23. Precisamos falar sobre cupidas

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[Segunda de tarde]

— Primeiro dia de namoro e minha mãe já veio me perturbar — comentou Marlene, lixando as unhas.

Lily pensou que, se Andrômeda estivesse em casa, já teria surtado por ter o mínimo pó caindo em seu chão sempre limpo — milagrosamente, considerando a bagunça do marido e da filha. Como ela não estava, Marlene e Tonks sentiam-se completamente à vontade para fazer aquele tipo de coisa, como duas crianças quando se negavam a dormir no horário.

— O que ela disse? — perguntou Tonks.

— "Ele só quer te comer" — respondeu Marlene — Bem, ele conseguiu.

Lily virou-se para olhá-la.

— Você falou isso para a sua mãe?

— Precisava? — Marlene assoprou o pó da unha, risonha.

— Eu sinto falta da Lice — Tonks desabafou, do nada.

— Eu não — respondeu Marlene.

Lily deu um tapa em seu ombro, rindo.

— Você é uma piranha de primeira mesmo.

— Tudo aqui é de qualidade, meu amor — ela mostrou a língua.

— A língua não. Vai em um dentista — provocou Tonks, cruzando os braços.

— Claro, porque a minha língua é que nem a daqueles peixes. Denticulada.

Lily pegou o celular de seu bolso, notando a distração delas, ainda sorrindo pelas provocações. Era tão bom ver que estava tudo bem com todas... Bem, exceto talvez por Alice. Era difícil de saber.

— Seu corretor é, claramente, proibido para menores de 18 anos — disse Tonks, levantando uma sobrancelha ao notar que Lily estava mexendo no celular.

— Ou seja, eu, que claramente tenho a mente mais pura de toda Hogwarts — disse Lily, fingindo seriedade.

— Preciso te lembrar da vez em que invadimos o banheiro masculino? — retrucou Marlene.

Tonks abriu a boca, sem conseguir conter a risada.

— Lily Evans! — ela quase gritou.

— Estava vazio! — Lily gritou, o rosto ficando rubro — Eu queria saber como era! Eu tinha 7 anos, Lene!

— Você deu seu primeiro beijo aos 14 — Marlene lembrou-a, rindo.

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

— Eu só queria entender o porquê do meu celular mostrar um símbolo de proibido para menores de 19 anos em vez de 18 — comentou Tonks, o celular nas mãos dela também.

— Queria usar para colocar onde? — perguntou Marlene, maliciosamente.

— No seu...

— Alguns países da Ásia consideram que, ao nascermos, nós temos 1 ano de idade, e não zero, como é aqui — Lily interrompeu a resposta de Tonks.

— Eu realmente gostaria de saber onde você descobre essas coisas — Marlene negou com a cabeça — Porque nós não aprendemos na escola.

— Se aprendêssemos tudo na escola, nunca sairíamos dela.

— Pelo menos priorizariam matérias mais importantes...

Tonks soltou uma risada irônica.

— Claro, porque "história dos emojis" seria uma matéria bem útil para as nossas vidas.

Precisamos Falar Sobre JamesOnde histórias criam vida. Descubra agora