°^ Capítulo Cinco ^°

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Inverno de 2015, Lucas.

O clima estava frio, digno do prêmio de inverno mais rigoroso... O aquecedor do meu apartamento estava sendo útil, finalmente.
O sol estava um tanto escondido, e como hoje era sexta, por algum motivo maravilhoso, eu não teria aula.
Jorge havia me ligado um pouco mais cedo combinando de irmos em um barzinho hoje a noite. Não estou muito afim de sair de casa, porém concordo que preciso de uma distração.
A faculdade tem sugado quase cem por cento da minha energia e gastá-la com algo que não envolva trabalhos e notas me parece bastante produtivo.
Pego meu celular e vejo no visor que são seis e meia, marcamos de nos encontrar nove horas no bar mesmo, então me sento no sofá e ligo a televisão.
Passando pelos canais encontro um filme qualquer que me entrete por um bom tempo.
Quando o visor do celular indica sete e meia vou decido tomar uma ducha rápida.
Troco-me, visto minha jaqueta de couro antes de deixar o apartamento. Desde a morte de Renato procuro tomar mais cuidado no transito, não somente por mim, mas por aqueles que não dobram a atenção. Vejo em meu celular e são oito e dez... Dará o tempo certinho até chagar ao bar.

Com o capacete em uma das mãos desço pelo elevador, assim que adentro ao estacionamento avisto minha moto, o capacete extra está na mesma, poderia ir apenas com um, mas nunca se sabe se precisarei levar alguém para sua casa, ou até se voltarei sozinho... Então é melhor apenas ser prevenido. É como naquele ditado " melhor prevenir do que remediar... " este é um ótimo conselho.

Subo na moto, ligo-a. Sinto a adrenalina se espalhar por meu corpo.
Sempre fui apaixonado por motos, tornou-se um hobby colecioná-las, um hobby caro, porém, quando vi minha harley estacionada ao lado hornet esqueci de todo o dinheiro que havia gasto. Entretanto como estou na cidade decidi ir com a hornet mesmo, prefiro a harley para pegar a estrada... Ficar horas na pistas.... Melhor sensação.

O percurso da minha casa até o barzinho leva em torno de cinquenta minutos, estaciono minha moto ao lado de algumas outras que já estavam ali, desço. Há algumas pessoas fumando em frente ao estabelecimento, está aí algo que nunca me atraiu, cigarro. Acho que pelo fato de meu pai fumar desde que me entendo por gente, apenas o cheiro me embrulha o estômago, não tenho nada contra quem fuma, contanto que não fume ao meu lado não me atinge de forma nenhuma. Passo pela pequena área de fumante improvisada e adentro ao bar.

Ele é rustico, com o barman no centro do bar em uma ilha onde está em exposição o vasto cardápio de bebidas. Olho ao redor á procura de Jorge o encontrando em uma mesa no fundo ao lado de Alice. Caminho até eles.

-E aí, mano ?-Ele me cumprimenta com um sorriso.

-E aí?

Cumprimento Alice com um beijo na bochecha. Ela é encantadora, e devo admitir que quando eles começaram a namorar não depositei tanta fé, pois sei da fama de Jorge, conheço meu amigo, porém ela foi a primeira que gostei e parte de mim fica feliz por vê-lo feliz, a outra parte se decepciona por não ter conhecido-a primeiro, entretanto ninguém não precisa saber disso.

Sento-me junto a eles.

-Como está a faculdade ? -Alice pergunta enquanto beberica sua bebida que é uma mistura de rosa com azul.

-Está bem, me atolando, mas bem. -Respondo.

-Mas este ano você termina, certo? -Jorge pergunta.

-Sim, meu último ano, espero apenas não ficar com DP.

O garçom nos atende e peço apenas um energético, afinal vou dirigir e caso me dê bem hoje espero estar consciente para me lembrar...

-Sem álcool? -Jorge pergunta assim que o garçom se afasta.

-Melhor, não estou de carro, estou de moto. -Respondo dando de ombros.

-É, melhor. -Ele responde um tanto pensativo, provavelmente lembrou-sr da mesma coisa que eu, antes de sair de casa. Renato. Desde que tudo aconteceu Jorge mudou bastante, acho que com todos os acontecimentos se forçou a amadurecer. Ou a vida o forçou, ela costuma a fazer isso, não é nenhuma surpresa sermos obrigados a tal.

Alice tira o foco melancólico da conversa e começa a falar sobre algo que aconteceu no trabalho, porém não ouço muito o que ela diz... O garçom me trás o energético e beberico-o, enquanto Jorge comenta algo sobre o tema que estava sendo trato, tal este não prestei atenção.

Assim que termino meu energetico fito as duas pessoas a minha frente, desvio meu olhar para  o local ao meu redor. Lotado por pessoas que desejam apenas esquecer-se dos problemas, bem, procuro a mesma coisa, mas parece que nenhum de nós encontrou o que procuramos... Essa é a triste realidade.

O som do meu celular ecoa me tirando de meus devaneios e atrapalhando a conversa a minha frente.

Levanto-me enquanto pego meu celular em meu bolso já o atendendo.

-Alô? -Atendo enquanto caminho até a saída do bar, passo direto pela área dos fumantes e paro na entrada de um beco que há do lado do bar.

-Lucas? -A voz de Gabriel ecoa em pelo auto falante.

-E aí, mano ?

-Como estão as coisas?-Pergunta.

-Estão bem. -Respondo.

-E como estão as coisas com seu pai ? -Pergunta um tanto temeroso.

-Estão melhorando... -Respondo.

-Ele não é uma má pessoa.

-Eu sei que não, mas é que o seu Rogério sabe quando nos tirar do sério... -Respondo passando a mão por meus cabelos.

Ouço um sussurro seguido de um barulho. Viro-me. Há uma mulher encolhida no canto com um homem segurando suas mãos.

O pequeno beco está escuro, contudo é possível ouvir seu choro baixinho.

-Gabriel, depois te ligo. -Digo já encerrando a chamada. Guardo o celular em meu bolso.

Praticamente corro até onde eles estão, puxo o homem pela camisa vendo-o se assustar um pouco antes de tentar me acertar com um soco. Desvio. Empurro-o contra a parede.

-Seu pai não te ensinou que quando uma mulher diz "não" é NÃO? -Pergunto pressionando contra a parede.

-Você não tem nada haver com isso... -Cospe as palavras.

-Além de agressor é burro? -Pergunto, um choro baixinho atrás de mim me faz lembrar da razão pela qual estou fazendo isso.

-Já que a moça não quer nada, me deixa ir. -Diz dando-se por vencido. 

-Sorte sua que estou mais preocupado com ela do que com acabar com você. -Digo soltando-o para logo em seguida vê-lo correr rua afora.

Viro-me para ver como a moça está, a mesma está encostada na parede com ambas as mãos escondendo seu rosto, seus cabelos caem como uma cascata por seus ombros, não tenho como afirmar pela escuridão, porém tenho quase certeza de que eles são louros. Aproximo-me lentamente dela. Seu choro é como um sussurro, se estivesse um pouco mais longe não conseguiria ouvi-la.

Toco seu ombro, assustando-a. Ela finalmente retira as mãos do rosto e o que vejo me perturba. 
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E aí meus amores?

O que acharam?

Lucas está, lentamente, se abrindo, e vamos conhecer este personagem incrível que amei conhecer!

Espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar e deixar o like.
Amo vocês ❤️









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