8. Precisamos falar sobre olhos verdes

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2 meses depois...

[Terça à noite]

As quatro garotas entreolharam-se, metade do rosto delas invisível por trás do amontoado de cartas em suas mãos. Tonks ajeitou-se na cadeira, aparentando comodidade, antes de jogar uma das cartas no centro.

— Amarelo.

Marlene, imediatamente, abaixou o amontoado, parecendo conter-se para não atirá-lo ao centro da mesa, já que preferia ganhar a reclamar — embora fosse uma batalha acirrada entre qual dos dois gostava mais.

— Amarelo? De novo? — ela reclamou a Tonks — Acabamos de trocar para o azul!

— Se não tiver cartas amarelas, compre — desafiou Tonks, sorrindo maleficamente.

— É claro que eu tenho cartas!

Lily moveu a cabeça discretamente.

Os blefes de Marlene nunca soavam verdadeiros aos seus ouvidos, era como se os anos de amizade tivessem tornado-a imune a isso.

— Vocês fizeram aliança? — perguntou Marlene, repentinamente, olhando desconfiada para Lily.

— Você está paranoica — disse Alice, decidindo qual das cartas colocar.

Seria completamente não-natural para qualquer pessoa que conhecesse alguma das quatro que elas estivessem amontoadas jogando Uno. Lily mesma tinha pensado que era uma ideia estúpida, até que Alice provou que aquele não era um Uno normal.

— Não, eu não estou paranoica! — continuou reclamando Marlene, sem olhar para a mesa.

Alice aproveitou a oportunidade para lançar silenciosamente a sua carta.

Um sete amarelo.

Lily revirou os olhos, provocando-a sem dizer uma palavra.

— E não adianta revirar esses olhos para mim!

Tonks jogou-se para trás na cadeira, sorrindo vitoriosa.

Só então Marlene percebeu a jogada delas.

— Viram? Não era paranoia — ela disse, cruzando os braços, frustrada.

— Conte-nos, então, Leninha — disse Tonks, satisfeita — Sobre a vez que você dormiu na mesma cama que o Sirius.

Lily arregalou os olhos, trocando um olhar abismado com Alice.

— Como é que é? — elas perguntaram em uníssono.

— Primeiro: vocês disseram que era uma pergunta, e não um conto — disse Marlene, incomodada — Segundo: você prometeu que nunca mais mencionaria isso, Nymphadora.

— Não me chame de Nymphadora — disse Tonks, sem alterar-se — Eu posso formular uma pergunta. Como foi que você e Sirius pararam na mesma cama naquela ocasião?

— Ele queria irritar a mãe dele — ela respondeu logo.

— Na casa da mãe do James?

Não era novidade para ninguém que Sirius morava junto com James desde que a intolerância de sua mãe para com o seu jeito de ser atingiu o ápice, mas a história faria maior sentido caso se tratasse da época antes de Sirius ir para a casa dos Potter.

— Era só uma pergunta — Marlene desviou do assunto.

— Sei não... Não acreditei muito no que você disse — pronunciou-se Lily — Acho que deveria pagar algum desafio...

Precisamos Falar Sobre JamesOnde histórias criam vida. Descubra agora