°^ Capítulo Sete ^°

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Lucas.

Inalando um cheiro de café fresco abro meus olhos lentamente.

A sala está escura devido a cortina preta.

Pego meu celular que estava entre as cobertas, o visor mostra ser onze horas... Fazia um bom tempo em que não dormia até às onze horas.

Espreguiço-me.

Tiro o excesso de cobertas de cima do meu corpo e me sento no sofá, o cheiro dantes suave começa a se intensificar. 

Baixinho. Como um sussurro, ouço uma voz feminina cantarolar uma música que não consigo identificar.

Levanto-me. Caminho até o batente da porta que separa a sala da cozinha, Rebeca está vestindo o moletom que emprestei. Há uma garrafa térmica com um coador de café, ela está nas pontas dos pés procurando algo em um dos armários superiores enquanto dança sutilmente e cantarola "gone gone gone- Phillips Phillips".

-Ah, caramba!-Exclama baixinho.

Desiste de procurar seja lá o que  quer, coloca ambas as mãos na cintura e começa a fitar o espaço ao seu redor parando seu olhar finalmente em mim.

-Eu te acordei?-Pergunta um tanto receosa.

-Não. Acordei por acordar mesmo.-Respondo.

-Ah. Tomei a liberdade de fazer o café da manhã.

-Obrigado. -Respondo. Ela apenas assente. -O que procurava?

-Pão, ou alguma bolacha salgada.

-Deixa que eu pego. -Caminho até o armário e pego ambos e os coloco na mesa.

-Obrigada.

Sentamo-nos a mesa.

-Como passou a noite?-Pergunto enquanto passo manteiga no pão.

-Bem, seu quarto é quente. -Responde.

Não sei dizer o porquê, porém ela está tímida...

-É o aquecedor. -Respondo por fim.

Tomamos o café tranquilamente e devo admitir ela sabe fazer um bom café. Assim que terminamos Rebeca me fita com um olhar um tanto perdido.

-O que está pensando?-Pergunto a questão que minha mente está gritando.

-Nada.-Responde, por fim. -Vou apenas tomar um banho e prometo que você se verá livre de mim. -Diz sorrindo. Eu não sorrio com sua afirmação, o que é estranho, afinal é algo bom ela ir embora. Ficarei sozinho. Prezo minha solidão, entretanto estranho este breve sentimento adquirido por meu psicólogico.

Como ela não obteve resposta, apenas se levanta.

"Deixe esses pensamentos de lado, Lucas, você está ficando louco isso se deve a falta de sono dos últimos quatro anos e meio!"

Meu subconsciente tem razão, a falta de sono interfere muitíssimo no nosso emocional.

Tiro a mesa e coloco as louças usadas na pia. Não as lavo, deixo isso para mais tarde. Volto para a sala e me sento no sofá. Ligo meu vídeo game e a televisão. Essa é uma ótima distração, distração dos meus pensamentos.

Começo o jogo em uma das missões mais difíceis, isso manterá minha mente ocupada. Pelo menos por enquanto.

Demora cerca de trinta minutos até uma Rebeca vestida como ontem a noite e com os cabelos molhados aparecer na sala.
-Obrigada pela estádia e ajuda, espero retribuir o favor algum dia. -Diz sorrindo.

-Vamos, vou te levar embora.-Digo me levantando enquanto pauso o jogo.

-Não precisa, de verdade. -Ela responde.

-Rebeca, não foi uma pergunta, foi uma afirmação. -Respondo pegando a chave no chaveiro e me direcionando a porta. Rebeca ainda está parada no mesmo lugar, apenas me fitando.
-Rebeca...-Chamo-a e finalmente ela caminha em direção a porta passando por mim.

Fecho a porta e chamo o elevador.

O silêncio seria constrangedor se minha paciência me permitisse, mas apenas digamos que ela não está me permitindo ser muitas coisas.

Assim que as portas de metais se abrem no subsolo caminho a passos rápidos até minha Hornet. Engato a chave na ignição. Rebeca sem pronunciar nenhuma palavra coloca o capacete e sobe na moto. Como ontem ela demonstrava certo receio ao se segurar em, pensei que isso permenceria, mas não, desta vez não precisei pedir que  o fizesse.

Acelero estacionamento a fora sentindo o vento bater contra meu moletom. Sinto suas mãos me apertar e seu corpo se aproximar um pouco mais do meu.

Leva cerca de cinquenta minutos até avistar o condomínio onde mora, estaciono em frente.

Ela desce e somente depois disso desço da moto.

-Obrigada, Lucas. -Agradece me entregando o capacete.

-Não foi nada... Boa sorte aí com a sua mãe. -Respondo. Ela apenas assente.

Rebeca começa a caminhar em direção a entrada, vira-se novamente para trás e acena.

Subo na moto e acelero caminho de volta ao meu apartamento. Não sei dizer muito bem o que aconteceu, só sei que desde que me entendo por gente nunca vi o pai de Rebeca, sempre foi apenas ela e a mãe. Não sei o que houve e nem quero saber, não sei nem por quê isso me intrigou para falar a verdade.

Volto ao meu apartamento. O frio havia se intensificado então resolvo tomar um banho quente. Tiro minhas roupas deixando-as em cima da cama e sigo para o banheiro.

Cereja. Esse banheiro está cheirando a cereja. Mas nunca comi cereja, quer dizer não no banheiro. Olho para o box e vejo mais uma toalha pendurada além da minha. Cheiro-a
Cereja! Aquela garota cheira a cereja, e isso é um tanto bizarro, quem cheira a cereja? Tomo meu banho e troco-me, para aproveitar que tenho o dia de folga deito-me na cama afim de tirar um breve cochilo.

Deito, me cubro.

-Droga!-Murmuro virando na cama.
-Essa garota impregnou minha casa! -Digo me dando por vencido e voltando para a sala. Melhor dormir onde não ataca minha rinite, oh cheiro forte e doce ao mesmo tempo! Amanhã pedirei pra Marta dar um jeito de anular esse aroma.

Deito-me no sofá e me cubro, vejo que o vídeo game ainda está ligado e pausado na missão. Desligo-o.

Um tanto contragosto por não estar onde desejava viro-me procurando a melhor posição para dormir...
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E aí meus amores?

O que acharam?

Esse Lucas é um ser único, e a Rebeca um ser maravilhosamente bom, e sou apaixonada por esses dooois! Ahhh como amo kkkk.

Espero que gostem, não esqueçam de comentar e deixar o like.

Amo vocês

Simples CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora