Erin
Como a minha mãe pode ser tão fria e sórdida. Eu ainda não conseguia acreditar que ela tivesse mesmo me empurrado daquela escada.
Aquilo estava me doendo muito, mas não era só a dor física. Eu estava de coração partido.
Eu queria acreditar que o que aconteceu foi devido a um surto, mas ao mesmo tempo, por maia que eu não quisesse acreditar, a minha mãe estava lúcida. Eu não era nenhuma especialista em saúde mental, mas eu tinha certeza que enquanto falava comigo, ela estava articulada. Então a única razão pra ela ter feito o que fez, foi ira e crueldade.
A minha mãe me queria morta e eu não sabia como lidar com isso,
Acordei depois de ter sofrido uma convulsão e aquela mangueira, ou sabe-se lá como se chamava aquilo, enfiada no meu nariz estava me incomodando terrivelmente, mas se eu precisava dela, o que eu poderia fazer, além de aceitar? Encarei Zachary sentado numa cadeira parecendo muito desconfortável.
- Achei que não fosse permitido acompanhantes na Uti. - brinquei pra chamar sua atenção, mas não tinha certeza se me fiz ouvir, já que a minha voz saia quase num sussurro.
- Oi! - Zack deu um pulo da cadeira e veio parar bem pertinho de mim, acariciou meus cabelos. - Está se sentindo bem? quer que eu chame um médico?
- Eu estou bem! - sorri pra ele, de certo modo gostava daquela preocupação estampada em seus olhos. - Não respondeu a minha pergunta.
- Faz novamente.. - Ele riu desconcertado.
- Você pode ficar aqui? Achei que não fosse permitido acompanhantes na uti.
- E não é permitido... - Ele falou baixinho. - Mas eu consegui permissão para ficar.
- O que você não consegue, não é?
- Bobinha... nem tudo eu consigo... - Ele piscou para mim.
- Me diz que eu escorreguei e caí sozinha daquela escada.
- Ah... Eu gostaria de dizer... - Ele sacudiu a cabeça lentamente. - Infelizmente não é verdade... Hellen também se machucou, e o Caleb pelo que entendi, ele viu a Eisy te empurrando.
- Cadê o nosso menino, Zack? Ele deve estar apavorado!
- Dormindo. - Ele acariciou me rosto. - Assim que sair daqui, vamos todos para minha casa... Deixe Eisy com as loucuras dela, não precisamos dela... Ela sabe se virar.
- Ela vai ficar solta por aí? Acho que devíamos interna-la. - Apesar de eu não saber ao certo se ela estava mesmo louca, ou se foi de caso pensado. - Eu preciso ver o meu filho, Zack.
- Agora não pode fazer nada, Erin... - Ele se sentou na beirada da cama. - Assim que ele acordar e você for para o quarto, vou pedir para deixar vocês dois juntos... agora fique bem quieta.
- Por que eu não posso ver o meu filho, Zack? Ela machucou ele?
- Não... Mas é que você distendeu o Nervo ciático, não vai conseguir andar... e se forçar, vai ser pior, então fique bem quieta. Quanto a sua mãe... Não se preocupe, vou dar a ela a falsa sensação de que está impune, já tem gente vigiando, ela não vai dar um passo sem quer que eu saiba.
- Ela estava lúcida, não é? - Senti as lágrimas queimarem o meu rosto. - Ela é um monstro igual ao Vladimir, não é?
- Sinto muito... - Pediu suspirando. - Eu devia ter te alertado de que Easy nunca teve problema algum de memória ou qualquer outra coisa... E tem mais... Ela tem muito dinheiro e poderia ter ajudado você a manter a empresa... Por isso quero que ela pense que não sabe de nada... Ela pode fugir.
Apertei os olhos,pra conter as lágrimas,não valia a pena chorar pela Easy.
- Será que há alguma restrição contra você me beijar?
Ele riu.
- Acho que não. - Ele se inclinou e me beijou demoradamente.
- Só tem uma coisa boa em estar aqui.
- Qual?
- Você deu uma brecha e tá aqui cuidando de mim.
- Eu não tinha opção... - Ele erguei uma das sobrancelhas. - Como posso ficar sem a minha embaixadora e mãe do meu filho aqui... esperando um outro macho ficar te beijando... Tenho que garantir o que é meu!
- Até nessa situação você tem que ser possessivo?- eu ri
- Fazer o quê - Zack me beijou novamente. - Tem certeza que está bem?
- Me sinto bem, apesar da dor de cabeça, mas acho que pra quem quase rachou ela deve ser normal.
- Pois é... nunca mais vai por os pés naquela casa... Não me mata mais de susto da forma que você fez... - Zack passou a mão pelos cabelos agoniado. - Me lembro bem o sofrimento que foi quando caiu da escada e quase perdeu nosso filho...
- Desculpa, meu amor! Só me desculpa.
Zack não respondeu, apenas me beijou novamente, logo um enfermeira entrou pigarreando.
- Tenho que pedir para o senhor sair, a paciente precisa descansar.
- Eu já vou... - Zack olhou para mim. - Vou ver o Caleb e a Hellen... e conversar com o médico e ver quando vai para o quarto, assim vamos ficar todos juntos.
- Ele precisa mesmo ir? - acho que fiz um beicinho porque a enfermeira me encarou com um riso de lado.
- Sim... - Ela se aproximou verificando meu soro. - Garanto que vai ter muito tempo para curtir marido e filho, agora tem que descansar.
Zack meneou com a cabeça e riu.
- Quando acordar, eu vou estar aqui do seu lado. - ele me deu outro beijo. - Até daqui a pouco... descanse.
- Não quero descansar - estendi a mão dengosa- Quero você!
- Volto logo. - Ele beijou minha mão. - Ordens são ordens...
Zack deixou a UTI, a enfermeira me olhou com um sorrisinho de quem eu tinha me dado bem e voltou a trocar o soro.
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REVENGE - TWO
RomanceVl. - 2 Erin agora tem a chance de fazer Zack acreditar em seu amor, pois Caleb pode ser essa porta de entrada para o coração de Zack, mas para isso acontecer, Erin terá que provar a ele que não é a pessoa que ele tanto pensa que ela é, desumana e t...
