-Lucas!Viro-me na cama na intensão dela ir embora.
-Lucas, meu filho, olhe pra mim.
Sinto a cama afundar um pouco ao meu lado, minha mãe se sentou na cama.
-Meu filho, fale comigo, por favor. -Pede me virando.
Finalmente abro meus olhos.
Ela está sentada, bem vestida e devidamente maquiada.
-Há quantos dias você não dorme, Lucas? -Pergunta provavelmente devido as minha olheiras.
-Jura que esta é sua maior preocupação? -Pergunto.
-Meu filho, ainda temos esperanças.
-Fazem cinco dias, mãe! Cinco dias que estão procurando essa merda de avião e não acham nada! -Respondo me sentando.
O silêncio permanece durante alguns breves instantes.
-Eu sei que está difícil filho, mas ainda existe esperanças.
-Eu estou pirando, mãe. -Digo sentindo um soluço escapar por minha garganta.
-Não, Lucas, se acalme. -Pede me puxando para seu colo, e então permito que as lágrimas caiam novamente, e novamente, um ciclo vicioso que aderi nos últimos tempos.
-Shhhhh, vai ficar tudo bem meu filho. -Sussurra ao meu ouvido.
O silêncio já não reina mais, o espaço que parece pequeno é tomado pelo som do meu choro desesperado. Como eu a quero, como sonho em vê-la novamente.
-Não vai mãe, a data do nosso casamento está chegando, e eu não sei se ela está viva, na verdade estou começando a perder a esperanças.
-Não diga isso! -Diz me forçando a fitá-la. -Ainda temos esperanças!
Engulo a seco.
Ela não entenderá independente da quantidade de vezes que explique, não sabe o que é estar nesse agonizante dilema entre acreditar ou desistir, apenas desistir, abnegar sua esperança e apenas aceitar que acabou. Que chegamos ao fim. Nunca mais vê-la, ao menos me despedir, se ao menos soubesse que seria nossa última conversa, teria feito diferente. Ah, como teria.
Teria dito o quanto a amo, o quão essencial ela é para mim, o quanto sonho em passar o resto da vida ao seu lado, o quanto amo seu sorriso, o seu cheiro, suas manias, seu jeito... O que daria para sentir seu cheiro novamente, ouvir sua voz, sentir seu toque, ver seu sorriso, entretanto agora o que me resta são apenas estilhaços de lembranças que me corroem, que me consumem.
Minha mãe não entenderá, sem se quisesse, nem se desejasse, é algo único, é um sentimento misto de perda e solidão com uma mínima pitada de esperança que a partir da contagem do relógio contra o tempo vai se esvaindo por suas mãos, você apenas perde o controle.
-Vá tomar um banho, vou preparar algo para você comer. -Ela diz.
Faço o que me pede, por saber que não adiantará muito se negar seu pedido. Tomo um banho rápido, deixo o banheiro vestindo meu moletom. Adentro a cozinha sentindo o cheiro de macarronada invadir minhas narinas. Não estou com fome, não tenho vontade de comer, entretanto sei que se não o fizer ela não me deixará, e quero com tudo de mim ficar só.
Então finalmente ela se vai. Permitindo-me ficar só, fitando o vazio do meu apartamento, nada comparado ao vazio que ecoa dentro de mim. Por que permitiste isso, Deus? Por que?
______________________________________😭😭😭😭😭😭😭
Uma lágrima vale mais que mil palavras, certo?
Espero que tenham gostado!
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Amo vocês, até sexta ❤️
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Simples Coincidências
RomanceTrilogia coincidências: Livro 3 Obra registrada!! Plágio é crime! Dois opostos, atraídos por uma só coincidência. Rebeca, sempre foi centrada e decidida, tem o controle sobre suas ações e decisões e nunca se deixou levar por simples emoções. Até ago...