Zack descobre a verdade

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Seguimos para o hospital juntos, Erin soluçando ao meu lado e eu quieto, porque não sabia  como agir, eu nem sei o porque estava indo junto, por outro lado era apenas uma criança que precisava de cuidados, não podia negar ajuda se caso precisasse. Nessa parte meu coração não conseguia ser ruim, por mais que eu soubesse que abalar o emocional de Erin era abalar a estrutura que ele tinha com a mãe.

Por outro lado não estava pronto para descobrir a verdade da forma que ela estava querendo ser apresentada a mim, e confesso que ao entrar no carro, e a palavra CALEB soar o tempo todo na minha cabeça, eu não queria acreditar que aquele Caleb era na verdade meu filho tão amado. Seria um golpe duro que iria levar, a partir do momento que pisasse naquele hospital e naquele quarto.

Erin desceu do carro praticamente correndo, fiz o mesmo e pedi ao Dubald para estacionar e entrar, qualquer coisa, pediria a ele para providenciar se fosse algo mais grave.

Segui Erin a passos largos, ela na minha frente praticamente correndo, até que entrou no quarto.

- Filho! - Ela se aproximou da cama a passos rápidos e tomou a mão do garoto, ele a encarou com seus grandes olhos azuis e sorriu. - O que aconteceu, meu pequeno Príncipe?

- Eu caí! - Ele respondeu simplesmente e voltou a atenção pra mim. - Papai, você veio! - ele sorriu e seus olhos se fecharam.

Me agarrei no batente da porta, olhei para aquele garoto que sorria para mim e tinha acabado de me chamar de pai, passei a mão pela boca e olhei para Erin, vi que era verdade, finalmente consegui dar um passo, a medida que me aproximava via o quanto seus olhos azuis se igualavam aos meus.

Puxei o ar com força pela boca, meu coração não batia corretamente nessa altura do campeonato, Agarrei aquele garoto num choro compulsivo que deveria ter sido escutado pelo hospital inteiro, só consegui pega-lo no colo e desabar na cadeira ao meu lado, abraçando-o em pranto como uma criança que tinha ganhando o maior presente de toda a sua vida, nem papai Noel teria sido tão generoso.

Beijei e chorei agarrado aquele garoto no meu colo, eu queria poder leva-lo comigo, queria conversar e queria sei lá o que, a dor que se estendeu pelos nove anos que fui privado de sua companhia me faziam piorar o meu estado de desespero.

- CALEB... MEU DEUS... O SENHOR NÃO FEZ ISSO COMIGO?... - o abracei apertando em meus braços, eu sentia mãos em mim, pedindo para eu deixar o garoto na cama, mas não conseguia solta-lo. - Me deixem... eu quero ficar com meu filho...

- Senhor, por favor... - Uma mulher tocava o meu ombro. - Ele fraturou o braço. Não queremos piorar o seu estado, não é? Não se preocupe, seu garoto vai ficar bem. Vocês são bem parecidos, sabia?

- Me deixa ficar com ele? - Olhei pra enfermeira, mas mal a enxergava. - por favor?... me deixa ficar com ele no colo!... me deixa ficar com ele.

Não conseguia parar de chorar.

- É perigoso, Senhor! Pode aumentar a lesão! Ele não sofreu nenhum dano cerebral na queda, ou nada no gênero. Nós apenas o sedamos por estar muito agitado. Logo ele vai acordar e o senhor vai ver que seu filho está bem. - A moça parecia confusa diante da minha reação.

- Erin... Erin... - Olhei para ela sério. - Me conte a verdade.

Finalmente me levantei, de um beijo na testa de Caleb, o coloquei na cama e a olhei, agora meu coração não batia de emoção, mas de ódio pela mentira, Dubald entrou no quarto e nos olhou.

- Vamos conversar lá fora! - Ela me encarou séria e tomou a direção da saída do quarto.

Beijei os cabelos de Caleb, uma mulher estava aterrorizada num cando, olhando a nós dois, e acho que meu desespero foi o estopim para sua surpresa.

Erin saiu do quarto, passei por Dubald que também estava sem reação.

- Não saia da porta, não deixem que o levem pra nenhum lugar, e ligue para Katty e mande ela vir urgente.

- Mas... Para que o senhor quer um advogado? - Dubald me perguntou mais confuso ainda.

- Faz o que mandei. - Saí do quarto pegando o lenço de dentro do bolso interno, sequei as lágrimas, Erin parou próximo a grande janela, longe de tudo e de todos, era o corredor do elevador.

- Eu não sei nem por onde começar. - Ela disse sem me encarar, acho que não tinha coragem para tal.

- Comece de algum ponto. - Estava ofegante, a todo o tempo tinha que secar o canto do olho.

Ela se voltou pra mim e também tinha os olhos marejados.

- Eu sei que o que eu fiz é imperdoável! Mas, foi por amor...

Levantei a mão aberta, louco para dar um tapa em sua cara, fechei a mãos chegando a estalar, agarrei seu pescoço com calma pra segurar e a encostei na parede, arfando de ódio. disse baixo e rosnando.

- Se não queria a mim, eu até entenderia, mas se você queria tirar Caleb de mim, nunca deveria ter me contado da suspeita da gravides... Você é um monstro. - Disse sentindo a minha pele queimar de ódio. - Você me fez amá-lo, você me fez acreditar numa família... Você me roubou 9 anos da vida do meu filho. - A larguei antes que eu fizesse uma loucura, me afastei arfando, não estava me sentindo bem.

- Vladimir e eu discutimos no escritório de casa, ele levou todos os acionistas pra uma reunião extraordinária em casa. Era óbvio que ele queria me amedrontar, mas eu não pensei nisso na época. Depois de ameaçar te mandar pra cadeia, eu comecei a passar muito mal e o Jimmy me levou pro hospital. Eu estava com medo! Eu só conseguia pensar que se eu não fizesse o que meu pai queria, você passaria os próximos anos na cadeia e eu não me perdoaria por isso. Internada naquele hospital eu não sabia do que acontecia aqui fora. - ela chorava. - Eu achei que o Vladimir cumpriria com a palavra e te deixaria em paz, sem contar que eu tive medo pelo meu filho. Vladimir ameaçou não só você, mas também o Caleb. Quando eu deixei o hospital, eu tentei ter notícias suas, eu queria te reencontrar, mas o que me disseram foi que você foi embora pra Irlanda com o seu pai, e eu nem pude me despedir da Dinda, porque eu não sabia onde ela foi enterrada. Eu errei muito, Zack! Mas, foi por medo, Eu fui covarde!

- Meu filho... - Coloquei as mãos na cintura, deixei as lágrimas rolarem. - Nunca fui um covarde, Erin... E esperava que você também não fosse... Eu preferia mil vezes que tivesse ficado do meu lado, com você, eu seria forte, aguentaria o que aguentei por você, porque vali a pena... - Olhei para ela que não parava de chorar. - Eu vou tirar ele de você...

- Zachary, não faça isso! - Seu choro se tornou convulsivo. - Caleb é tudo o que eu tenho. Você já me tirou os bens, já sujou o meu nome diante da sociedade, a minha família se desfez, eu só tenho o meu filho...

- Não vai deixa-lo de vê-lo, não sou tão ruim assim, mas ele vai ficar comigo... - Me aproximei dela. - Você devia ter pensado o lado a escolher... Deu o meu filho para outro homem criar, deu o sobrenome dele ao meu filho... - Rosnei - Você é covarde, Erin... Tão covarde que não teve a capacidade de contar durante 9 anos... Sabia onde morava, onde estava e com que estava. - Levei a mão ao peito. - Você vai pagar caro por isso.

Dei as costas para ela e segui para o quarto de Caleb.

- Quem é você? - Petuguntei a senhora que estava ao lado da cama.

- Ellen Still, sou a empregada e babá de Caleb.

- Então vá ver sua patroa. - me sentei na beirada da cama dando as costas para ela.

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