É bom estar em casa

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Erin abriu a caixa e retirou o seu presente com um sorriso largo.

- É lindo, meu filho! Foi você quem escolheu, Caleb? - Erin admirava os pingentes em seu relógio - Esses pingentes tem algum significado?

- São os lugares que o papai vai levar a gente para conhecer. - Ele pegou o relógio da minha mão. - Me da seu braço?

Erin estendeu o braço para Caleb e indagou.

- E temos pingentes de que lugares aqui?

- Paris... - Ele puxou a torre Eiffel. - Este da charrete é Inglaterra, esse é a cidade do sol, Polônia... - Ele me olhou. - Sabia que lá o sol brilha a meia noite?

- Ah é? Por que?

Caleb olhou para mim, ele parecia confuso.

- A cada seis meses o Polo Norte fica mais exposto ao sol por causa da inclinação da terra, isso faz com que durante o verão a noite não exista.

- Que interessante! - Erin tomou a mão de Caleb e sorriu pra ele. - Filho, você me perdoa?

- DO quê, mãe? - Caleb torceu a cabeça querendo entender.

- Por ter mentido pra você? - Ela tocou seu rosto. - Eu nunca te pedi perdão por isso e foi muito errado. Perdoa a mamãe?

Caleb não disse nada, apenas abraçou Erin.

- Eu amo você! - Essas foram suas falas.

- Também amo muito você, meu anjinho! - Ela o apertou forte.

- A gente vai andar de navio. - Caleb me soltou pegando na minha mão e mostrando um navio de cruzeiro. - E esse sou eu, o papai e você. - Ele mostrou os três bonequinhos juntos.

- É lindo, meu anjo! - Erin buscou minha mão. - Vamos conversar, mais tarde?

- Claro! - Disse levando sua mão a boca.

Dentre em pouco John adentrou a sala na companhia de Ellen.

- Olá pessoas! - ele soou descontraído.

- Como vai, Caleb?

- Seja bem vindo. - Me levantei estendendo a mão.

Ele apertou minha mão e aproximou-se de Erin, abaixando à sua frente.

- Como está, minha pequena?

- Me sinto bem! - Erin sorriu.

- Ela não é pequena... E nem sua! - Caleb agarrou no meu pescoço e fez um bico de reprovação.

Tive que me segurar para não rir, adorando meu filho dando um de possessivo.

- É só um modo carinhoso de chamar,Garotão.- John sorriu como se estivesse acostumado a esses rompantes

- Aceita uma taça de vinho, John? - Perguntei indo até o aparador, Caleb me olhou de boca aberta, ignorei o fato sorrindo.

- É uma boa pedida!- ele riu,encarando o meu filho. - Sabe Caleb, acho que você já pode parar de me detestar agora. Eu não namoro mais a sua mãe!

- Vou te detestar mesmo assim. - Caleb olhou feio pra John.

- Caleb... Respeite o convidado, e ele tem razão. - Levei a taça com vinho para Erin e John. - Eu e sua mãe estamos praticamente casados.

Aquela palavra fez sentido pra Caleb, que sorriu abraçando Erin, parecia eufórico.

- Eu sei que lá no fundo, você gosta de mim. Tenho certeza que seriamos amigos se eu não tivesse me engraçado com a sua mãe. - John estendeu a mão pra Caleb. - Vamos lá, Chapinha! Me dê um desconto.

- Eca! - Caleb recolheu a mão.

- Caleb! - Chamei sua atenção amavelmente.

- Ele tá mentindo... - Disse Caleb contrariado, torci a boca pra ele segurando o riso. - Ele só tá fazendo isso pra ganhar a minha confiança e roubar a mamãe.

- Filho, não seja ríspido assim com o nosso amigo. - Ela afagou seus cabelos. - O John nos ajudou muito.

- Eu sou apenas um amigo agora, Caleb! E você bem podia me apresentar uma professora bonita e solteira.

- Não se atreva a tentar usar o meu filho pra conseguir mulher, John.

Caleb olhou para Erin espantado.

- Melhor a gente mudar de assunto.

- Tenho um assunto sério a tratar com vocês! - John me encarou, tomando do seu vinho. - Muito bom, acho que eu precisaria trabalhar um ano pra comprar uma garrafa dessas.

Erin revirou os olhos ante seu comentário e acrescentou.

- O que você tem de tão sério a tratar?

- Andei investigando a sua mãe.

- Caleb... Vai ver se o Fim já terminou o jantar.

Caleb saiu contrariado.

- O que descobriu?

John olhou de Erin para Ellen e acrescentou depois de suspirar

- Lamento, moças mas tenho fortes indícios de que vocês foram enganadas.

Relaxei na cadeira, queria ver isso.

- Erin, a sua mãe conhece você e sua irmã melhor que ninguém. Ela sabia que a Jasmine não saberia como reagir diante de uma crise,e eu andei falando com a sua irmã. A Eisy estava perfeitamente lúcida quando entrou em contato com a sua irmã e foi ela quem a aconselhou a lhe passar uma procuração. Quando a Jasmine veio para Boston foi que a Eisy começou a dar sinais de surto. Tudo muito bem arquitetado. Você sabia que sua mãe Era de um grupo de teatro?

- Sim, eu sabia.

 - Continuando, a sua mãe sabia que seu pai vinha desviando dinheiro demais e que ele seria pego cedo ou tarde pelo Imposto de Renda, quando o Vladimir morreu, certamente ela compreendeu que todos os encargos seriam de vocês, principalmente dela que era ativa na empresa, então o que ela fez? Se isentou da responsabilidade e conseguiu que você tivesse de arcar com tudo,  mas acho que a Eisy não contou que você seria tão honesta.

- Mas, eu não entendo John! Já que ela só queria se isentar da responsabilidade, porque ela fez a Jasmine me dar uma procuração? Você acha que ela quis proteger a minha irmã e me ferrar? Por que?

- Eu não sei! - John me encarou e eu senti que ele mentia.

- E tem mais, eu mesma a encaminhei ao psicólogo.

- Dr Kehl Sullivan.

- Exatamente, ele era amigo do... Oh, meu Deus! - Erin se interrompeu. - Claro, ele e a Eisy fizeram faculdade juntos, a minha mãe deixou o curso de psicologia pra se casar com o meu pai.

- Bingo! - Disse levantando as mãos para o alto.

- Tá, mas tem uma coisa que eu preciso saber, por que eu tinha que arcar com tudo e a Jasmine, não? - Erin encarou John desafiadora e tentou se levantar, ela era persistente, ainda mais quando brava. - Eu conheço você, John! E eu sei quando você mente. - Ela deu um passo a frente, mas vacilou e quase caiu.

- Melhor ficar aonde está? - Disse indo em sua direção e a tomando nos braços. - Você não precisa escutar com as pernas. - A coloquei de volta na cadeira de rodas.

- Anda, John! Abre a boca.

- Erin, eu não sei de nada.

- Eu sei que você sabe. - ela começou a arfar.

- Se você continuar nesse ritmo, vou mandar sedar você. - segurei seu rosto. - Se seu amigo está dizendo que não sabe, é por que realmente não sabe é se eu soubesse Também te contaria, agora se acalme.

Erin suspirou resignada e tomou um pouco do seu vinho.

- A que horas, eu tenho que tomar os remédios? Minha cabeça dói!

- Melhor te levar pro quarto... Dorme um pouco.

- Não quero dormir. Eu já dormi tempo demais. Ellen, vamos pra cozinha?

REVENGE - TWOOnde histórias criam vida. Descubra agora