muscular na expectativa de sentir meu corpo relaxar e ter uma boa noite de sono, algo que não tenho desde certa sexta feira... O que está havendo comigo? Nenhuma mulher me intrigou tanto, ou pelo menos nenhuma delas me chamou a atenção pela personalidade. Todas elas, até hoje, não haviam passado de atração física, mas Rebeca me intriga além de uma aparência física, além disso... Muito além.

"Continuar a pensar nela não vai mudar sua realidade."

Minha consciência está correta.

Deixo meu corpo cair no colchão macio. Mesmo deitado ligo o aquecedor... Chega de torturar meu corpo com temperaturas baixas, isso não resolveu meu problema.

Lentamente permito que o sono me invada e me consuma por completo.

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E aí meus amores?

Parece que Lucas não está sabendo lidar muito bem... Os próximos capítulos serão divertidos e emocionantes... Sou apaixonada por essa história, então a lerei quantas vezes for possível.

Espero que tenham gostado!!

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Amo vocês ❤️❤️❤️

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