Erin sofre

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Erin

Segui para casa, me sentindo derrotada, todo o meu mundo ruiu e eu só pensava em como seria duro ver o meu Caleb saindo pela porta de casa, carregando uma mala, sem a certeza de retornar um dia.

John seguia silencioso, na direção e eu só queria que o nosso carro encontrasse um poste e eu morresse logo de uma vez, ou que buraco se abrisse no chão e me tragasse da terra.

Eu só me perguntava como eu poderia seguir em frente sem o Caleb?

- Erin, por que não me contou da discussão e do que fez no carro dele? - John quebrou o silêncio. - Poderíamos ter alegado que foi um acidente, que o tapa foi por que ele te assediou. Você me deixou totalmente no escuro. Como advogado eu precisava saber!

- John por favor, agora não! Minha cabeça doía e eu não queria ouvir mais nada ou ninguém.

John calou-se e quando chegamos, Caleb estava na varanda conversando com Ellen, os dois se ergueram quando me viram e pela minha cara, sei que Ellen já previu o pior.

- Oi, meu amor! - Me aproximei de Caleb e beijei seus cabelos.

- Eu vou indo, Erin! Acho que esse é um momento de vocês. - John me beijou e seguiu para o carro.

Caleb olhou de mim para ele franzindo o cenho, abraçou minha cintura.

- Não seja implicante, filho! Hoje não.

- Não disse nada... - Ele deu de ombros.

O apertei forte em meus braços e não pude conter o choro.

- Meu menino!

- Porque você tá chorando?

- Porque eu estou triste, mas eu sei de uma coisa que vai aliviar a minha tristeza. Sabe o que?

- O quê? - Ele sorriu abraçado a minha cintura.

- Você deitar comigo na minha cama e me abraçar bem forte. Quer que eu leia pra você ?

- Quero... Ganhei um livro novo do papai... - Ele disse todo contente. - Pode ler ele?

- Claro! Vai buscar e me espera no quarto que eu já subo tá! Preciso falar com a tia Ellen.

- Tá bom! - Caleb puxou a mochila e entrou. - Vou tomar um banho, o papai disse que vem me ver...

- Isso! Espera o papai bem cheiroso.

- Eu posso sumir, Ellen? - Me voltei pra minha amiga, depois que Caleb subiu as escadas. - Eu não vou aguentar vê-lo indo embora. Meu coração tá apertado.

- Calma... Me conte tudo? Assim como você estou dilacerada. - ela me abraçou. - Caleb também é uma especie de filho para mim.

- Foi horrível, e eu ainda não acredito que o Zack teve a coragem de usar a nossa discussão contra mim. Agora o juiz acha que eu posso ser perigosa e que eu preciso de acompanhamento psicológico.

- Ah!... Pelo amor de Deus. - Disse Ellen surpresa e revoltada. - Como ele pode!?

- Eu esperava tudo, Ellen! Mas, isso... foi um momento nosso! Um momento de descarregar as nossas mágoas e... Ele usou isso contra mim! Tá doendo tanto, Ellen.

- Erin... Sei que foi tudo muito corrido ontem, mal conseguimos conversar... - Ela me olhou. - A discussão?... como ela foi?

Contei a Ellen toda a cena e me larguei no sofá. Eu queria que as malditas lágrimas parassem de correr.

- Como ele pôde se tornar tão nocivo?

- Há! Erin!... - Ela estalou a língua na boca chateada. - Deveria ter contido suas mãos e sua raiva, deixasse isso para outro dia. - Ela me abraçou. - Vá cuidar do seu filho, aproveite esse momento, e vamos fazer o que o juiz pediu, mostre a ele que você é capaz o suficiente para estar com seu filho, nada de fugir, agora é que precisa ter mais coragem para se manter firme e forte.

- Eu sei, pode por favor fazer a mala dele. Eu não quero fazer isso.  - Abracei Ellen e subi. Caleb me aguardava na cama.

Pronto pra leitura?

- Pronto! - Ele estendeu o livro para mim. - O Papai disse que é muito bom, Extraordinário - R.J. Palacio.

- Vamos ver se é bom mesmo! - Me aninhei a ele e comecei a leitura, o comportando no meu abraço.

Já estava na decima terceira pagina quando escutei batidas na porta, ela foi aberta devagar, Zack estava lá, diante de nós, sorriso leve no rosto, Caleb assim que reconheceu deu um pulo da cama gritando de felicidade.

- PAPAI... - E se jogou nos braços de Caleb, que o abraçou apertado, fechando os olhos por ter recebido aquele carinho.

- Meu filho... que saudades, que saudades!!! - Zack deu vários beijos em seu rosto. - O que estão fazendo?

- A Mamãe está lendo para mim, o livro que me mandou pelo Tim.

Zack se aproximou com Caleb no colo, se sentou na beirada da cama.

- Como você está? - ele me perguntou amável.

- Tentando me acostumar a ideia da ausência! - Sorri forçado.

Zack respirou fundo, colocou Caleb ao meu lado, tirou os sapatos e se deitou ao lado dele, puxou o livro de minhas mãos.

- Aonde a mamãe parou de ler?

- Aqui, eu acho! - Caleb apontou para o livro, depois pegou em minha mão e apertou sobre seu peito, Zack passou a ler.

Encarei Zack enquanto ele assumia a leitura e por um momento acreditei que seria perfeito se nenhum dos dois se fosse.

Depois de um bom tempo, Zack parou de ler, olhou para Caleb, se ajeitou na cama.

- Filhão... O papai e a mamãe tem algo para dizer a você, e quero que preste a atenção no que vamos falar, está bem?

- Harã! - ele me olhou desconfiado.

- Bem... O papai e a mamãe foram far com um homem hoje, ele é juiz, eu pedi a ele para poder por o meu sobrenome junto do seu, então logo você passar a assinar seu nome como Caleb Heights, meu filho legitimo. - Ele sorriu e Zack também.

- E ele também deixou que você fosse morar lá em casa, comigo. - Zack respirou fundo, Caleb novamente me olhou.

- A mamãe vem com a gente?

Zack me olhou.

- Não meu anjo, a mamãe vai ficar aqui, mas isso não quer dizer que ela vai ficar longe de você, pelo contrário, ela pode ir a hora que quiser pra te ver, o que eu quero é que eu e você tenhamos uma convivência, eu quero aprender como é ter um filho tão especial como você e quero que você aprenda a conviver comigo. - Zack passou a mão em seu peito. - Eu te amo, filho, amo tanto que preciso ter esse contato.

- Vai ser legal, meu amor! - Caleb me encarava em dúvida. - Imagina, você vai ter aquela mansão enorme só pra você e o papai. Vocês vão se divertir muito, tenho certeza! - Sorri. - Sabe o que acontece, meu amor! Você viveu os últimos anos comigo e o juiz achou que agora é importante você viver um pouco com o papai também. - sorri para Zack,apesar de tudo eu queria que a relação deles desse certo,e eu sabia o quanto o Caleb podia ser genioso- Você entende,meu amor?

- Sim... mas eu quero que você venha com a gente. - Caleb agarrou meu braço dando as costas para Zack.

- A mamãe pode dormir com a gente essa noite, se ela quiser! - Ele me olhou sorrindo amável.

- Tem certeza, Zachary?

- Tenho... Quero que Caleb se sinta seguro, é uma mudança em tanto para um menino da idade dele. - Zack suspirou. - eu sei o que foi ficar sem os pais as noites quando fui embora.

- Você vem? - Caleb me olhou em suplica.

- Vou sim, meu anjo! Podemos conversar um instante, Zack?

- Claro. - Zack se levantou, ficando sentado na cama.


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