°^ Capítulo Quatorze^°

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Lucas.

O dia havia passado tranquilamente, passei o dia inteiro fazendo alguns trabalhos, e estudando pra minha apresentação, algo que não sou muito fã... Mas, já que é pra apresentar que apresentemos direito.

Quando o relógio marcou cinco e meia sai de meu apartamento, com a chave da moto em minhas mãos.
O elevador não demorou a chegar, tudo está em seu devido lugar... O trajeto até a faculdade foi tranquilo na medida do possível, o trânsito era inevitável, mas até que hoje estava bom.

Estacionei minha moto no lugar de sempre, e parte de mim estava torcendo para que Giovanna não me visse. Não queria dar aquela velha, boa e utilizada desculpa " não estou pronto pra algo sério", mas não seria mentira, não estava mesmo. Não estava e não queria.

Assim que tirei o capacete arrumei meu cabelo no espelho do retrovisor, quando feito comecei a caminhar em direção a entrada.

Algo raro acontece, vejo Rebeca em frente ao prédio de medicina, pois pra chegar ao prédio de engenharia passo pelo de medicina, mas o que ela faz aqui? Ela está conversando com uma garota, parece não notar minha presença.

-Lucas!-A voz incomparável de Estella ecoa atrás de mim me fazendo desviar a atenção para ela. -Vamos entrar junto, antes que você pare no de medicina. -Ela diz me abraçando.
-Quer fazer ciúmes pra quem?-Pergunto levantando a sombrancelha.
-Pra um qualquer aí na entrada, só interpreta, por favor. -Responde sorrindo.

-Claro, baby.

Abraço-a e caminhamos em direção ao prédio de engenharia.

-Estudou pra apresentação?-Pergunta mais relaxada depois que passamos pelos demais prédios.

-Sim, pra sua informação eu sou um ótimo apresentador de trabalhos. -Respondo.

Ela apenas sorri.

A aula decorre tranquilamente, nossa apresentação decorreu muito bem, na verdade foi uma das melhores. Com tal êxito minha consciência segue tranquila por ter estudado para tal.

Esperamos mais algumas apresentações até sermos liberados.

Saímos mais cedo, mas não vi tanta vantagem, pois era quase dez e meia.

Me despedi de Estella que iria com João embora, essa era Estella cada dia ela pegava carona com um... Ela é meio maluquinha, mas é boa gente.

Estou caminhando  direção a minha moto até que vejo algo que me faz parar. Droga! Como é o nome da morena mesmo? Isso não importa, não quando ela está parada em frente a minha moto. O que fiz pra merecer isso? ( Não respondam).

Lentamente, viro-me. Preciso achar um breve esconderijo e uma forma de tirá-la de lá, mas vamos ao primeiro passo. Me esconder.

A passos lentos consigo entrar entre as árvores que decoram o campus onde estudo, ela não me verá aqui...

Fito ao meu redor me deparando como vazio. Pego meu celular e disco o número de Estella.

-Já está com saudades, querido?-Sua voz ecoa pelo auto falante.

-Preciso de ajuda, estão muito longe?-Pergunto um tanto exasperado.

-Um pouco, o que houve?

-Aquele morena está na frente da minha moto não quero ter que falar com ela.

-A Giovanna? -Pergunta.

-Isso, esse é o nome dela.

-Espera, vou ligar pra ela e distraí-la, pegue sua moto o mais rápido que consiguir.

-Espera, como tem o número dela?

-Tenho meus contatos, lindinho, e você está me devendo!

-Já disse que te amo?

-Não! E isso não será o suficiente...
Sorrio.

Encerro a ligação com o meu olhar fixo a morena frente a minha moto, esperando que ela apenas saia dali permitido a minha ida... Demora cerca de alguns segundos até ela atender o celular, enquanto fala com a pessoa do outro lado da linha ela fita tudo ao seu redor, me encolho temendo que me veja.

Vejo-a gesticular com as mãos, e não demora muito até  começar se afastar gradativamente. Agradeço a Estella mentalmente.

Rapidamente corro até a moto já vestindo meu capacete. Subo e acelero em direção a saída.

Estou prestes a acelerar na entrada da avenida principal quando vejo certo cabelos conhecidos no ponto de ônibus. Instintivamente paro a moto.

Os olhos grandes e castanhos dela me fitam um tanto assustada.

-O que faz aqui?-Pergunto.

-Esperando o ônibus, meu carro quebrou. -Ela responde.

-Sobe na moto, Rebeca. -Digo estendendo o capacete reserva.
Uma de suas sombrancelhas se levanta e ela parece entrar em uma discussão interna, entretanto, começo a me questionar por quê estou fazendo isso? Eu poderia deixá-la pegar o ônibus como uma pessoa normal, mas não, precisava parar. Precisava ajudá-la, sou o que agora? O seu protetor ? Não, não, não... Preciso conversar de novo com Jorge porque pela primeira vez os conselhos dele falharam.

Por fim, ela se levanta caminha até mim pegando o capacete. Rebeca sobe na moto e como da última vez quando sua pele entra em contato com a minha sinto um choque térmico... Me pergunto se em algum momento ela já sentiu isso? Já sentiu esse choque percorrer seu corpo por inteiro.

Acelero minha moto me tirando desse poço, tão fundo, chamado devaneio. O vento bate contra mim, a paisagem passa enquanto a adrenalina que a moto me proporciona percorre meu corpo.

Demora cerca de quarenta minutos até estacionar minha moto frente ao seu condomínio.

Ela desce da moto, e o meu erro foi descer também, foi tirar o capacete, mas o erro fatídico foi puxá-la, enquanto ela ia se despedindo, e selar nossos lábios... Eles são macios, peço passagem e por incrível que pareça seus lábios se abrem pra mim, e esse, sem dúvida, foi meu fim... Minhas mãos estão segurando sua nuca enquanto a sinto arrepiar enquanto a beijo. Intensifico sentindo-a se segurar em mim. Tudo estava ocorrendo bem, na verdade maravilhosamente bem, porém Rebeca me empurra.

Afasto-me contra a minha vontade. Seus olhos estão arregalados e seus lábios vermelhos, tão vermelhos. Ela está ruborizada, e sei que não é por vergonha.

-Você está louco? -Sua voz soa baixa, porém está se controlando para não gritar.

Mas não sei o que responder, não posso dizer o que também não entendi. Apenas agi por impulso, e droga! Ela beija bem, seria mais fácil pra mim se ela beijasse mal, pelo menos minha mente não insistiria em pensar nisso a noite toda, mas não, ela precisava beijar tão bem.

-Me responde, Lucas! Você leva as pessoas pra casa e as beija? É tipo o pagamento pela carona?

-Não! -Respondo tentando reverter a ideia passada. -E-eu apenas te beijei, mas não sei porquê fiz isso. -Respondo sinceramente.

Ela me fita, posso ver em seu olhar que ainda está com raiva.
Nega com a cabeça e se vira, caminhando em direção a sua casa me deixando ali. Sozinho.

Se ela soubesse o que ronda a minha mente  não me deixaria a sós, não cometeria tal erro. Um erro mortal.

Acabei de assinar minha sentença de morte e a selei com um beijo. Um terrivelmente beijo bom, estou fadado a cair neste poço que eu mesmo cavei... Droga!
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E finalmente um beijo!!! Não dos típico tradicional, na verdade acho que passou um pouco disso, porém já vou alertando, o Lucas é tudo, menos tradicional kkkkk.

Espero que tenham gostado!!

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Amo vocês, até sexta ❤️❤️❤️

Simples CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora