Zack deixa Caleb e Erin em casa

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Seguimos em silêncio e fui acariciando os cabelos de Caleb, as vezes olhava para Erin que estava alheia com o que passava pela janela e provavelmente em sua cabeça.

Chegamos ao bairro e entramos na rua, olhei para a casa, algumas luzes estava acesas, olhei para Caleb assim que o carro parou, destravei seu sinto de segurança, o peguei no colo e o coloquei sentado, puxei seu rosto para que me olhasse, dei um beijo demorado em sua testa.

- Agora descanse, tome seus remédios direitinho, na Segunda prometo estar aqui para te ver, prometo vir correndo filho.

- Vou ficar sem te ver o fim de semana todo? - Caleb choramingou.

- Vamos nos falar por celular, vou mandar um aparelho novo com o novo motorista. - Sorri amável. - Eu não quero te deixar ir, mas no momento não posso ficar, consegue entender?

- Dorme aqui! - Ele pediu. - Eu deixo você dormir na minha cama.

Dei risada e o abracei.

- Não dá Caleb... Eu realmente tenho um jantar de negócios, sua mãe também não ficaria feliz em saber que tem um intruso em sua casa.

- Você será sempre muito bem vindo, Zachary! Não é um intruso, é o pai dele. Como você mesmo sabe temos quartos suficientes, venha quando quiser.

- Digo o mesmo... - Olhei para Erin. - Leve Caleb para ver a casa, vou deixar ela a disposição para vocês, mandei fazer uma piscina aquecida e coberta, podem aproveitar a casa enquanto não estou por lá.

- Mãe!... - Caleb falou com entusiasmo. - Você me leva?

- Não sei se é uma boa ideia, Caleb! - Eu não tinha a menor vontade de voltar aquela mansão. - Talvez devamos fazer essa visita quando você estiver melhor e seu pai estiver em casa, afinal com o braço engessado você nem pode chega perto da piscina.

- Bem... é vocês quem sabem. - Abracei meu filho, cheirei seus cabelos. - Vou sentir tanto a sua falta, não vou deixar de pensar em você um minuto se quer.

- Eu também não vou me cansar de pensar em você.

- Te amo, Caleb!... Não se esqueça disso.

- Também amo você, pai. - Caleb sorriu alegre.

- Agora vá com sua mãe. - Disse tirando-o do meu colo.

Dubald abriu a porta, eu e Erin nos olhamos, apenas acenei com a mão, meu coração estava apertado e tomado de confusão.

- Você pode usar o meu notebook pra falar com seu pai via Skype, Caleb! O computador dele não tem acesso. - Ela justificou. - Sabe como é, muitos pedófilos por aí.

"Quera descer e ficar, queria brigar mais ainda com Erin, e ao mesmo tempo agradecer por ele ser espetacular e inteligente e carismático".

O problema é que não tinha sido eu que tinha criado Caleb, eu perdi nesse quesito, mais uma vez, me tiraram uma oportunidade, Desviei o olhar para o outro lado, não podia ficar olhando para ela.

- Tenha uma ótima viagem, Sr Heights!

- Obrigado, Sra. Withmore.

Vi seus olhos marejarem antes dela sussurrar.

- Me desculpa! - ela tomou Caleb pela mão e seguiram para dentro.

(ERIN)

Eu sentia um bolo na minha garganta e meu coração pequeno, como se estivesse encolhido dentro do meu peito.

Eu já havia perdido Zachary há anos e agora perderia o Caleb. Eu sentia que esse era o meu destino,amar e perder.

Pela minha covardia do passado eu agora pagaria duramente com a perda daqueles que amo. Zachary iria tirar a guarda de Caleb de mim e aos poucos a minha relação com meu filho ia se tornar mais e mais distante, até que um dia Zachary arranjaria outra mulher que ganharia o afeto do Caleb e eu teria que dividir o seu amor com ela. Talvez a Katty, era óbvio que ela queria o Zachary e era mais óbvio ainda que aceitaria qualquer situação para tê-lo. Eu estava derrotada! Eu era um verdadeiro fracasso.

- Mantenha a calma, Erin. - disse Ellen atravessando a rua assim que o carro partiu, Caleb olhou para ela e para mim.

- Porque você ta nervosa? - Caleb apertou a minha mão.

- Não estou nervosa. - Menti e forcei um sorriso.

Adentramos a casa e pra deixar as coisas ainda mais confusas, John e mamãe estavam no meio da sala com um bolo e uma faixa pendurada que dizia.

"Seja bem-vindo, Caleb!"

Aquilo poderia ser encarado como um gesto comovente se:

1 - Se Eu estivesse com alguma vontade de ser sociável.

2 - Se o Caleb não detestasse o John.

- O que faz aqui, John? - Eu perguntei de modo indelicado.

- Eu soube do acidente, fiquei preocupado com o Caleb! Não fui ao hospital porque me informaram que ele já ia receber alta. Como está, Campeão?

Caleb tapou o rosto com violência como se tivesse dado um tapa no rosto, bufando.

- John, por favor vá embora

- Eu só quero ajudar!

- SÓ, VÁ EMBORA! - Eu berrei e até Caleb se espantou com aquele rompante. - Por favor, me desculpe, eu não queria...

- Tudo bem, Erin! Você está muito estressada, depois nós conversamos.

- John... espere. - Pediu Ellen vendo que aquilo iria sair do controle. - Venha até a cozinha, vamos partir esse bolo e todos comemos com um café ou chá bem quente. - Ellen me olhou pedindo em suplica, afinal de contas, tínhamos uma provável audiência na segunda. - Por favor, Erin?

- Acho que não foi mesmo uma boa hora, Ellen! Eu volto amanhã. - John sorriu fraco.

- John, por favor?

- Aproveite o tempo com o Caleb, Erin! - ele beijou meu rosto. - Amanhã nós falamos sobre o processo!

- Como você...

- Eu deduzi! Ele acabou de encontrar o filho e já lhe tirou tudo, nós podemos prever o próximo passo, não é? - Ele disse baixo para Caleb não ouvir, depois voltou-se pro meu filho. - Você vai ficar bom logo, garotão!

Caleb apenas concordou com a cabeça, já tinha esfregado o dedo na calda de chantili que tinha no bolo.

- Até amanhã, pessoal!

- Até... - Ellen fez uma cara de chateada, o seguiu até a porta. - Me desculpe. - Pedi ao meu irmão.

- Ela só está nervosa, Ellen! - John beijou o topo da cabeça de Ellen e partiu.

Desabei sentada no sofá e percebi pelo ar de reprovação no rosto de Caleb que eu tinha pego muito pesado, meu filho era a única pessoa ali que não gostava do John e ele mesmo me encarava como se me achasse a pessoa mais insensível do mundo.

- Amanhã eu me desculpo com ele, tá.

Ellen apenas concordou com a cabeça.

- O que você tem? - Eizy me encarou confusa.

- Tô cansada, mãe! - Me levantei e fui para o meu quarto, deitei na cama em posição fetal de Costas para a porta e alguns instantes depois ouvi a mesma sendo aberta e o perfume de Ellen invadir o quarto. - Pode dar a bronca, eu mereço!

REVENGE - TWOOnde histórias criam vida. Descubra agora