53º CAPÍTULO

5.6K 236 70
                                    

POV Camila

Terminei de examinar o bebê e fechei seu macacão. A mãe dele já estava pregada nas minhas costas encarando o que eu fazia. Pigarreei tentando fazê-la desconfiar e se afastar. Olhei novamente para meu paciente e brinquei um pouquinho com ele antes de tirá-lo da balança. Ele tinha aqueles gigantescos olhos pretos fixados em mim e uma mãozinha na boca babando todos os seus dedinhos.

Mãe: e então doutora? Como ele está? – perguntou preocupada. Ela veio até mim e pegou o filho. Senti um vazio tomar conta de mim ao ter o bebê retirado dos meus braços.  – Doutora Cabello? – chamou. Pisquei algumas vezes e balancei a cabeça.

Camila: perdão. Acabei me distraindo. – me desculpei e fui me sentar.

Mãe: como está o Joe? – perguntou preocupada.

Camila: não é nada demais. Ele só está com uma amigdalite, ou seja, ele está com uma inflamação e um pequeno inchaço nas amígdalas, mas vamos tratá-lo e logo, logo ele estará bem. – disse sorrindo. Ela suspirou aliviada e encarou o bebê.

Mãe: você deu um susto na mamãe, filho. – murmurou para o filho. Sorri vendo os dois e me imaginei grávida. (Lauren com certeza estaria arrancando os cabelos). Ri do meu pensamento chamando a atenção da mãe de Joe. – Algum problema doutora? – perguntou sorrindo.

Camila: não! Eu só estava pensando. – disse deixando-a curiosa. – Estava pensando se eu estivesse no seu lugar. Minha noiva com certeza estaria surtando. – disse fazendo-a rir. – E olha que ela é uma das melhores médicas que eu conheço. – disse sorrindo.

Mãe: a senhora já é mãe, doutora? – perguntou sorrindo. Neguei com a cabeça deixando-a confusa. – Por quê? Não gosta de criança? – perguntou divertida.

Camila: pelo contrário. Eu amo crianças, mas acho que não estou preparada para ser mãe. – disse sentindo um aperto no peito.

Mãe: nós nunca estamos doutora. Eu tive o Joe inesperadamente e hoje não me imagino mais sem ele. – disse olhando para o filho. – Aposto que se a senhora engravidasse, a senhora iria se sentir preparada. – disse e eu assenti. – E então? Como tratamos essa amigdalite? – perguntou acariciando a cabeçinha do filho. Balancei a cabeça afastando pensamentos e olhei para o bloquinho de receita em cima da mesa.

Camila: é simples. – peguei a caneta e comecei a redigir a receita.

Mãe: obrigada doutora e espero que em breve seja a senhora preocupada com seu filho. – disse sorrindo. Abri a porta do consultório e senti uma forte tontura. – Doutora? Doutora Cabello? A senhora está bem? – perguntou preocupada. Tentei me apoiar na porta e por poucos centímetros eu quase caio no chão.

Mary: doutora? Tudo bem? A senhora precisa de alguma coisa? – perguntou preocupada. Ela se levantou correndo e veio até mim. (De novo essa tontura. Droga!).

Senti um forte enjoo ao inspirar o perfume da minha secretária. Fiz ânsia de vomito e imediatamente ela se afastou para pegar um copo d'água. Com a ajuda de algumas mães, Mary me sentou em sua cadeira e me entregou o copo d'água. Tomei rapidamente o liquido transparente e respirei fundo. Fechei meus olhos e tentei dispersar o mal estar. Era a quarta vez que passava mal em apenas dois dias. Já estava preocupada com aquilo e preferi não contar nada para Lauren, pois com essa onda de gravidez a minha volta, era bem capaz de ela me enfiar em um laboratório e pedir um exame de gravidez.

Mary: a senhora precisa de alguma coisa, doutora? – perguntou preocupada.

Camila: m-me liga na psicologia. Preciso falar com a Ally. Agora! – pedi bebendo um pouco de água de uma garrafinha que estava sobre a mesa. Levantei-me lentamente e fui andando para a minha sala sem nem mesmo agradecer. (Dane-se! Eu estou passando mal).

VIDA DE ESPORTISTA 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora