Simples Coincidências

°^ Capítulo Trinta e Três ^°

Lucas.

O dia foi corrido, porém por fim consegui resolver tudo no aeroporto e acho que isso ajudou a Gabriel se acalmar.

Neste momento estou parado frente o local onde ocorrerá a cerimônia, esperando por Rebeca, que por curiosidade ainda não chegou.

A maioria dos convidados já chegaram, e estão assistindo o quase infarto de meu primo, na verdade nunca pensei que o veria casar, mas pensando por este lado nunca me imaginei namorando também, muito menos sendo seu padrinho.

E por mais que eu e Rebeca tenhamos nossas brigas, umas mais intensas do que outras, ela me ensinou e continua a ensinar coisas todos os dias. Olhando pra trás, vejo quantas coisas mudaram.

Na verdade ela quem me ajudou a parar de beber, não admitia a mim mesmo, mas estava me transformando em um  alcoólatra, assim como meu pai. Prometi a vida inteira não ser igual a ele que não me dei conta do qual parecido estava me tornando quando usava minhas válvulas de escape... Rebeca me fez ver os relacionamentos de uma forma diferente, de uma forma até boa. Algo que nunca havia acontecido.

Ela me ensinou a ser mais grato e a reclamar menos.

Há um ditado que diz que conforme convivemos com uma pessoa nos parecemos mais com ela, e é verdade, pois vejo algo de Rebeca em mim, todos os dias.

Na verdade, ainda sou um mero aprendiz nesse quesito felicidade, contudo descobri que essa sensação não é tão rasa quanto pensamos e muito menos impossível como idealizamos.

Descobri, que o dinheiro, o luxo, a bebida ou qualquer outro "acréscimo", não lhe trazem a mensagem de graça... E caso, com tudo, entretanto a trouxerem chega a ser tão passageiro o sentimento que você se pergunta se algum dia se sentirá assim novamente.

Todos os dias alguém estipula metas para a alcançar, pobres coitados, não sabem que a felicidade não se alcança, mas sim se ganha. Não se merece, se recebe. É um presente Divino, de um Cara que quer o melhor pra sua criação, por mais que ela não mereça. Então, no resumo destes últimos meses, posso com toda a certeza afirmar que estou aprendendo mais do que um dia já aprendi, porém ainda não cheguei onde desejo. Existe um processo, difícil, e talvez até doloroso, porém o resultado é algo tão gracioso e fantástico que seria um martírio não cumpri-lo. Seria, sem dúvidas, um erro fatal...

Os passos lentos e cuidadosos de Rebeca desviam o foco de minha mente, ela está linda, perfeita. O vestido rosa claro marcando suavemente seu corpo. O sorriso nervoso ilumina ainda mais sua expressão.

-Tudo bem, tudo pronto?-Ela pergunta  um tanto temerosa assim que para ao meu lado.

-Sim, você está linda. -Elogio-a.

Ela sorri em agradecimento.

Logo os acordes das notas musicais ecoam pelo ambiente, e cada casal começa lentamente adentrar ao local de cerimônia, Rebeca se posiciona ao lado direito, onde se foi instituído lado da noiva, consequentemente me dirijo ao lado oposto.

A cerimônia segue tranquilamente, e após uns quarenta minutos os noivos estão deixando o salão.

Como somos o padrinhos fomos tirar as fotos,  que diga-se de passagem, ter sido muitas. Rebeca ficou junto a Miranda e as demais madrinhas para terminarem a sessao de fotos.

Adentrei ao salão de festas,  boa parte das mesas já estavam ocupadas, fitei tudo ao meu redor  a procura da minha. Não me lembro o número da mesa, logo preciso de  Rebeca para sabermos onde vamos sentar.

Caminho até um dos garçons.

-Oi, colega,  arruma uma água pra mim, fazendo o favor. -Peço vendo-o confirmar com a cabeça.