A dança

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- É um prazer conhecê-lo, Sr Batistini! - ela sorriu amável.

- Vejo que veio em definitivo para Boston, não pretende voltar a Nova York? - Hector estava curioso sobre minha vida.

- Não... Nasci em Boston, quero morrer aqui. - Disse levando a taça com água a boca.

- Então fechou todos os seus negócios por lá.

- Não, Hector... Eu deixei uma pessoa da minha confiança tomando conta, Nova York por alguns anos foi mina casa, aproveitei muito daquela cidade, mas minha vida está aqui, gosto deste clima, das pessoas, da casa onde vivo... Fui criado lá.

- Como diz o ditado, o Bom filho retorna a sua casa.

- Lucas 15.11 à 32. - Disse rindo.

- Acho que é... - Hector riu encabulado. - Tinha me esquecido deste seu lado espiritualizado.

- Não tenho mais esse lado... Apenas me veio a cabeça sobre isso... - Dei outro gole a água, olhei para Erin.

Erin revirou os olhos e encarou o teto,depois voltou a olhar a taça em sua mão.

- É médico voluntário, Sr Batistini? Que interessante! Pode nos falar um pouco a respeito?

- Ah... Achei alguém que admira meu trabalho... Sai da minha frente Sr. Heights. - Hector me empurrou pra me encostar na cadeira, tive que rir. - Trabalho como clinico geral em um acampamento próximo a Nigéria, lugar fantástico e miserável... Minha esposa, que não está aqui hoje é a Pediatra, praticamente vamos juntos, esse ano, ela teve que ficar e a amiga dela que a iria substituir ficou muito doente, mas dentro de 15 dias ela estará em casa, finalmente. 

Hector possou a contar sobre seu trabalho, a dificuldade que passa para manter a saúde das crianças e dos adultos, a taxa de mortalidade e o descaso era grande, a ajuda de empresários era o que mantinha o acampamento funcionando. Trabalho como clinico geral em um acampamento próximo a Nigéria, lugar fantástico e miserável... Minha esposa, que não está aqui hoje é a Pediatra, praticamente vamos juntos, esse ano, ela teve que ficar, a amiga dela que a iria substituir, ficou muito doente, mas dentro de 15 dias ela estará em casa, finalmente.

- Meu Deus, isso é fascinante! - Ela acrescentou com um sorriso imenso. - Acho incrível que pessoas como o senhor designem parte do seu tempo em favor dos mais desfavorecidos de maneira tão despretensiosa! - Ela sorria.

- Obrigado. - Hector sorriu, vi um certo brilho naquele olhar, pigarrei, puxando a taça com água e tomando o restante.

- Quer dançar, Erin? - Olhei para ela para acabar com aquelas cara e bocas, sorri de lado.

- Por que não? - Ela deu de ombros e sorriu em resposta.

- Com licença, Hector.

- Aproveitem. - Hector também se levantou.

Puxei Erin pelo braço, não podia pegar em sua mão, aquilo poderia soar para as outras pessoas de que já tinha arrumado alguém na minha vida, era a ultima coisa que queria.

A coloquei no meio do salão, bem no meio da multidão para não sermos o centro das atenções, segurei em suas costas, e juntamos as nossas mãos. Puxei o ar com força e passei a conduzi-la na dança, como sempre, seu corpo é leve, ela responde aos meus comandos, ela deseja que eu a leve. - Meu pensamentos já estavam tomando o caminho que não era pra ir. - Desviei o pensamento, aquilo era apenas uma dança para nos divertir, só isso.

- Me lembro de nós dois dançando no bar próximo do Campus da Universidade. Você sempre foi um bom condutor.

- Não me lembro disso... - Disse me fingindo de desmemoriado.

- Não me importa, eu lembro! - Ela sorria, enquanto se deixava conduzir.

- Gostava de vir com Brenda nesses eventos, nos divertíamos e muito... Seu marido também a levava a esses eventos?

Senti sua mão mais pesada no meu ombro e ela acrescentou.

- Jimmy e eu não éramos muito sociáveis, apreciávamos mais ir assistir ao beisebol, ou só ficar em casa largados no sofá diante da TV comendo pipoca abraçados.

- Baseball? - Torci a boca. - Deu uma bola autografada para ele também?

- Não! Eu não dei! e a propósito a sua... - Ela ia dizer algo, mas calou-se.

- Você deu a minha para ele... Sei! compreensível. - Olhei para ela rapidamente, me aproximei de seu ouvido. - E a quanto tempo não trepava tão gostoso como foi comigo no banheiro.

- Quando se tornou tão vulgar, Sr Heights? - Senti seu corpo estremecer e sua pele se arrepiar. Ela era tão suscetível e receptiva que chegava a irritar. - Posso processa-lo por assédio sexual. - ela usou um tom debochado e insolente. - Devia se policiar, eu sou sua funcionária.

- Desde quando existe uma clausula que está aqui como minha funcionária? - Disse novamente em seu ouvido. - Que eu saiba, seu horário de expediente se findou a muito tempo.

- Sempre tão sagaz, não é? - Ela inclinou a cabeça para o lado e seu perfume invadiu minhas narinas.

- Eu queria ter levado a sua calcinha comigo... quem sabe... eu a levo para casa. - Suspirei em seu ouvido, deixando claro que estava excitado.

- Não vou trepar com você no banheiro, Zachary! - Sua voz saiu rouca e anasalada e eu sabia que ela estava excitada, não havia mudado em nada nesse ponto, seus sinais continuavam os mesmos. - Preciso preservar o pouco da dignidade que ainda me resta.

- Entendi... - Sibilei.

Nos calamos, minha mão desceu um pouco mais, ficando na base de sua coluna, bem na curvatura, a musica acabou, me afastei, fiz uma reverencia para ela e a indiquei para sair da pista de dança, no caminho fui abordado por Heloise, ela me deu um beijo no rosto.

- Achei que não iria te ver tão cedo. Como está?

- Bem... caminhando.

- Muito bem... Tem o meu numero, me ligue se estiver se sentindo muito sozinho e solitário.

- Obrigado, Heloise, não vou me esquecer. - Dei um beijo em seu rosto e segui Erin até a mesa, puxei a cadeira para ela se sentar, e me sentei ao seu lado.


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