Zack vê o seu antigo carro na garagem

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Zack

Segui para a empresa vendo alguns papeis, estava com olheiras, a noite foi bem difícil e mal consegui dormir.

Dubald entrou na garagem e estacionou, assim que desci do carro, avistei uma cherokee vinho, igual a que comprei a nove anos atrás, pisquei várias vezes e caminhei até ela.

Olhei bem para aquele carro, um sorriso leve surgiu, toquei em seu capô, ele estava quente, era o mesmo carro, o mesmo que foi meu, o carro que sonhei em levar Caleb e Erin para passear, era velho, mas era nosso.

passei o dedo no canto do olho, dando a volta no carro, ele estava inteiro, perfeito e a pintura polida.

- Senhor... - Chama Dubald estranhando minha admiração por um carro velho.

Apontei para o carro, com a voz embargada eu disse.

- Esse foi uma parte feliz da minha vida... Eu... Posso dizer que... - Apoiei a mão entre o teto e a porta, olhei para ele tentando não chorar. - Eu já podia ver meu filho no banco de trás... levando ele para passear, ir a escola...

- Porque está se machucando desta forma? - Dubald se aproximou de mim. - Homem... Você precisa se esquecer do passado para conseguir seguir a diante.

- Ainda não terminei minha vingança, Dubald... Eu ainda tenho duas pessoas para acertas as contas, uma delas... você sabe bem quem é.

- Eu nunca concordei com isso, acho que se vingar não é a melhor escolha, mas quem sou eu para dizer a você que não se deve fazer isso.

- Vamos subir. Esse reencontro acabou com o meu dia.

Seguimos para o escritório, passei por Erin.

- Me traga um café... Sem açúcar. - entrei no escritório e fechei a porta sem dizer bom dia.

Algum tempo depois,Erin adentrou a sala com uma bandeja trazendo o café e um riso alvo no rosto. O fato dela estar sempre felizinha me irritava.

- Seu café, Sr Heights!

- A Sherokke que está lá embaixo é sua? - A olhei de lado. - Já não disse para manter o cabelo preso?

- Sim, é a Bridget não se lembra? - Ela não deu importância ao meu comentário sobre os seus cabelos e os jogou para trás. - Mais alguma coisa, Sr Heights!

- Tem sim... - Me levantei, peguei o relatório em mãos. - Quantas vezes já disse para não usar termos como: Mas, talvez, e um monte de outros aqui. - A olhei. - Ou é ou não é, mas em um relatório não aceito... - Peguei o canetão preto, fui até a janela e passei a escrever e ditar o relatório, passando tudo para a janela em letras gritantes, olhei para ela. - Leia Sra. Withmore... vamos ver se a senhora consegue entender onde está a merda do erro que todas as vezes insiste em fazer.

- Sr Heights, o senhor não é meu professor, isso aqui não é uma sala de aula e eu já estou de saco cheio de você subjugando a minha inteligência. Eu elimino os termos da Merda do relatório e você reclama, eu uso os termos e você reclama. Se eu eu sou tão incompetente por que não me demite, simplesmente?

- Quer ser demitida? É isso? - Me ergui colocando minhas mãos na cintura. - Peça demissão... Vamos!?

- O que você quer afinal, Zachary Heights? Queria a porcaria da sua vingança. Ótimo! Você conseguiu. Eu estou exatamente na situação em que você quer, mas você não se dá por satisfeito e eu estou cheia de aguentar os seus desmandos, seu mal-humor e sua arrogância...

- Continue. Sra. Withmore... - Mandei.

- EU ME DEMITO! - Ela gritou. - Não sou obrigada a aguentar o seu mal-humor e petulância. Que se dane! Me demito.

- COVARDE... ASSIM COMO O SEU PAI ERA. - Disse mais alto que ela.

- Covarde por quê? Por que cansei de ser tratada como um lixo? Por que eu não aguento mais ser a secretária de um executivo egocêntrico e Cretino. Eu cansei! Prefiro ser garçonete de bar, mulher-sanduíche, o escambau. Mas, eu não aguento mais você.

Uma aglomeração de funcionários se formou pra assistir a nossa discussão.

- Você é covarde, Erin... Não lutou...na verdade nunca lutou por nada que queria em sua vida... Agora fica esfregando uma vida que podíamos ter tido... Você é tão covarde que não teve a coragem de lutar pelo que amava em fazer... Você tinha a arte nas mãos, e vejo que as suas mãos simplesmente se esqueceram do que é ser feliz, do que é lutar por algo que você ama... Você foi covarde... E está aqui, para aprender a ser gente... Minha vingança só começou... - Disse dando a volta e ficando de frente para ela. - Você só é a isca... E o que tem passado comigo, é um amostra do que eu senti pelos meses que fiquei preso.

- Os meses que você passou preso, eu passei na Merda de um leito de hospital. Quando eu me dei conta do que tinha feito e tentei achar você. Você e seu pai tinham ido para a Irlanda! Eu toquei a minha vida e...

- Erin! - Marsha adentrou a sala esbaforida. - O seu filho...

- O que houve com o Caleb?

- Ele sofreu um acidente na escola. Está internado. A Ellen está tentando te ligar, mas está caindo na secretária eletrônica.

Aquele nome me fez estremecer, ela não podia ter usado o nome do nosso filho em outra criança, perdi a fala e o chão, fiquei olhando para ela.

- Que Merda! - ela recolheu sua bolsa e saiu correndo em direção ao elevador.

- Marsha, transfere a reunião para amanhã... - Disse saindo atrás de Erin. - Erin... Vou te levar até o hospital.

- Mas, não vai mesmo! - ela foi enfática e aquilo foi verdadeiramente estranho.

- Eu vou sim... não esta em condições de dirigir, e fim de papo.

- Que seja! - ela deu de ombros visivelmente contrariada e seguiu comigo até a Sherokee. - Vamos na Bridget! - ela disse autoritária.

- Não... Vamos no meu carro... Dubald é perito em direção defensiva, garanto que chegamos ao hospital em menos tempo.

- Que seja! - ela parecia desesperada e eu via as lágrimas se insinuarem em seus olhos. - Meu filho...

REVENGE - TWOOnde histórias criam vida. Descubra agora