Carta 14

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  Sexta-feira, 06 de outubro.

Querido Jimin,

    Ao saímos do aeroporto, seu carro estava estacionado próximo a uma lanchonete do outro lado da rua. Devo dizer, Jimin, que me sentia uma criança todas as vezes que você pegava minha mão para atravessar a rua. Mas de jeito nenhum eu contestaria essa sua mania. Ela de certo modo me fazia bem.

- Pedi para um amigo deixar meu carro por aqui. Já estou cansado de taxistas. - Você disse, abrindo a porta do passageiro para que eu entrasse. Fiquei satisfeito em saber que eu não era o único cansado de táxis.


Durante o percurso, você só tirou a mão da minha coxa uma vez, e foi para pegar o celular e avisar a Taehyung que estávamos a caminho. Observei a paisagem a fora enquanto brincava com seus dedos, me deixando preencher por um tipo de saudade saudável.

Como eu poderia descrevê-la melhor, Jimin?

É um tipo de saudade que você não tem vontade de chorar de tristeza, mas sim de felicidade. Você olha pro céu e pela primeira vez na sua vida, você acredita que existe um se superior que te enviou um anjo da guarda.

Você, Jimin, era meu anjo da guarda.

Acho que você nunca soube bem, o quão seguro eu me sentia ao seu lado. Bem, agora sabe.

Quando estacionamos, vi de longe, Tae e outro desconhecido sentados nas escadas que levavam a varanda da frente. Você desceu, indo diretamente no porta-malas para pegar as malas. Tentei puxar uma para segurar, mas em vez disso, você agarrou meu pulso, levando minha mãos aos seus lábios e depositou um beijo.

- Deixe as malas comigo, Jeon. - Você deu uma piscadela.

- Ora, Ora. Vejam só quem está de volta. - Taehyung veio até mim para me abraçar. O desconhecido permanecia sentado, talvez desconfortável em não nos conhecer. Mas de qualquer forma, eu iria até lá. Era nos degraus da minha casa que ele estava sentado.

Dei uma última olhada rápida, checando se realmente estava tudo bem em você carregar quatro malas de uma vez. Mas Tae foi mais forte, passando os braços ao redor do meu ombro, sussurrando:

- Aquele é Gal, nosso novo vizinho extremamente gato! - Taehyung parecia uma colegial tarada falando.

Revirei os olhos.

- Às vezes acho que em outra vida você foi uma piranha. - Ele me olhou torto.

- Jeon, me escute com atenção. O universo está me dando uma grande chance e bem, se eu não aproveita-la, alguma outra pessoa vai. E nós não podemos deixar isso acontecer, certo?

- Que seja. - Resmunguei, assim que ele me abandonou e foi para o lado do novato.

Gal parecia ser um garoto simples. Tinha cabelos escuros e olhos pretos profundos. Era alto e esbelto. Estava usando uma camisa de banda, um casaco azul marinho, jeans rasgados no joelho e um all star sujo de terra.

- Olá. - Saudou, estendendo a mão para mim. - Me chamo Gal.

Apertei sua mão.

- Me chamo Jeon Jungkook. - Você parou ao nosso lado, despejando as malas nos degraus, completamente ofegante.

- Da próxima vez que eu quiser parecer o fortão da história, me dê um tapa, Jeon. - Você falou, tentando recuperar o folego. Eu sorri, me divertindo por você estar errado.
Fiz sinal com a cabeça para que Tae te ajudasse, e esperei vocês sumirem corredor a dentro.

- Então... Por que decidiu se mudar para uma cidadezinha tão acabada como essa?

Gal deu de ombros.

- Bem, a casa que compramos pertencia a nossa avó, mas ela faleceu a alguns anos deixando a casa para nossa família.

- Sinto muito. – Comentei, pondo as mãos nos bolsos do jeans. Gal deu um sorrisinho descontraído enquanto olhava para os próprios pés.

- Tudo bem. Já faz tempo, então meio que não faz mais efeito.

- Entendo. – Resmunguei, sem saber bem que rumo aquela conversa estava nós levando.

Ele, porém, não parecia estar incomodado, já que continuou com a conversa mesmo que eu não estivesse interessado.

- Não sei bem o porquê só agora meu irmão quis se mudar para cá, mas bem, não o questionei sobre isso.

- Irmão? Como ele se chama? – Gal estava prestes a abrir a boca, mas nossa atenção se voltou para Tae, já na porta com você, Jimin, reclamando do calor que aquela manhã fazia.

Enquanto Tae fora para o lado de Gal, você veio para o meu com um instinto protetor que todo nós éramos capazes de perceber. Sua cara estava séria, suavemente rígida ao encarar nosso novo vizinho. Ele também não pareceu se importar, pois sorriu de forma simpática, se apresentando.

- Olá, Me chamo Gal.- Ele estendeu a mão.

- Jimin. - Você disse, seco, mas apertando a mão dele. Então, se voltou para mim. - As malas estão no seu quarto. Quer ajuda para arrumar tudo?

Confirmei com a cabeça.

- Até mais, Gal. - Falei. Ele acenou, meio tímido. Você me puxou para dentro, os deixando para trás.

Tranquei a porta do meu quarto enquanto você se sentava na cama. Me virei, te observando com um sorriso divertido brincando entre meus lábios.

- O quê? - Você me olhava, desconfiado. - O que foi?

- Park Jimin, foi impressão minha ou você ficou com ciúmes de mim?

Ele torceu os lábios.

- E se eu tiver ficado? - Retrucou.

- O que você irá fazer para me convencer de que estou errado em sentir ciúmes de você?

O sorriso em meu rosto cresceu. Você ficava incrivelmente fofo, Jimin, quando não assumia diretamente que estava se corroendo por dentro.

Me aproximei, subindo em seu colo e segurando seus ombros. Suas mãos deslizaram pela minha cintura, apertando-a forte como se estivesse garantindo de que eu não cairia.

Você me encarava com aquele olhar esperançoso de novo. É claro que você sabia o que eu estava prestes a fazer. Eu não havia trancado a porta à toa.

Comecei depositando beijos em sua clavícula e subindo conforme você virava a cabeça, deixando seu pescoço a mostra. Apoiei minha mão em sua nuca, mordendo e chupando seu pescoço.

Suas mãos exploravam minhas costas enquanto você lutava para manter a respiração equilibrada.

- Jeon... - Te ouvi sussurrar. Eu sempre adorei o jeito que meu nome saia de sua boca. Chegava perto da pronúncia de uma prece.

- Sim? - Indaguei, me aprofundando mais em seu pescoço.

Você então parou, segurou meu rosto com as duas mãos e disse:

- Desde o dia em que te conheci, passei a agradecer a Deus por ter te encontrado. - Eu te abracei com força e relaxei a cabeça no seu ombro. Acho que ficamos assim por meia hora, longe do mundo e das pessoas.

Nos deitamos lado a lado enquanto você apoiava a cabeça no punho esquerdo, me fitando.

A noite começava a cair e você teria que voltar para casa. Mas é claro, eu não queria. E então, para o bem de nós dois, você ficou. Mas só até eu cair no sono.

Os últimos momentos, antes das minhas pálpebras pesadas implorarem por um descanso, foi você, Jimin, sorrindo para mim.

- Boa noite, anjo. - Sussurrou em meu ouvido. 


Assinado: O cara que sempre ira te amar.

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Oie, amorinhas <3 Vocês estão lendo Domingo Sombrio? Dá uma passadinha lá, você que gosta de ter seu psicologico fodido.

O dano é garantindo. Devolvemos o dinheiro se não funcionar. Bjs da Omma Nina <3 <3 AMO VOCÊS.

POR TRÁS DAS MEMÓRIAS jjk + pjm (Finalizada 09/03/19)Onde histórias criam vida. Descubra agora