°^ capítulo Quinze^°

970 84 6
                                    

Lucas.

-Você a beijou?-Jorge pergunta sentado em meu sofá enquanto tomo um copo de água.

-Uhumm. -Respondo enquanto bebo a água.

-E ela não te bateu?-Nego com a cabeça. -Alice me bateu no nosso primeiro beijo. -Diz pensativo.

-Não tem um porquê de eu ficar assim, certo? Foi apenas um beijo. Não é?!

Coloco o copo em cima do hack.

-Acho que você está alguns bons dias sem dormir, e talvez esteja gostando dela. Alice teria dito isso, quer que eu ligue pra ouvir da boca dela isso?

-Não! A resposta é não pra todas as possibilidades em sua frase.

-Certo, então vamos ao fato Lucas, você tem vinte e dois anos e nunca ficou encabulado com nada desse tipo. Essa semana mesmo dormiu com uma mulher e você nem sabe o nome dela.

-Lógico que eu sei!

-Como ela se chama? -Ele pergunta fitando meus olhos.

-A-ahn... Daniela?-Pergunto um tanto incerto.

-Giovanna! Está vendo! Não se lembra nem do nome dela, porque ficaria tão perturbado por beijar uma garota que segundo você, você não sente nada?

-Não sei! -Respondo me sentando na poltrona. -Preciso beber.

-Não, você não vai beber, pelo fato de que amanhã você precisa trabalhar.  Já faltou um dia e se faltar de novo seu pai te mata. -O pior é que ele tem razão.

-Tá. -Dou-me por vencido.

-Tome um calmante e vá descansar. -Diz se levantando.

-Não estou afim dela. -Resmungo.

-Não precisa me convencer disso, convença a si mesmo, afinal você está com dúvidas não eu. -Ele diz deixando-me sozinho a mercê da noite que virá.
_____________________________________

Minha noite de sono só foi possível graças ao calmante que tomei, acordei, tomei uma ducha rápida e fui para a empresa. Tudo estava normal, pelo menos fora da minha mente, tudo estava impecável.

Minha sala estava gelada devido ao ar condicionado, em todas as outras salas da empresa todos trabalhavam tranquilamente, mas eu estava com meu celular em minhas mãos e uma mente cheia de possibilidades.

Não estou conseguindo assimilar o que está havendo, muito menos o por quê de estar havendo. Sem usar minha racionalidade clico no aplicativo de mensagens, procuro o contato dela o encontrando facilmente. Abro a aba de conversas.

Está vazia. Óbvio. Nunca nem sequer mandei uma mensagem pra Rebeca, mas minha mente não está se importando muito com isso agora.

Estou prestes a digitar uma mensagem quando ouço minha porta ser aberta, minha total atenção é desviada para tal. Maria está parada diante de minha mesa.

-Olá, vim lhe entregar os documentos para autorização da nova planta do edifício quinze. -Ela me entrega um envelope.

-Meu pai não pôde assinar?-Questiono.

-Ele me pediu pra te entregar, estou apenas seguindo ordens. -Responde sorrindo um tanto sem graça.

-Tudo bem. -Respondo, ela apenas assente e deixa minha sala.

Abro o envelope e tiro os documentos dentro de tal, aqui consta a autorização da prefeitura do estado, além de todos os documentos que foram exigidos para tal autorização, após a autorizada ela volta para a empresa e vejo se nós estamos de acordo com as exigências do estado e se estivermos assino este papel e tudo começa a ser feito, simples assim.

Espera. Algo de errado está acontecendo, Maria esteve em minha sala eu não flertei com ela, não a paquerei, nem no meu imaginário. Até agora achava que algo estava errado, mas agora estou começando a ter certeza e isso está me preocupando... Assino os documentos necessários e saio um tanto apressado de minha sala.

Está quase no horário do almoço então não terei problemas de sair mais cedo, além de que vou resolver o que está me perturbando ainda hoje.

Bato na porta da sala de meu pai e ouço um "entre". Assim o faço.

Ele está sentado atrás de sua mesa concentrado no computador.

-Pai?-Ele ergue o olhar me fitando.

-Sim?

-Vou sair mais cedo pro almoço hoje, preciso resolver um problema. Aqui está a autorização assinada.

-Pode deixar em cima da mesa. -Diz voltando sua atenção para o computador.

-Pai?

-Hmm.

-Por que as autorizações tiveram de ser assinadas por mim se você está na empresa?-Pergunto um tanto receoso.

-Porque você está treinando pra fazer exatamente isso. Trabalhar como presidente. -Responde sem me fitar.

Apenas assinto e deixo sua sala fechando a porta atrás de mim.

Saio do prédio acelerando minha moto, preciso ir à um lugar, pensar o que devo fazer e simplesmente fazer. Mas neste exato momento preciso pensar, o fazer fica pra depois. Acelero sentindo a adrenalina.

Ah, a adrenalina, tão desejada e amada.

Um hora e tinta na pista até avistar o azul esbelto do mar, preciso da praia, preciso fugir da realidade pelo menos por alguns breves momentos.

Sigo a estrada até estacionar frente a casa de praia de meus pais, graças ao caseiro que fica aqui não precisei passar em casa para pegar a chave.

Desço da moto, cumprimento seu Antônio, o caseiro, e adentro. Logo procuro meu quarto. Troco-me colocando minha bermuda, como vou surfar me sinto mais confortável com uma bermuda.

Antes de deixar a casa pego minha prancha.

A portas dos fundos dão acesso a areia.

A sensação de pisar novamente na areia macia me causa boas lembranças. Caminho em direção ao mar azul, sentindo a expectativa me dominar, é como se não existisse o mundo ao meu redor, apenas eu e minha prancha.

Sinto a água gelada se chocar contra minha pele, está frio.

Seu Antônio me questionou o porquê de estar aqui nessa época do ano, me limitei a responder que era preciso. Não menti. É preciso.

Estava com frio. Meu corpo sente a queda da temperatura, mas não me importo. Preciso me distrair e se depois daqui, mesmo depois de surfar ela ainda estiver em minha mente, ainda tomar meus pensamentos vou dar o braço a torcer e parar de nadar contra a maré. Se depois de hoje nada mudar terei de arrumar alguma forma de me aproximar de Rebeca...
_____________________________________

E aí meus amores???!

Parece que o Lucas está começando a entender o que está acontecendo! Finalmente! Kkk

Espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar e deixar o like ❤️❤️

Amo vocês, até terça ❤️

Simples CoincidênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora