Epílogo

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4 anos depois...

— Está bem... — Marlene ajeitou-se no carpete da sala, o fundo da garrafa apontando para ela, a boca apontando para Tonks — As vezes que você mudou a cor do cabelo ou as vezes que você já transou.

Lily precisou revirar os olhos. A sua amiga não mudava mesmo.

— Catorze — respondeu Tonks, depois de pensar um tempo.

Alice voltou para a roda, sentando-se ao lado de Marlene com um pote de sorvete em mãos, antes de girarem a garrafa mais uma vez.

— Então, Lily... — Tonks disse com um tom sério — Quantas cópias eles compraram ou quanto dinheiro você já recebeu.

Todas riram da brincadeira dela, que estava com os cabelos pintados de laranja.

— Então... — começou Lily com um tom brincalhão — Cento e cinquenta.

— Claramente o número de cópias — concluiu Marlene.

— Ei! Não estraga a brincadeira! — reclamou Alice.

— São poucas as vezes que dá para saber qual das duas perguntas foi respondida!

Tonks olhou indignada para ela.

— Você acha que eu transei...? — ela interrompeu-se — Eu não sou você!

— Você acha que eu transei catorze vezes? — Marlene retrucou, rindo.

— Claro que não, muito mais.

Alice escondeu o rosto por trás da almofada, gargalhando.

Lily precisou admitir que nunca tinha visto a sua amiga tão relaxada quanto aquele tipo de assunto. Talvez fosse a maturidade, que chegou para todas — menos Marlene, ela nunca amadureceria.

— Certo, um brinde a Lily Mary Evans, a mais nova autora de distopias da Grã Bretanha — Marlene esticou-se para pegar o copo com cerveja, que elas quase não tocaram no meio do jogo.

Afinal, elas tiveram que esvaziar a garrafa para poder usá-la.

— Um brinde — Alice e Tonks seguiram o exemplo da amiga.

— Quem merecia o brinde era Alice — ela apontou para a amiga — Se ela não fosse tão fissurada em signos, eu jamais teria escrito uma distopia baseada nisso.

— Então você poderia escrever uma distopia sobre machismo e feminismo — Marlene deu de ombros — Para se basear na sua melhor amiga e madrinha do seu casamento.

Lily deu uma cotovelada na amiga.

— O quê? — gritou Tonks — Você vai casar?

— Era surpresa, que droga, Lene! — resmungou.

Marlene deu mais um gole no copo, sorrindo inocentemente, como quem dizia "não pude me controlar".

— A gente ia te contar... — disse Alice.

— Como assim? Você também? — perguntou Tonks, parecendo surpresa.

Então ela olhou para Marlene, que começou a gargalhar.

— Eu não! Você achou mesmo que eu me casaria?

— Seria legal se todas nos casássemos ao mesmo tempo, imaginem só — comentou Alice.

— Daria uma boa história. É só você se reunir com a gente que arruma todo o tipo de história para escrever, Lils — disse Tonks.

— Eu ainda acho que deveria escrever a sua história com o James — Marlene sempre dava aquela ideia, antes mesmo de Lily conseguir finalizar o seu primeiro livro.

— É igual a todo o tipo de romance, nada de novo — voltou a responder, como das últimas vezes.

Pela expressão das outras, elas discordavam completamente.

— Como se existissem outras Lily Evans e outros James Potter por aí — retrucou Marlene, debochadamente.

— Deixe-me ver se entendi... Onde você já leu um livro sobre dois amigos, em que ele se afasta dela por causa da nova namorada, que no caso é uma traíra de ex-amiga? — perguntou Tonks.

— E isso ignorando completamente toda a treta das ameaças e do sequestro — completou Alice.

Apesar da certeza de que existia algo que se encaixasse no que elas falavam, Lily não respondeu.

O seu relacionamento não podia ser tão diferente assim.

Não é?

Precisamos Falar Sobre JamesOnde histórias criam vida. Descubra agora